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Risco de infecção por COVID-19 para trabalhadores do saneamento é baixo

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Um painel de especialistas em águas residuais e saúde pública determinou que o risco ocupacional de infecção por COVID-19 para trabalhadores em águas residuais é baixo

 

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O painel também concluiu que os processos padrões de tratamento de águas residuais inativam o vírus. Pesquisas adicionais devem ser realizadas para aumentar a compreensão dos perigos e proteções para o pessoal.

O Water Environment Federation (WEF) reuniu 16 especialistas do setor de águas residuais para reexaminar abordagens, gerenciar riscos biológicos e revisar as precauções de segurança necessárias para proteger os trabalhadores e aqueles ao seu redor durante a pandemia do coronavírus.

O documento intitulado Protegendo Profissionais de Águas Residuais de COVID-19 e Outros Riscos Biológicos inclui uma revisão crítica das orientações existentes do setor sobre a exposição a riscos biológicos e uma avaliação para saber se devido ao COVID-19 deve-se oferecer novas orientações para a segurança dos trabalhadores.

A prioridade do WEF é sempre garantir a segurança e a saúde de nosso pessoal da linha de frente, que são trabalhadores essenciais nas comunidades de todo o país”, disse o presidente do WEF, Jackie Jarrell. “Somos gratos ao painel de especialistas por garantirem que as informações sobre perigos e segurança sejam baseadas nas evidências mais recentes e na melhor ciência”.

Viabilidade do vírus

Embora o RNA do vírus tenha sido detectado em águas residuais não tratadas, nenhum relatório até agora mostrou formas viáveis ​​ou infecciosas do vírus por águas residuais. O vírus que causa COVID-19 requer células hospedeiras vivas para se reproduzir.

Dadas as características do vírus que causa o COVID-19, é improvável que esse vírus seja mais infeccioso do que outros tipos de vírus típicos do ambiente de águas residuais.

Especialistas observaram, no entanto, que embora a forma infecciosa do vírus que causa COVID-19 ainda não tenha sido detectada em águas residuais, lodo de águas residuais ou biossólidos, sua presença não pode ser descartada sem pesquisas adicionais.

Segurança do Trabalhador

Os procedimentos padrões de tratamento e desinfecção em uso em instalações de recuperação de recursos hídricos provaram ser eficazes na inativação do vírus. O uso de equipamento de proteção individual (EPI) adequado e práticas higiênicas podem proteger suficientemente os trabalhadores da exposição ao vírus, de acordo com os resultados.


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O WEF fornece orientação para o gerenciamento de muitas formas de riscos biológicos na publicação de 2012, Manual de Prática 1: Segurança, Saúde e Segurança em Sistemas de Águas Residuais. O Capítulo 8 deste manual inclui informações sobre como prevenir e tratar infecções, identificar trabalhadores em risco e muito mais. O encontro de especialistas revisou esta orientação para determinar se o vírus que causa COVID-19 precisaria de recomendações adicionais. Os especialistas não encontraram motivos para mudanças além de enfatizar ainda mais a importância do EPI adequado para proteger as vias respiratórias dos trabalhadores, como respiradores N95, máscaras cirúrgicas e óculos de proteção.

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No entanto, os autores do relatório descrevem que, como o COVID-19 se espalha principalmente através de gotículas respiratórias, locais e funções que envolvem a pulverização de águas residuais ou biossólidos como aerossóis podem apresentar riscos maiores de inalação. Além disso, trabalhadores do sistema de coleta, manipuladores de biossólidos, analistas de laboratório, pessoal de pré-tratamento industrial e outros trabalhos práticos também podem enfrentar maior exposição.

Os especialistas incentivam as organizações de águas residuais a conduzirem novas análises de riscos do trabalho de acordo com os padrões da Administração de Saúde e Segurança Ocupacional dos Estados Unidos – e revisitar os existentes – para identificar melhor os riscos relacionados à respiração para seu local de trabalho específico.

Mais pesquisas são necessárias

A pesquisa existente fornece uma compreensão incompleta de como a transição entre as fases sólida e líquida durante o processo de tratamento de águas residuais pode afetar a transmissão de qualquer vírus, uma lacuna de conhecimento exacerbada pelo coronavírus. Os autores do relatório também descrevem a incerteza sobre se o vírus que causa COVID-19 pode se associar a partículas em águas residuais e, se for o caso, se essa associação pode proteger o vírus de desinfetantes e passá-lo para as águas receptoras.

Para ajudar a preencher essas lacunas, os especialistas pedem dois esforços de pesquisa específicos:

  • Um estudo epidemiológico da incidência de doenças infecciosas entre trabalhadores de águas residuais e sistemas de coleta, com o objetivo de estabelecer um nível básico de uso de EPI para COVID-19;
  • Um estudo para caracterizar a exposição respiratória para tarefas típicas realizadas por trabalhadores em instalações de recuperação de recursos hídricos e sistemas de coleta, com o objetivo de melhor identificar os efeitos dos aerossóis e outros vetores de doenças pouco estudados.

Parceria mais forte

Seja em resposta a um novo tipo de contaminante ambiental ou a um novo vírus, é fundamental para o setor de águas residuais adaptar continuamente suas melhores práticas para gerenciar as ameaças emergentes à medida que aparecem. Arthur Umble, presidente do painel e líder global de práticas de águas residuais da Stantec Consulting (Denver), disse que o trabalho do painel “fornece um lembrete poderoso” de que os eventos mundiais precisam de um compromisso ainda mais forte com a saúde e segurança do trabalhador em instalações de recuperação de recursos hídricos.

“O trabalho importante e oportuno deste painel de alta credibilidade fornece orientação necessária e apropriada para a nossa indústria de águas residuais na proteção contra a infecção por COVID-19”, disse Umble.

A decisão do WEF de convocar um painel de especialistas em saúde e segurança do operador reflete uma ênfase renovada na incorporação das orientações de saúde e segurança mais recentes em seus produtos e programas. A organização está posicionada para continuar sua liderança na interseção de tratamento de águas residuais e saúde pública.

Em junho, o WEF contratou o Dr. Andrew Sanderson como o primeiro Diretor Médico da organização. Sanderson, gastroenterologista e professor da Howard University (Washington, DC), trabalhará com o WEF e outras organizações de água para fornecer informações à comunidade médica e de saúde pública global, garantindo que as diretrizes futuras de saúde e segurança sejam consistentes, protegendo os trabalhadores, e incluindo o conhecimento especializado do setor de águas residuais.

Enquanto novas informações continuam a emergir no COVID-19, o importante trabalho do painel com especialistas da WEF deve servir para assegurar aos trabalhadores de águas residuais que eles podem proteger sua saúde seguindo os protocolos de segurança apropriados e sendo rigorosos quanto ao uso de equipamentos de proteção individual”, disse Sanderson.

Protegendo Profissionais de Águas Residuais de COVID-19 e Outros Riscos Biológicos – clique aqui.

Fonte: Water Environment Federation

 

Tradução e adaptação: Renata Mafra

Produtora de conteúdo

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