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Diminuição do volume de lodo de estação de tratamento de águas usando leito de drenagem

Resumo

O leito de drenagem tem sido estudado para recuperação de águas residuais e redução de volume de lodo industrial de Estações de Tratamento de Água (ETA). Este trabalho tem como objetivo avaliar o uso de leito de drenagem para a desidratação de lodo da ETA da cidade de Ouro Branco/MG. Amostras de lodo foram coletadas no decantador da ETA e passaram por um leito de drenagem construído com tubo PVC, manta geotérmica e brita. Foram analisados o volume inicial e final do lodo, cor, pH, teor total de sólidos, turbidez, teor de alumínio e o tempo total de secagem do lodo. Os resultados mostraram a diminuição do volume de lodo com recuperação de 98% da água e retenção de 99,91% dos sólidos totais no leito com torta colmatada. A água drenada apresentou redução de 99,36% na turbidez, 0,05 mg/L de alumínio, melhoria na cor e pH=6-7.

Introdução

O lodo é definido como resíduo sólido, e, portanto,deve estar em consonância com os preceitos da Lei 12.305/2010 (BRASIL, 2010) e dasérie de normas NBR 10.004/2004, elaboradas pela ABNT (2004).O lodo de decantadores e a água de lavagem de filtros são os principais resíduos gerados nas Estações de Tratamento de Água (ETA) que possuem tecnologia de ciclo completo. (KURODA et al., 2014). As principais perdas de água ocorrem devido à necessidade de limpeza das unidades de tratamento para remoção de resíduos (lavagem de floculadores, decantadores e filtros) e vazamentos nas unidades e/ou tubulações. (ACHON et al., 2013). O lodo é definido como resíduo sólido, e, portanto, deve estar em consonância com os preceitos da Lei 12.305/2010 (BRASIL, 2010) e da série de normas NBR 10.004/2004, elaboradas pela ABNT (2004).

A composição do lodo de ETAs é muito complexa e formada por partículas pequenas com arranjo que pode dificultar a remoção de água. (WASSERMAN et al., 2019). Além disso, a sedimentação das partículas, que passam a ocupar os vazios da massa sólida, dificulta a passagem da água livre. Como o volume de lodo produzido pelas ETAs é elevado, a destinação direta em aterros torna-se inviável. (SILVEIRA, 2012). Nesse sentido, um dos problemas mais sérios é a redução do volume de lodo gerado nas ETAs. Esta redução pode ser realizada com a remoção da água livre e nos interstícios dos sólidos através de sistemas naturais ou mecânicos. (RAFIQUE et al., 2019). A remoção natural de água livre dos resíduos de ETAs pode ser realizada por sistemas naturais de redução de volume, que são as lagoas de lodo e os leitos de drenagem. A tecnologia de leitos de drenagem tem sido utilizada desde o início do século XX e, então, vem sendo aplicada praticamente sem mudanças consideráveis em sua estrutura física. Nos sistemas tradicionais a estrutura é formada basicamente de: camada suporte; meio filtrante e sistema dreno. (ACHON et al., 2008). Vale salientar que, esse sistema de tratamento de resíduos de ETAs possui grande potencial de aplicação, principalmente devido a disponibilidade de área, condições climáticas favoráveis e por ser um sistema de baixo custo, que não necessita de produtos químicos e energia elétrica.

Nesse contexto, esse trabalho tem por objetivo avaliar o uso de leito de drenagem para o desaguamento de lodos provenientes da Estação de Tratamento de Água da cidade de Ouro Branco, Minas Gerais. Para isso, foi construído um leito de drenagem para avaliar a redução de volume de lodo e água recuperada, mudanças de cor, pH, concentração de sólidos totais, turbidez e o teor de alumínio na água residual.

Autores: Renan Gabriel Condé Santos; Bruna Ribeiro Vieira; Gabrielle Louize Lopes Esteves; Leticia Ferreira de Oliveira; Luiz Gustavo Santos Miguel; Maria Eduarda Leão Dutra e Marcelo da Silva Batista.

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