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Tratamento de efluente têxtil e a ação de diferentes tipos de coagulantes orgânicos e inorgânicos

Resumo

Tratamento de efluente têxtil  – A indústria têxtil no Brasil atingiu o ápice do desenvolvimento e da modernização após a 2° Guerra Mundial. Mesmo com as melhorias, atualmente a confecção ainda utiliza grande volume de água no processo industrial, tendo ao final da produção um efluente com grande quantidade de sólidos suspensos e forte coloração, que demanda de tratamento. Visando à minimização do impacto ambiental, o presente trabalho tem como objetivo analisar e comparar a eficiência dos coagulantes orgânicos semente de Moringa oleifera e Tanino (Tanfloc SG), e dos coagulantes inorgânicos Sulfato de Alumínio e Bufloc 5122 puro, além do seu funcionamento com o auxiliar Bufloc 5188 aplicados ao efluente têxtil. Utilizou-se a metodologia de testes em jarros, com o intuito de simular os processos de coagulação, floculação e sedimentação e os parâmetros analisados foram turbidez, pH, condutividade elétrica e sólidos totais dissolvidos. Para o pH todos os tratamentos apresentaram diminuição em relação ao efluente bruto com exceção ao Bufloc onde observou-se que pode haver a necessidade de um controle de pH pois a aplicação dos coagulantes obteve valores inferiores a 6,8, podendo ficar em desacordo com a resolução do CONAMA 430 que estabelece pH para o lançamento em corpos hídricos entre 5 e 9. Em relação à turbidez, os tratamentos com Sulfato de Alumínio e Moringa oleifera obtiveram uma taxa de remoção superior a 90%; já o tratamento com Tanino atingiu uma remoção de 83% e os resultados mostraram que o coagulante Bufloc 5122 não apresentou a necessidade de um coagulante auxiliar, pois ambos os tratamentos apresentaram redução média de 85%. Destaca-se, portanto, a aplicabilidade do coagulante orgânico uma vez que obteve resultados semelhantes ao do coagulante inorgânico.

Introdução

A indústria têxtil no Brasil, representa uma das últimas cadeias têxtis mais completas do ocidente, tendo produções desde as fibras até as confecções. O setor gera em torno de 1,7 milhões de empregos diretos e mais de 4 milhões quando considerado os indiretos. Atualmente representa 16,7% dos empregos gerados no país (ABIT, 2020) e associado ao crescimento econômico ocorre também o aumento da demanda de água com recurso, visto que o setor têxtil utiliza aproximadamente 15% da água no que se refere ao consumo industrial como um todo (TOLEDO, 2004).

Uma vez que um dos maiores desafios enfrentados pela indústria têxtil é a recirculação e recuperação de água (MACHADO e FERREIRA, 2017), faz-se necessário estudos de diferentes possibilidades que venham agregar ao tratamento do efluente. Com dada amplitude, segundo Porto e Schoental (2013), os processos que utilizam grande volume de água são nos de tingimento, lavagem e acabamento, tendo como consequência subprodutos com forte coloração e grande quantidade de sólidos suspensos.

Em razão disso, há a necessidade de um tratamento adequado ao efluente gerado para que não ocorra a poluição dos corpos hídricos receptores por meio desses contaminantes. A busca por alternativas para minimizar o impacto produzido por este tipo de efluente no meio ambiente torna-se de grande importância. O uso de polímeros no tratamento de água possui diversas vantagens como o baixo custo e efetividade em uma ampla faixa de pH, além disso dispõem de tecnologias que aceleram o processo de sedimentação (DUMKE et al. 2015). A aplicação de coagulantes catiônicos possibilita a neutralização de cargas de partículas presentes na água sendo mais eficientes na formação de coágulos e flóculos.

O uso de diferentes tipos de coagulantes inorgânicos além de terem baixo custo possuem boa eficácia no processo de coagulação, proporcionando assim, êxito nas etapas do tratamento (BARBOSA et al., 2019). Outra opção é o estudo sobre o uso dos coagulantes orgânicos trabalhando como substitutos ou auxiliares aos coagulantes inorgânicos já utilizados durante o tratamento, pois apresentam  benefícios por serem biodegradáveis, por resultarem uma menor geração de lodo e por não serem tóxicos (LIMA JÚNIOR; ABREU, 2018).

Desta maneira, o presente trabalho tem como intuito analisar a eficiência do coagulante inorgânico Sulfato de Alumínio e Bufloc, e dos coagulantes orgânicos Moringa oleifera e Tanino quando associados ao tratamento do efluente proveniente de uma industrial têxtil.

Autores: Mariana Fernandes Alves, Higor Aparecido Nunes de Oliveira, Fellipe Jhordã Ladeia Janz, Julio Cesar Angelo Borges e Edilaine Regina Pereira.

 Tratamento de efluente têxtil


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