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Estudo revela que déficit sanitário prejudica águas subterrâneas

Pesquisa do Instituto Trata Brasil aponta que a falta de redes de coleta e tratamento de esgotos faz com que o lançamento de dejetos no solo ocorra ininterruptamente

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Segundo o estudo, por ano, o subsolo brasileiro recebe 4.329 Mm3/ano de esgotos, o que representa à soma entre o esgoto vindo da falta de redes e o proveniente de vazamentos por falta de manutenção (Créditos: divulgação/ Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas)

O Instituto Trata Brasil, em parceria com o Centro de Pesquisa de Águas Subterrâneas da Universidade de São Paulo (CEPAS|USP), realizou o estudo “A Revolução das águas subterrâneas no Brasil: Importância do recurso e os riscos pela falta de saneamento básico”. A pesquisa reúne dados e análises de diversas entidades, visando mostrar o grande potencial destas águas e destacar os riscos ao recurso hídrico pela falta de saneamento básico no País.

Segundo o levantamento, a água subterrânea é o recurso natural mais extraído do subsolo brasileiro, sendo utilizada para inúmeras atividades econômicas como atendimento doméstico, agropecuário, abastecimento público urbano e abastecimento múltiplo, no qual o destino da água é diversificado para a prestação de serviços urbanos.

Apesar de essencial à vida, este recurso tem sofrido agravos, resultantes, principalmente, da forte urbanização e a intensificação das atividades humanas. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, (CETESB) registrou, por exemplo, que, em 2018, existiam quase 6 mil áreas contaminadas na região paulista. Na maioria das vezes, as impurezas são provenientes de estocagem de produtos perigosos, deposição de resíduos sólidos ou lançamento de efluentes industriais.

Esgoto coletado

No País, apenas 44% do total de esgoto é coletado. Estima-se que, por ano, o subsolo brasileiro receba 4.329 milhões de metros cúbicos de esgotos por ano, o que representa à soma entre o esgoto vindo da falta de redes (3.747 milhões de metros cúbicos por ano) e o proveniente de vazamentos por falta de manutenção (582 milhões de metros cúbicos por ano).

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2008, apontaram que a falta de saneamento básico, especialmente de redes de coleta e tratamento de esgotos, faz com que o lançamento de dejetos no solo ocorra ininterruptamente. A falta dessas redes de esgotamento sanitário e as precárias condições das redes existentes são as fontes de degradação de aquíferos ambientalmente mais preocupantes, responsáveis pelos maiores casos de contaminação em volume e área no Brasil.

O estudo cita, ainda, que a contaminação de aquíferos pela falta de manutenção das redes esgoto pode ser observada em cidades como Marília, São José do Rio Preto, São Paulo, Bauru, Urânia, Andradina e Presidente Prudente, todas no Estado de São Paulo, além das capitais no Norte e Nordeste do país, incluindo Belém, Fortaleza, Natal e Recife.

Assentamentos irregulares

A situação se agrava mais em favelas e assentamentos irregulares, já que nesses locais os moradores recorrem às águas subterrâneas através de poços escavados, que são fabricados com ferramentas manuais e captam água da parte superficial do aquífero, tornando-se mais suscetíveis a contaminações.

Ainda de acordo com o estudo do Instituto Trata Brasil, visando proteger as águas subterrâneas, deveriam ser tomadas ações, tendo por base os pilares de comunicação com vistas à conscientização da sociedade e do governo sobre o real papel social e ambiental e valor econômico das águas subterrâneas; fortalecimento dos órgãos de controle e gestão dos recursos hídricos, sobretudo aqueles associados à fiscalização e disciplinamento do uso das águas; ampliação da cobertura de coleta e tratamento de esgotos; e criação de programas permanentes de proteção das águas subterrâneas, baseados em pesquisa e estudos técnicos.

Para ver o Estudo “A Revolução das águas subterrâneas no Brasil: Importância do recurso e os riscos pela falta de saneamento básico” na íntegra, acesse aqui.

Fonte: AECWeb.

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