O diretor superintendente da Águas do Rio, Cleyson Jacomini, afirmou na quarta-feira (17) que a geosmina poderá voltar a assombrar os moradores da Região Metropolitana neste verão. Segundo ele, não há tempo para adotar medidas capazes de garantir a qualidade da água distribuída pela Cedae até o fim deste ano. A expectativa é que isso seja normalizado para o verão de 2023. A Águas do Rio é a concessionária que venceu a licitação para distribuir a água e tratar e coletar o esgoto da Zona Sul do Rio e de cidades da Baixada Fluminense.
Uma unidade de tratamento de água entra em operação plena em fevereiro, enquanto a outra ficará pronta em abril de 2022
Imagem ilustrativa
Uma das iniciativas para combater a geosmina é a construção de duas Estação de Tratamento de Rios (ETRs) em cursos d’água que levam muita poluição até a Estação de Tratamento do Guandu. Apesar dos esforços, o diretor de Saneamento e Grandes Operações da Cedae, Daniel Okumura, admite que os sistemas não estarão em pleno funcionamento durante todo o verão. Segundo ele, a unidade nos rios Poços e Queimados entra em operação plena em fevereiro (o que quer dizer que já estará fazendo o bombeamento e tratamento da água), enquanto a outra, no Rio Ipiranga, ficará pronta em abril de 2022.
A construção das duas UTRs, barreiras que recolhem sedimentos que são tratados com produtos químicos, é vista como a principal esperança para que os cariocas não sofram com alterações na água. O projeto terá um custo de R$ 180 milhões.
— A geosmina depende de uma conjunção de fatores para se apresentar, como o aumento das temperaturas das águas, associado ao despejo de esgoto e à falta de movimentação nas lagoas. Por isto, o problema se agrava no verão. A ETR Poços-Queimados já conseguirá fazer o bombeamento de água em grande volume para dentro da lagoa de captação do Guandu em dezembro, o que vai atenuar o problema, mas só conseguirá trabalhar com tratamento químico da água em fevereiro. De qualquer maneira, esperamos um controle maior do problema — afirma Okumura.
Manutenção do Sistema Guandu
Manutenção preventiva no dia 25A Cedae, que ainda é responsável pelo tratamento de toda a água distribuída no estado, garante de está adotando medidas para evitar o problema. Para isso, a empresa vai realizar a manutenção preventiva do Sistema Guandu no dia 25. O sistema será desligado das 8h às 20h, e o fornecimento de água, interrompido.
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O abastecimento vai ser retomado logo após o fim da manutenção, mas muitos moradores podem ficar sem receber água por até 72 horas, prazo para normalizar o serviço em todos os pontos.
A empresa informou que, durante o período de interrupção do fornecimento de água, vai destinar carros-pipa a hospitais, unidades do Corpo de Bombeiros, escolas e demais serviços essenciais dentro das área de atuação da Cedae.
A geosmina é um composto orgânico causado por cianobactérias que se alimentam do esgoto presente na água. Nos últimos dois verões, ela chegou às casas de milhares de pessoas deixando a água com cheiro e um sabor de terra. A Águas do Rio é a concessionária que venceu a licitação para distribuir a água e tratar e coletar o esgoto da Zona Sul do Rio e de cidades da Baixada Fluminense.
A Cedae, que ainda é responsável pelo tratamento de toda a água distribuída no estado, garante de está adotando medidas para evitar o problema.
Outra ação contra a geosmina, segundo a Cedae, é a aplicação de carvão ativado no processo de tratamento da água, que continua a ser feita.
Fonte: O Globo.