Nos tempos coloniais, o Rio Pinheiros era chamado de Jurubatuba, palavra que em tupi significa lugar com muitas palmeiras jerivás, pela junção dos termos jeri’wa ( jerivá) e tyba (ajuntamento).
No entanto, e ainda de acordo com inventários coloniais, uma aldeia indígena em suas margens recebeu o nome de Pinheiros, porque ficava em uma região rica em árvores de espinho, que alguns estudiosos afirmam ser araucárias.
Como a referência espacial a esse local era frequente – constituía um ponto de partida de viagens para o sertão – o rio também passou a ser chamado de Pinheiros. Em sua formação original, o rio Pinheiros, formado pelo encontro do rio Guarapiranga com o rio Grande, corria por uma planície aluvial até desaguar no rio Tietê.
Em razão da pouca declividade, seu fluxo lento serpenteava por meandros em uma superfície que continha inundações periódicas, absorvidas então pelas várzeas permeáveis.
Até o início do século XX, essas várzeas foram principalmente utilizadas para extração de areia e argila e, portanto, juntamente com as inundações, havia pouco incentivo à expansão da cidade, que se expandiu inicialmente no entorno do rio Tamanduateí e nos platôs que antecedem o espigão da atual avenida Paulista.
Além de pequenas olarias, chácaras e sítios que povoavam suas margens, o rio sinuoso era usado apenas para esporte e lazer. Hoje, o rio Pinheiros, já retificado e transformado em um canal, é ladeado pela chamada via marginal expressa, um dos principais eixos viários da cidade.
Assim, está reduzido a uma paisagem que evidencia a incapacidade de compatibilizar o crescimento demográfico, a demanda por infraestrutura e edificações de todo tipo com cuidados ambientais, equidade social e qualidade de vida que a sociedade demanda.
Conhecer a história da região e a dinâmica de sua transformação ajuda muito a estabelecer estratégias de recuperação das águas, de adequação de seus usos e de revitalização do território que define esse rio e seus afluentes.
Fonte: Águas Claras do Rio Pinheiros