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Reúso da água de chuva: uma alternativa sustentável para os períodos de escassez hídrica

Resumo

Os impactos das atividades antrópicas sobre os ecossistemas terrestres com efeitos dos desmatamentos, exploração madeireira, queimadas, impermeabilização do solo, contaminação de mananciais, entre outros, causam mudanças ambientais que afetam negativamente o planeta e os seres vivos. Estas mudanças incluem a perda da capacidade produtiva dos ecossistemas, problemas atmosféricos e contribuição ao efeito estufa. O reúso da água de chuva entra nesse cenário para ajudar na manutenção e conservação da água. Através da construção de sistemas hidráulicos para captação da chuva e a conscientização da população com este problema é possível minimizar os efeitos da escassez de água no planeta. Com isso visou-se expor neste trabalho o cenário das condições hídricas atuais do Brasil e a utilização do reúso da água de chuva como alternativa sustentável para os períodos de escassez.

Introdução

O conceito de desenvolvimento sustentável foi introduzido numa versão moderna pelo relatório “Nosso Futuro Comum”, preparado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento publicado em 1987, e coordenado pela Dra. Gro Harlem Brundtland (WCED, 1987).

Essa conceituação abrange um grande leque de relações entre o homem e a natureza. Quando olhado de uma forma global, entende-se que a espécie humana deve utilizar os recursos naturais de forma a não alterar as atuais condições de equilíbrio planetário, o qual depende fundamentalmente do equilíbrio climático e da biodiversidade existente.

A ação humana tem contribuído decisivamente para as mudanças climáticas, em razão da emissão de gases que provocam o aquecimento e têm gerado a intensificação do efeito estufa, com isso, em dezembro de 2015 realizou-se em Paris, França a 21ª Conferência das Partes (COP-21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), onde buscou alcançar um novo acordo internacional sobre o clima, aplicável a todos os países, com o objetivo de manter o aquecimento global abaixo dos 2°C. O texto final determina, no que diz respeito ao financiamento climático, que os países desenvolvidos deverão investir 100 bilhões de dólares por ano em medidas de combate à mudança do clima e adaptação em países em desenvolvimento (ONUBR, 2016).

Essas alterações ambientais podem desencadear mudanças nos regimes de chuvas, a que se atribui uma frequência maior de eventos extremos como inundações e secas, com efeitos na oferta de água (MARENGO et al., 2015). Neste sentido, Salati (2015), ressalta que a água se apresenta como um fator fundamental tanto para a manutenção dos ecossistemas naturais como também para os ecossistemas produtivos, identificados como produtores de alimentos por meio de atividades humanas. Qualquer modificação na oferta natural de água em decorrência de mudanças climáticas poderá trazer profundas oscilações tanto no equilíbrio dinâmico dos ecossistemas naturais como na produtividade agrícola, com sérias consequências econômicas e sociais.

Em decorrência destes fatores, o Brasil vem passando por oscilações nos períodos de chuva, o que reverte fundamentalmente na reposição das bacias hidrográficas e na distribuição de água para a população, as medidas de mitigação devem ir muito além de ações das concessionárias de abastecimento; é fundamental o envolvimento de uma ampla rede de atores governamentais e não governamentais para garantir a segurança da população, incluindo o direito ao abastecimento de água para consumo, à saúde e ao emprego. Uma das medidas viáveis para o enfrentamento da escassez hídrica é o aproveitamento de água de chuva para fins não potáveis.

Um relatório do Programa Conjunto de Monitoramento de Abastecimento de Água e Saneamento (UNICEF, 2012) aponta que aproximadamente 1,3% da população mundial utiliza a água de chuva como principal fonte para uso doméstico. Nos países em desenvolvimento, 2,4% da população rural, ou seja, mais de 76 milhões de pessoas em todo o mundo dependem da água de chuva, e em muitos casos esta água é usada até para consumo humano.

Este trabalho tem o objetivo de expor o cenário das condições hídricas atuais do Brasil e a utilização do reúso da água de chuva como alternativa sustentável para os períodos de escassez.

Autores: Tatiana Martinez Moreira e Emília Satoshi Miyamaru Seo.

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