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Tratamento de águas residuárias domésticas por zona de raízes de macrófitas em uma residência na cidade de Marabá-PA

Resumo

A ausência do tratamento de esgoto está entre os principais problemas sanitários da população. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2010), no Brasil, 39% da população não possui rede coletora de esgoto nem ao menos fossa séptica. Houve um significativo crescimento (45,3% para 61,8%) da proporção de domicílios com saneamento adequado entre 1991 e 2010. Apesar desse crescimento, a carência de tratamento de esgoto ainda é uma problemática socioambiental. Isto se deve sobretudo ao elevado custo das instalações de redes coletoras de esgoto e dos sistemas de tratamento do mesmo e a complexidade em acompanhar na mesma proporção à oferta de tratamento de esgoto com o crescimento da população, além da imperícia política. À vista disso, a aplicação de sistemas naturais no tratamento de esgotos, empregados sob a óptica da descentralização, vem despontando como uma alternativa tecnológica sustentável, como no caso das estações de tratamento de esgoto por zona de raízes (ETEZR). A ETEZR são sistemas naturais compostos por biofiltros associados a plantas macrófitas. Esta tecnologia das Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) por zona de raízes é uma alternativa a ser utilizada em regiões não atendidas por redes coletoras de esgoto, sendo composta por filtros físico-biológicos composto por seixo e areia e plantados com macrófitas, onde ocorrem processos aeróbicos e anaeróbicos do tratamento. Nesse sentido, o trabalho teve como pragmático principal implantar e avaliar um sistema de tratamento de efluentes sanitários do tipo zona de raízes instalado em uma residência localizada no município de Marabá-PA, abrangendo como parâmetros principais: DBO, Fósforo, Nitrogênio e Coliformes Termotolerantes. A ETE apresentou eficiência média na redução de 81,2% para DBO, 60% para fósforo total, 68,7% para nitrogênio total e 99,2% para coliformes termotolerantes. Diante dos resultados apresentados e de comparativos com literaturas infere-se que a ETE avaliada apresenta relevante desempenho para capacidade de remoção desses parâmetros, adequando-se como tecnologia apropriada para o tratamento de esgotos domésticos em pequenas comunidades.

Introdução

Um dos maiores problemas ambientais da população brasileira é a falta de tratamento dos esgotos domésticos urbanos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2010), no Brasil, 39% da população não possui rede coletora de esgoto nem ao menos fossa séptica. Houve um significativo crescimento (45,3% para 61,8%) da proporção de domicílios com saneamento adequado entre 1991 e 2010. Apesar desse crescimento, a carência de tratamento de esgoto ainda é uma problemática socioambiental. Isto se deve, sobretudo ao elevado custo das instalações de redes coletoras de esgoto e dos sistemas de tratamento do mesmo e a complexidade em acompanhar na mesma proporção à oferta de tratamento de esgoto com o crescimento da população, além da imperícia política.

A falta de saneamento básico gera consigo problemas socioambientais, afetando não só a saúde da população como também o meio ambiente. Geralmente o destino final do esgoto doméstico são as fossas negras, córregos, rios, entre outros, ocasionando a poluição dos corpos receptores e consequentemente prejuízos à vida aquática. O tratamento de esgoto contribui na prevenção de doenças e reduz o risco de contaminação das águas utilizadas para o consumo humano. Devido à falta de saneamento básico vê-se necessidade em adaptar e implantar sistemas alternativos de tratamento de efluentes para inúmeras comunidades com a finalidade de melhorar as condições ambientais e sanitárias do país.

Uma alternativa para as comunidades destituídas de saneamento básico são os sistemas de tratamento de efluentes descentralizados. Dentre estes se destacam os “wetlands” construídos, onde no dado trabalho receberá o nome de Estação de Tratamento de Esgoto por Zona de Raízes (ETEZR).

A ETEZR é um wetland construído, composto por meios suporte e com vegetação em sua superfície. Próximo as raízes das plantas ocorre a adesão de microrganismos formando um biofilme que auxilia na depuração do esgoto, sendo nesta região que ocorrem associações e reações importantes, o que dá o nome do sistema como zona de raízes (SCHÖN,2011).

As ETEZR são sistemas naturais compostos por biofiltros associados a plantas macrófitas. Esta tecnologia das Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) por zona de raízes é uma alternativa a ser utilizada em regiões não atendidas por redes coletoras de esgoto, sendo constituída por filtros físico-biológicos composto por seixo e areia e plantados com macrófitas que são vegetais que apresentam boa tolerância a saturação de água.O esgoto após passar pelas bombonas que atuam como fossas sépticas onde decantam os sólidos mais grosseiros, percola por estas partículas (areia e seixo) formando um biofiltro, onde a matéria orgânica sofre degradação pela ação dos microorganismos aeróbios e anaeróbios.

Este trabalho contém estudos realizados na Estação de Tratamento de Esgoto por Zona de Raízes (ETEZR) construída em uma residência, localizada na periferia da cidade de Marabá- PA, onde não há sistema de coleta e tratamento de efluentes domésticos. Assim, o destino das águas residuárias na residência antes do projeto era seu lançamento em uma fossa negra.

O projeto foi executado em etapas; na primeira, realizou-se a pesquisa de preços dos matérias a serem utilizados na construção do sistema de tratamento, a segunda etapa constituiu-se do dimensionamento da ETEZR, a terceira etapa realizou-se a construção da ETEZR , na quarta etapa se deu a escolha da macrófita utilizada no sistema para a realização da filtragem dos efluentes pela zona de raízes e na quinta e última etapa foram analisados em laboratório os parâmetros: DBO, Fósforo, Nitrogênio e Coliformes Termotolerantes presentes no esgoto. Assim, O projeto de construção da Estação de Tratamento de Esgoto, mostrou resultados positivos apresentando-se eficiente e viável economicamente além de ser uma tecnologia de baixo custo e, com eficiência comprovada em inúmeros trabalhos.

Autores: Larissa Saiure Moraes da Silva; Kézia Eugênia da Silva Nunes; Aline Souza Sardinha e Jamerson Silva Soares.

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