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Quantificação da produção de lodo no processo de tratamento de água como parâmetro de avaliação da Bacia hidrográfica do rio São Sebastião de Cima, Santa Maria de Jetibá, ES

Resumo

Este trabalho objetivou mensurar o impacto da degradação da Bacia Hidrográfica do Rio São Sebastião de Cima, a partir do ponto de captação de água da Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN) em Santa Maria de Jetibá, Espírito Santo, através da estimativa da produção de lodo seco de ETA. Os dados de Controle Diário de Operação de ETA e da Apuração II foram obtidos junto à Cesan e os Pluviométricos no HIDROWEB. Constatou-se que durante o período de Janeiro de 2000 a Dezembro de 2014, foram geradas 505,216 toneladas de lodo seco estimado de ETA, para a produção de 7.330.693 m³ de água potável. Iniciou-se o período com uma geração média estimada de lodo seco de ETA, do ano 2000, de 33,96 g/m³. A menor média obtida foi no ano 2006 com 22,22 g/m³, e a maior no ano 2013 com 128,87 g/m³, e a média do período, foi de 63,66 g/m³, demostrando um aumento significativo na relação g/m³, caracterizado pela crescente degradação da Bacia Hidrográfica, fruto da não observância da vocação natural dos recursos naturais que tem gerado altos custos econômicos, sociais e ambientais. Evidenciou-se que, quanto maior a precipitação, maior a presença de sedimentos no manancial, e maior a produção de lodo de ETA, lodo este, cuja formação mantém uma relação direta com a inexistência das matas ciliares em vários trechos do Rio São Sebastião de Cima, manejo inadequado do solo, uso e ocupação das áreas com declividade superior a 45°, e topo de morros culminando na elevação da turbidez.

Introdução

A água é essencial à vida na terra por suas diversas formas de utilização, sobretudo para dessedentação, sendo que para este fim, a mesma deve ser potável (MACHADO, 2003). A contaminação da água está diretamente ligada à degradação ambiental nas Bacias Hidrográficas, causada pelo desflorestamento e principalmente pela retirada das matas ciliares, gerando assoreamento das calhas dos rios, aumentando a turbidez, reduzindo o volume dos mananciais, associado ao lançamento de esgotos domésticos e industriais nos rios, tornando-a inviável ao consumo humano (TUNDISI et al., 2008).

Nasce daí a necessidade de um Sistema de Abastecimento de Água, que pode ser projetado para atender a um vilarejo ou a uma cidade, variando nas dimensões de suas instalações de tratamento da água (NBR-12.216, 1992; FUNASA, 2006). O grau de conservação da Bacia Hidrográfica influência nos custos de implantação de um sistema de abastecimento de água. Para Reis (2004), os investimentos em estruturas de engenharia civil são insuficientes para garantir a disponibilidade de água potável à população.

O desenvolvimento econômico está associado ao suprimento de água para os diversos setores da sociedade (BORSOI; TORRES, 1997). A não observância da vocação natural dos recursos hídricos tem gerado altos custos econômicos, sociais e ambientais, pois a não proteção dos mananciais interfere na qualidade e quantidade da matéria prima.

Neste contexto, este trabalho objetivou mensurar o impacto da degradação da Bacia Hidrográfica do Rio São Sebastião de Cima, a partir do ponto de captação de água da CESAN em Santa Maria de Jetibá, Espírito Santo, através da estimativa da produção de lodo seco de ETA, usando formula empírica.

Autores: Josivane Flávio de Lima Soares; Antônio Carlos Domingos; Wanderson de Paula Pinto e Gemael Barbosa de Lima.

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