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Copasa fará aportes de R$ 7,4 bi até 2026

Copasa fará aportes  – A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) vai investir R$ 7,4 bilhões entre 2022 e 2026. Apenas para este exercício estão previstos aportes da ordem de R$ 1,395 bilhão, montante 53% superior aos R$ 906,9 milhões aplicados no ano passado.

O plano visa adequar a capacidade operacional da estatal, principalmente no que se refere à expansão dos serviços de água e esgoto, inclusive, em vistas ao cumprimento do Marco Legal do Saneamento, aprovado em julho de 2020

Copasa fará aportes

Imagem ilustrativa do Canva

De acordo com o diretor-presidente da Copasa, Carlos Eduardo Tavares de Castro, a atual gestão assumiu a empresa com mais de R$ 1 bilhão em investimentos não feitos e está, ao longo do tempo, diminuindo esse passivo e expandindo os serviços de água e esgoto para atender melhor os cidadãos.

“Fazendo isso, já estamos dando passos firmes para atender as metas do Marco do Saneamento, que prevê que até 2033, 99% da população tenha água tratada – patamar que a Copasa já atende – e 90% tenha seu esgoto coletado e tratado, que é o desafio e onde estamos alocando a maior parte dos recursos”, explicou.

Os investimentos da companhia vêm crescendo nos últimos anos. Para se ter uma ideia, considerando os aportes da Controladora e a Copanor, subsidiária que atende as regiões Norte e Nordeste de Minas Gerais, em sistemas de abastecimento de água e esgoto, bem como em desenvolvimento empresarial e operacional, em 2020, período fortemente impactado pela pandemia, as cifras somaram R$ 481,7 milhões. Em 2021, o montante saltou 95%, chegando a R$ 943,4 milhões.

Os números foram detalhados ontem (30) durante o Copasa Day 2022, em São Paulo. Segundo o diretor de Investimentos, Projetos e Inovação, Ricardo Augusto Simões Campos, nos últimos anos, os aportes da companhia já aumentaram 57% e até 2026 saltarão outros 76,5% de maneira a adequar a infraestrutura às novas exigências do setor.

“Apenas neste exercício, os investimentos para expansão dos ativos vão somar R$ 995 milhões. Estamos falando de melhorias estruturantes por meio de recursos a serem alocados em todas as regiões do Estado.”, ressaltou.

Os esforços e os investimentos vão permitir que a Copasa melhore e expanda os serviços em vistas de cumprir as metas estabelecidas pelo Marco do Saneamento. No ano passado, a empresa atingiu o nível de 99,4% dos imóveis em sua área de atuação com acesso à água tratada no Estado. O índice supera as metas de universalização dos serviços trazidas pela legislação, que determina que 99% da população brasileira tenha acesso ao abastecimento de água até 2033.

O índice também supera a média nacional. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis) relativos a 2020, o índice de abastecimento com redes públicas de água no País naquele ano era de 84,1%.

Em relação à coleta e tratamento de esgoto, a Copasa também registrou números acima da média nacional. No caso a coleta, a companhia atingiu 90,5% dos imóveis em sua área de atuação. Desses, 79,45% foram tratados, resultando em 71,9% dos imóveis com esgoto tratado e coletado no Estado. Já os dados nacionais revelam que apenas 43,9% da população tinha acesso a esgoto coletado e tratado no Brasil em 2020.

Nesse quesito, a meta estabelecida pelo Novo Marco do Saneamento é que, até 2033, 90% dos brasileiros tenham acesso ao serviço de coleta e tratamento de esgoto no País.


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Resultados 2021

Durante o evento voltado a investidores, o corpo diretivo da companhia também apresentou os resultados obtidos em 2021. Segundo balanço da empresa, a receita líquida de água e esgoto alcançou R$ 5,18 bilhões no ano passado, avanço de 3,3% sobre 2020. Ainda assim, o lucro líquido caiu 34,2% na mesma base de comparação, chegando a R$ 537 milhões.

O resultado foi puxado pelo aumento de 11% nos custos e despesas do exercício, devido, principalmente, a eventos não recorrentes, como provisões relativas a processos trabalhistas e devolução de tarifas determinada pela Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG), além dos gastos com o Programa de Desligamento Voluntário Incentivado (PDVI) e com energia elétrica, combustíveis, lubrificantes e produtos químicos.

O diretor-presidente da estatal admitiu que o resultado poderia ter sido melhor, não fossem os eventos não recorrentes. Mas ressaltou que os números anteriores ao lucro indicam que a capacidade operacional e de gerar receitas da companhia segue firme e forte. Prova disso, segundo ele, é que cumprindo as obrigações do novo marco regulatório, a empresa apresentou todos os documentos exigidos e obteve, agora em março, o atestado de que cumpre todos os requisitos e se mostra uma empresa viável sob o ponto de vista econômico e financeiro.

“Nosso endividamento é baixo e nossa relação dívida/Ebitda é 1,7. Temos que estruturar e transformar isso em bons projetos, o que já começamos a fazer. Mas o grande desafio está na execução dos mesmos, pois como empresa de capital misto que somos, dependemos de licitações, que torna os processos mais longos, às vezes mais morosos e até interrompidos. Precisaremos ser ainda mais eficientes para concorrer neste novo mercado que o marco regulatório propõe”, avaliou.

Castro também abordou o compromisso da Copasa com o desenvolvimento sustentável, a partir dos propósitos da companhia e da necessidade da água para sobrevivência e saúde humana e como matéria-prima para a perenidade do negócio da estatal. Disse que a Agenda ESG foca na busca pelo equilíbrio dos aspectos ambiental, social e de governança na gestão dos negócios, buscando assegurar a competitividade e perenidade da empresa em meio ao desenvolvimento sustentável.

Setor atuará com programa ambiental

Os desafios e o futuro do saneamento básico no País foram temas abordados durante o Copasa Day. O presidente do Conselho de Administração da Copasa, André Facó, mediou a roda de conversa e levantou questões sobre os impactos e os primeiros resultados da Lei 14.026/2020, que institui o Marco Legal do Saneamento. A legislação regula o setor e metas de universalização do acesso à água e esgoto tratado até 2033.

O secretário Nacional de Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Pedro Maranhão, destacou que o Marco trouxe inovações importantes para o setor e vai funcionar como um grande programa ambiental, à medida que prevê a universalização do acesso à água e ao esgoto tratado em pouco mais de dez anos.

“O Marco Regulatório é o maior programa ambiental do mundo. Não existe um programa que vai tratar esgoto para 100 milhões de pessoas em tão pouco tempo”, disse.

Por outro lado, Maranhão citou alguns dos desafios impostos pela legislação, como questões relacionadas à descentralização do setor e também a formação de blocos regionais para a licitação de empresas de saneamento para a prestação de serviços.

O diretor interino da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Patrick Thomas, falou sobre os potenciais trazidos pelas mudanças e destacou a previsibilidade agregada pela nova legislação. “A demanda é previsível, garantida e crescente e traz benefícios ambientais e de vidas humanas. Além disso, o mercado terá um programa de investimentos pelos próximos dez anos”, resumiu.

Ele também falou sobre a capacidade técnica de atuação das cerca de 85 agências reguladoras existentes no Brasil para atender às novas exigências.

“Há uma grande diversidade. Os desafios que elas enfrentam são proporcionais ao tamanho do País e da capacidade institucional dessas agências. Temos um papel importante para dar uniformidade regulatória ao setor. A gente vem trabalhando para capacitar as agências reguladoras e vamos apoiá-las neste processo”, garantiu.

Conforme Thomás, três normas já foram criadas no ano passado. Outras nove serão criadas neste ano e mais oito completarão o processo no exercício que vem.

Fonte: Diário do Comércio


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