Usinas de dessalinização no litoral do ES
Objetivo é ter um novo vetor relevante de oferta de água no Estado e dar conforto para a expansão industrial e do agronegócio sem riscos de disputa com o consumo humano
O governo do Espírito Santo pretende colocar de pé, até janeiro, um modelo para a atração de empresas, do Brasil e de fora, com tecnologia para montarem usinas de dessalinização ao longo dos mais de 400 quilômetros do litoral capixaba. O objetivo é ter um novo vetor relevante de oferta de água no Estado e dar conforto para a expansão industrial e do agronegócio sem riscos de disputa com o consumo humano. A ideia é que, na primeira rodada, sejam implantadas duas usinas. Agora, estão em análise o tamanho, os locais de implantação (Grande Vitória, Litoral Norte ou Litoral Sul) e a modelagem – pode ser por meio de uma parceria pública-privada colocada na rua pela Cesan, uma concessão ou uma manifestação de interesse privado, que é quando uma empresa apresenta ao governo um projeto de interesse público.
“Estive no Chile, na semana passada, para um evento do setor e voltei muito animado. Há tecnologia, os preços são acessíveis, o impacto ambiental é baixo e ajuda a resolver um problema que é de todos e que limita muito o desenvolvimento da economia. O Estado do Espírito Santo, em 2015, já sofreu com um racionamento que colocou muita pressão sobre a indústria e tem regiões com enorme déficit hídrico. Muita coisa vem sendo feita, mas precisamos somar esforços e anteciparmos uma situação mais crítica. Temos um litoral de mais de 400 quilômetros, a tecnologia da dessalinização foi ampliada, testada e barateada, trata-se de uma ótima oportunidade, inclusive para água potável, que se apresenta para o Estado. Vamos buscá-la”, disse o secretário de Desenvolvimento e vice-governador do Estado, Ricardo Ferraço.
“Veja o caso do Chile. Tem um enorme déficit hídrico, mas tem um litoral enorme. É no Pacífico que o Chile está solucionando o seu problema. Hoje, 20% da água consumida no Chile é dessalinizada e, em 2030, chegará aos 40%. Espanha e Israel também são muito fortes nessa tecnologia. Falamos muito, e o discurso não está errado, muito pelo contrário, em racionalizar o uso de água, neste caso, a ideia é ampliar a oferta, o prisma é outro. Isso tem tudo para ser um grande diferencial do Espírito Santo”, explicou Ferraço.
Hoje, no Estado, há uma usina de dessalinização, instalada dentro da ArcelorMittal Tubarão. É, por enquanto, a maior do Brasil, com 500 m³ de água produzida por hora. Uma gota no oceano. O objetivo é multiplicar essa produção com usinas ao longo do litoral capixaba. Até 2026, em Fortaleza (CE), será inaugurada uma unidade com capacidade para processar 3.600 m³ de água por hora. Um investimento de R$ 500 milhões.
Fonte: A Gazeta
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