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Alerta para riscos de descarte inadequado de resíduos plásticos no meio ambiente

Resíduos Plásticos

No Brasil, mais de 3 milhões de toneladas de lixo vão parar nos rios e mares todos os anos, quantidade suficiente para cobrir mais de 7 mil campos de futebol

O Dia Mundial da Saúde é celebrado anualmente em 7 de abril. A data, criada pela Organização Mundial da Saúde, tem como objetivo trazer à tona questões sérias voltadas ao tema, garantindo a conscientização e estimulando a criação de políticas públicas. Nos últimos tempos, um dos assuntos que vem ganhando força e está relacionado diretamente à saúde, é a importância da preservação ambiental e práticas sustentáveis para a melhoraria da qualidade de vida e o bem-estar da população.

Neste contexto, o Brasil enfrenta inúmeros problemas que resultam em doenças graves que poderiam ser evitadas. Entre as dificuldades está a falta de acesso ao saneamento básico, como limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Em 2022, o país produziu 81,8 milhões de toneladas de lixo em suas áreas urbanas, o que representa 224 mil toneladas diárias, segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2022, divulgado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, a Abrelpe.

Deste montante, 13,7 milhões de toneladas foram de resíduos plásticos, que devido a ausência de políticas públicas e ações de educação ambiental e controle mais eficientes, como logística reversa e reciclagem, acabam sendo descartados de maneira incorreta. Ainda de acordo com o levantamento realizado pela Abrelpe, mais de 3 milhões de toneladas destes resíduos produzidos no Brasil vão parar em rios e mares todos os anos, quantidade suficiente para cobrir mais de sete mil campos de futebol.


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As consequências destas práticas têm impacto direto na qualidade da água e dos alimentos que chegam aos consumidores e, consequentemente, na saúde pública. A contaminação dos mananciais favorece a transmissão de diversas doenças como hepatite, cólera, leptospirose, esquistossomose e toxoplasmose. O descarte inadequado dos resíduos também causa efeitos danosos à fauna e flora, já que alguns materiais, como o plástico convencional, levam anos para se decompor, causando um desequilíbrio no ecossistema.

Uma das alternativas para mitigar o alto volume de lixo nos rios e mares está, além do aperfeiçoamento dos sistemas de limpeza urbana nas cidades e da amplificação de ações de educação ambiental, o uso de produtos biodegradáveis em substituição ao plástico convencional. A solução vem se tornando uma importante aliada na redução dos resíduos poluentes, uma vez que se decompõe entre 6 e 20 meses após o descarte, em condições de iluminação, oxigênio ou umidade.

No Brasil, uma das empresas responsáveis pela produção destas soluções inovadoras, que colaboram diretamente no enfrentamento dos problemas que afetam o meio ambiente e o bem-estar da população, é a BioElements. De origem chilena, a organização focada em biotecnologia e economia circular, começou a operar no país em 2022. Desde então vem ganhando espaço por meio de suas principais atividades de negócios, que é a oferta de embalagens biodegradáveis para os mercados varejista e industrial.

Para isso, a BioElements desenvolveu as Resinas BioE, um biopolímero de fonte circular, versátil, biodegradável e sem toxicidade. O material funciona como fonte de energia para fungos, bactérias e microrganismos, sendo biodegradado através da forma aeróbica (presença de oxigênio e altas temperaturas, em condições de compostagem), anaeróbica (sem presença de oxigênio e baixas temperaturas, em condições de aterro sanitário), ambiente (mediante ação de fungos) e ambiente marinho (mediante ação de microrganismos marinhos).

“O plástico ainda é um material importante no mercado, por suas características: barato, facilmente moldável. Mas é importante pensarmos em outras soluções, em alternativas sustentáveis. Por isso decidimos inovar na criação de plásticos que são renováveis, que se degradam rapidamente e não produzem nenhum tipo de toxicidade ao meio ambiente”, afirma Ignacio Parada, CEO e cofundador da BioElements.

 

“Encontramos uma solução que pode ser considerada uma grande aliada na redução do plástico convencional e de uso único, uma vez que atende os mais diversos mercados de embalagem. E por meio da nossa solução, conseguimos proteger e promover o uso sustentável dos recursos naturais, combater e reverter a degradação da fauna e flora. Nosso produto ainda promove a economia circular, ao aproveitar as matérias-primas de maneira integral, gerando novos ciclos de valor aos resíduos e evitando o descarte”, completa.

No relatório divulgado pela Abrelpe, mostra que a maior parte dos resíduos sólidos urbanos no Brasil é encaminhada para aterros sanitários — no ano passado, 46,4 milhões de toneladas tiveram esta destinação final. Entretanto, em todo o país, 39% do lixo coletado (aproximadamente 30 milhões de toneladas) foram destinados a áreas inadequadas, como os lixões, que seguem operando em todas as regiões, gerando impacto negativo ao meio ambiente e, consequentemente, à saúde da população.

Fonte: Estadão


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