NOTÍCIAS

Com pré-contrato assinado, FRV projeta cerca de R$ 27 bilhões em investimento para produção de hidrogênio verde no Ceará

O projeto da empresa espanhola deve gerar cerca de 1.500 empregos na construção e mais de 200 na operação (fases 1 e 2)

Em reunião com o governador Elmano de Freitas, no dia (12/06), no Palácio da Abolição, executivos da FRV, líder global em desenvolvimento de energia renovável, detalharam o projeto que a empresa pretende desenvolver no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). A FRV, que integra a Jameel Energy, é uma das seis empresas que já assinaram pré-contratos com o Governo do Ceará para a produção de hidrogênio verde (H2V) e seus derivados no estado.

Chamado de H2 Cumbuco, o projeto consiste na produção de amônia verde para exportação com foco nos mercados europeu e asiático. A empresa estima investimento de aproximadamente R$ 27 bilhões, além da geração de cerca de 1.500 empregos na construção e mais de 200 na operação – números correspondem às fases 1 e 2 do empreendimento. A capacidade estimada de produção é de 2GW em sua totalidade.

Impulsionando o Desenvolvimento Socioeconômico

A empresa ainda não tinha anunciado o projeto por decisão estratégica. Na oportunidade, a FRV também assinou um memorando de entendimento com a Utilitas Pecém, uma iniciativa da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e PB Construções, voltada a oferecer soluções sustentáveis e inovadoras em infraestrutura e saneamento básico para as indústrias.

O governador destacou o impacto do empreendimento para o desenvolvimento socioeconômico do estado.

“O Porto do Pecém é uma área de riqueza. Nós queremos ter desenvolvimento, mas também ter os cearenses crescendo à medida que o Porto do Pecém cresce. Fico muito animado com esse projeto da FRV, que é inovador”, afirmou Elmano de Freitas.

Contudo, além da FRV, o Estado conta com outros cinco pré-contratos assinados, com as empresas AES, Casa dos Ventos, Fortescue, Cactus e Voltalia. Nesse sentido, até o momento, também foram assinados 37 memorandos de entendimento com empresas brasileiras e internacionais.

Felipe Hernández, diretor de Inovação da FRV, afirmou que a empresa está em um importante momento na estratégia de liderar a produção de combustíveis verdes.

“Estamos entusiasmados com o potencial deste projeto para fornecer soluções energéticas limpas e competitivas, ao mesmo tempo que apoiamos o desenvolvimento econômico e ambiental do Brasil”, explicou.

Manuel Pavon, diretor-geral da FRV América do Sul, reforçou que as características locais tornaram o projeto no Pecém uma prioridade.

“O Ceará tem um recurso renovável muito importante, porque o maior recurso solar e eólico do Brasil fica no Nordeste. A localização do Porto do Pecém, principalmente em relação à Europa e Estados Unidos, é também estrategicamente muito importante. Também toda essa etapa [de desenvolvimento] elaborada pelo Governo do Estado com o Pecém, que iniciou com muita transparência”, pontuou.

Bem como também estiveram presentes na reunião desta quarta-feira: a secretária de Relações Internacionais, Roseane Medeiros; o presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueirêdo; o presidente da Cagece, Neuri Freitas; o presidente da Utilitas, Igor Borges; além de outros executivos da FRV.

 

H2 Cumbuco

A primeira fase do projeto contempla eletrolisadores com capacidade de 500 MW, que produzirão 400 mil toneladas de amônia por ano, com um investimento de R$ 7 bilhões. Além disso, na segunda fase, será acrescentada uma capacidade de 1,5 GW de eletrolisadores, aumentando a produção em 1.200.000 toneladas de amônia para atingir um total de 1.600.000 toneladas por ano. Esta fase exigirá um investimento adicional de R$ 20 bilhões.

Manuel Pavon detalhou o cronograma de construção e operação:

“Seguramente a gente deve começar em 2027 a construção. Isso demoraria em torno de dois a três anos. A operação começaria mais ou menos em 2029 e 2030”, concluiu.

Em relação a empregos na fase de operação, estima-se 70 na fase 1, totalizando aproximadamente 150 no final da fase 2.

Hugo Figueirêdo, presidente do Complexo do Pecém, falou sobre a expectativa de implementação do empreendimento.

“A FRV chega para tornar nosso Hub de Hidrogênio Verde mais forte e fazer do Ceará uma referência na transição energética mundial”.

A produção, segundo a empresa, será realizada sob os rigorosos requisitos da regulamentação europeia e a um custo muito competitivo, com foco na viabilidade e sustentabilidade do projeto. O projeto utilizará energia renovável água de reuso, ou seja, águas residuais urbanas tratadas, reforçando seu caráter circular e sustentável.

Neuri Freitas, presidente da Cagece, avaliou que o memorando assinado entre FRV e Utilitas demonstra o compromisso com a economia verde. “Essa água de reuso vai gerar uma economia circular e não vai competir com o abastecimento humano. Tivemos muitas tratativas anteriores a esse momento. Bem como, é um passo muito importante para Utilitas, Cagece e economia do Ceará”, disse.

Saiba mais sobre a FRV

A FRV, fundada na Espanha em 2006, lidera globalmente o fornecimento de soluções de energia limpa e renovável em todo o mundo. Além disso, tem operação em quatro continentes, com mais de 50 plantas de geração de energia. A empresa tem 2 GW em operação, 1,5 GW em construção e 24 GW em desenvolvimento. Especificamente em relação ao hidrogênio verde, a FRV está desenvolvendo projetos no mundo que somam 6 GW.

A Jameel Energy, fundada em 2012, agora lidera como um produtor independente de energia e um fornecedor de serviços de primeira linha no setor de energia renovável. Com interesses em 16 países ao redor do mundo, a Jameel Energy possui capacidades significativas em energia renovável. Portanto, isso inclui energia solar fotovoltaica, energia eólica, transformação de resíduos em energia, e soluções ambientais como dessalinização, tratamento de água e águas residuais.

Fonte: Ceará Governo do Estado


ÚLTIMAS NOTÍCIAS: