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Indústrias do setor de bioenergia faturaram R$ 37,1 bilhões em 2024 no interior de SP, aponta estudo inédito

Indústrias do setor de bioenergia faturaram R$ 37,1 bilhões em 2024 no interior de SP, aponta estudo inédito

Levantamento foi divulgado durante a Fenasucro, maior feira do segmento do país realizada em Sertãozinho. Mapeamento leva em consideração fábricas e prestadores de serviços para produções de fontes renováveis como de etanol.

Um levantamento inédito aponta que indústrias e serviços ligados ao setor de bioenergia e biocombustíveis de Sertãozinho (SP) e região, considerada uma das mais importantes em produção de cana-de-açúcar e etanol do país, faturaram R$ 37,1 bilhões e empregaram 105 mil pessoas em 2024.

Além disso, o montante faz parte de um estudo divulgado pelo Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br) durante a Fenasucro, maior feira de bioenergia do país realizada esta semana no interior de São Paulo.

Nesse sentido, o estudo buscou mostrar a relevância econômica de um dos segmentos estratégicos para o Brasil na transição energética mundial.

Por consequência, servida por essas indústrias, a cadeia de derivados da cana-de-açúcar representa quase 17% da matriz energética brasileira, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O setor é conhecido não apenas pela produção de etanol, mas também pelo aproveitamento de resíduos para cogeração de energia elétrica e térmica, produção de biogás e biometano, bem como pelo desenvolvimento de projetos voltados para novas fontes renováveis, como hidrogênio verde e combustível sustentável da aviação (SAF).

“Esse diagnóstico é fundamental para orientar políticas públicas, atrair investimentos e valorizar a força da nossa cadeia produtiva”, afirma Rosana Amadeu, presidente do Ceise Br.

Raio-X da bioenergia

O “Mapeamento da Cadeia Produtiva de Equipamentos para Fabricação de Biocombustíveis e Bioenergias” foi realizado em cerca de 20 cidades no entorno de Sertãozinho e diz respeito a 18,6 mil indústrias e prestadores de serviços que compõem uma cadeia produtiva local (CPL Bioenergia) nas seguintes áreas.

  • Máquinas e equipamentos;
  • Metalurgia e siderurgia;
  • Logística;
  • Montagem e manutenção;
  • Tecnologia;
  • Consultoria;
  • Distribuição e comercialização;
  • Engenharia.

Os R$ 37,1 bilhões, que não incluem o movimento econômico das usinas de açúcar e etanol, dizem respeito, por exemplo, à fabricação de geradores de vapor, caldeiras, condensadores, peças de alumínio e ferro, entre outras estruturas utilizadas na geração de biocombustível. Nesse contexto, somente as indústrias responderam por R$ 24,4 bilhões em faturamento.

Também fazem parte do mapeamento projetos de engenharia e de obras em usinas, apoios regulatórios e ambientais, e consultoria voltada para melhoria de eficiência de processos.

Além do faturamento, o estudo calculou que a massa salarial do setor de bioenergia nessa região totaliza R$ 4,1 bilhões. No entanto, também identificou desafios que prejudicam a competitividade, entre eles acesso limitado a crédito para inovação, tributação elevada, falta de mão de obra qualificada em áreas técnicas, câmbio instável e barreiras logísticas para exportação.

“Temos empresas capazes de fornecer soluções para o mundo, mas precisamos de políticas consistentes, financiamento acessível e qualificação contínua”, afirma Rosana.

Fenasucro 2025

Considerada uma das maiores feiras dedicadas à bioenergia do mundo, a Fenasucro & Agrocana chegou à sua 31ª edição em Sertãozinho (SP) com visitantes de 60 países no Centro de Eventos Zanini.

Além de tecnologias de 600 expositores, a feira contou com palestras focadas na discussão sobre fontes renováveis. Os organizadores esperavam uma movimentação de R$ 13 bilhões em negócios com o evento. Os números fechados pela feira devem ser divulgados na próxima semana.

Fonte: g1


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