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Uso de reator com fungos para tratamento de água residuária têxtil e viabilidade de reúso do efluente final em reúso macrointerno

Resumo

A demanda elevada de água na indústria têxtil gera grande volume de águas residuárias, fazendo com que o reúso de águas seja uma ferramenta indispensável em face da escassez deste recurso. Um reator em bateladas sequenciais com biomassa imobilizada de Aspergillus niger AN400 foi alimentado com água residuária têxtil sintética. Foi verificada a viabilidade do uso do efluente tratado em atividades de reúso macrointerno. A água residuária sintética continha corante índigo carmim (100 mg.L-1). No efluente final havia 14 mg.L-1 do corante, o que resultou em eficiência média de remoção de 86%. Para matéria orgânica solúvel e particulada, foram observadas no efluente final 1303 mg.L-1 e 1167 mg.L-1, com percentuais de remoção 52% e 43%, respectivamente. O valor médio de turbidez no efluente final foi de 51,5 UT e, com exceção dos primeiros 4 ciclos, o pH manteve-se estável, com valor em torno de 3,64. O levantamento das diferentes atividades de produção têxtil e da qualidade requerida para a água de reúso indicou a possibilidade do uso do efluente obtido nas atividades de lavagem de equipamentos do processo têxtil.

Introdução

A água é o insumo básico de quase todos os processos industriais. o setor industrial têxtil consome aproximadamente 15% da água, sendo a tinturaria e o acabamento os processos de produção que mais apresentam contaminantes em seus efluentes, em comparação com outras etapas. (TOLEDO, 2004; FUJISAWA; LAMAS, 2011).

O tratamento dos efluentes têxteis é de suma importância, tanto pela presença de corantes como também de outras substâncias contidas no meio. Os corantes, por serem recalcitrantes, não são degradados facilmente em técnicas convencionais de degradação, e ao longo do tempo diversas pesquisas têm mostrado a versatilidade de fungos e bactérias em decompor estes compostos por meio do tratamento biológico (ERDUNLU et al., 2012; ALMEIDA et al., 2012).

Os fungos são conhecidos por possuírem a capacidade de degradar substâncias persistentes, como fármacos, pesticidas, corantes e outros compostos recalcitrantes, por meio do auxílio de enzimas que são produzidas por eles (DULLIUS, 2004).

Autores: Gustavo Evangelista dos Santos; Patrícia Celestino Carvalho de Oliveira; Carlos Ronald Pessoa Wanderley; Glória Marinho e Kelly Rodrigues.

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