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Tecnologia em rede na gestão da água

Resumo: Este trabalho apresenta e analisa diversos aspectos relativos à operação e desempenho de sistema em redes com ênfase em serviços tecnológicos, utilizando a experiência vivenciada na Rede de Saneamento e Abastecimento de Água (RESAG), do Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec). A Resag é parte do Sibratec – MCTI e se constitui na união sinérgica de laboratórios brasileiros com capacitação no desenvolvimento e oferta de serviços tecnológicos às empresas, em especial às micro, pequena e mé- dia empresas. Suas atividades são realizadas, nesta primeira fase, por um conjunto de 37 laboratórios de 19 organizações distribuídas em 10 Estados do Brasil, com 307 membros sob a coordenação da Rede Metrológica de São Paulo – Remesp, gerando resultados importantes nessa área ao País. São apresentadas as diretrizes de formação da Resag, critérios, estruturação e funcionamento que propiciaram o alcance das metas, conforme resultados apresentados, obtidos nos primeiros quatro anos de sua existência, conforme apresentado. A percepção do potencial do modelo em rede para o alcance dos benefícios gerados em uma atuação em rede foi o motivador inicial da elaboração deste trabalho. A Teoria dos Atores em Rede – Actor-Network Theory apresenta, em conjunto com outros autores, aspectos relevantes na gestão de redes, em sua estruturação e funcionamento. Os benefícios de atuação em rede são visíveis, porém deve-se atentar aos fatores de influência internos e externos para o sucesso no alcance das metas. Temas transversais como o da rede de saneamento e abastecimento de água demandam uma visão de conjunto e uma ação articulada entre vários atores e a melhor integração entre eles e, nesse contexto, é estratégico que existam laboratórios atuantes em patamares de qualidade adequados em todo o território nacional.

Introdução: Este trabalho apresenta e analisa diversos aspectos relativos à operação e desempenho de sistema em redes em tecnologia industrial básica, compreendendo diferentes atores, com ênfase em serviços tecnológicos, utilizando a experiência vivenciada na Rede de Saneamento e Abastecimento de Água, do Sistema Brasileiro de Tecnologia. Sistema Brasileiro de Tecnologia O Sistema Brasileiro de Tecnologia – SIBRATEC é um programa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, criado para apoiar atividades de P&D voltadas à inovação em produtos e processos, em consonância com as prioridades das políticas industrial, tecnológica e de comércio exterior, para aumentar a competitividade e a taxa de inovação das empresas brasileiras, atuando como instrumento de articulação e aproximação da comunidade científica e tecnológica e as empresas. A sua organização se dá por meio de três tipos de Redes: Redes de Centros de Inovação, Redes de Serviços Tecnológicos e Redes de Extensão Tecnológica. Redes em Tecnologia A visão dos benefícios advindos da combinação de competências é evidenciada por vários autores e consistente com a de renomados historiadores como Toynbee, que relaciona o êxito de uma nação com a sua capacidade de utilizar e combinar adequadamente os seus recursos, satisfazendo aos anseios da sociedade. A convergência da evolução social e de tecnologias como a de informação cria uma base para o desempenho de atividades em toda estrutura social, como avaliado por estudiosos na área de ciência da informação, entre eles (TARAPANOFF, 2001). Segundo essa autora, redes são sistemas abertos altamente dinâmicos e receptivos à inovação e apropriados à economia capitalista (TARAPANOFF, 2001). Essa base conceitual de redes é aplicável ao desenvolvimento em P&D e de tecnologias relacionadas com a geração de produtos tecnológicos, como os considerados nesta pesquisa. Autores de diversas áreas vêm ressaltando a tendência geral da sociedade contemporânea de se organizar em formatos de rede. É essa a conclusão, entre outros, do conhecido sociólogo Castells (1999) ao dizer que redes constituem a nova morfologia social de nossas sociedades. Investigações empíricas recentes, compiladas em estudo voltado a formas organizacionais facilitadoras da inovação, reforçam esse argumento, ao demonstrar que relacionamentos interorganizacionais acarretam benefícios diversos em termos de: (I) difusão da informação; (II) compartilhamento de recursos; (III) acesso a ativos especializados; e (IV) aprendizagem entre organizações (POWELL; GRODAL, 2005). A percepção do potencial do modelo em rede para o alcance de benefícios foi o motivador para considerar desse tipo de arranjo interinstitucional, como resposta ao desafio de elevação geral do padrão laboratorial nacional voltado à qualidade da água, levando em conta o porte e a diversidade regional do País. Cada vez mais a tendência mundial é de agregar, somar e potencializar as competências disponíveis, procurando obter resultados no menor espaço de tempo e com o menor dispêndio financeiro possível. Ao se tentar estabelecer um elo entre o conhecimento e as situações práticas existentes no ambiente tecnológico, observa-se a existência de particularidades que devem ser cuidadosamente tratadas para que haja efetividade nas ações integradas entre pessoas e grupos, principalmente quando estes são oriundos de organizações diferentes. Nesse ambiente, as configurações em rede podem assumir um papel fundamental. (…)

Autores: Vera Maria Lopes Ponçano e Natália Aparecida Braconaro de Araujo.

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