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PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS APLICADOS AO TRATAMENTO DE VINHAÇA

RESUMO

O principal resíduo gerado no processo produtivo do etanol é a vinhaça.
Dentre as tecnologias mais promissoras para um tratamento de efluentes orgânicos,
estão os denominados processos oxidativos avançados (POA). O presente estudo,
aborda o tratamento de vinhaça pelos processos peroxidação foto-assistida (UV/H2O2)
e foto-Fenton, em um reator fotoquímico equipado com lâmpada emitindo em 254 nm.
Amostras foram retiradas ao longo dos processos de degradação para realização de
análises de carbono orgânico total, turbidez e cor. Os resultados confirmam que os
processos oxidativos avançados são eficientes na degradação do principal resíduo da
produção de etanol, obtendo remoção de carbono orgânico total (COT) superior a
25%, após duas horas de irradiação.

1. INTRODUÇÃO

Considerado o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, o Brasil produz anualmente
milhões de litros de etanol, um biocombustível de fonte alternativa ao petróleo. Segundo a
União de Indústria de Cana-de-Açúcar – UNICA (2017), na safra 2016/2017, foram
produzidos 651 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, gerando um total de 27 milhões de
metros cúbicos de etanol. O principal resíduo gerado no processo produtivo do etanol é a
vinhaça.

A vinhaça é caracterizada como efluente de destilarias com alto poder poluente e alto
valor fertilizante; o poder poluente decorre da sua riqueza em matéria orgânica, baixo pH,
elevada corrosividade e altos índices de demanda bioquímica de oxigênio (DBO) (Freire;
Cortez, 2000 apud Silva et al., 2007). A grande concentração de matéria orgânica indica o
potencial poluidor desse resíduo, que na falta de um manejo adequado pode ocasionar
problemas irreparáveis ao meio ambiente.

Devido à necessidade de tratamentos mais eficientes dos efluentes orgânicos, novas
tecnologias têm sido desenvolvidas. Dentre estas, estão os denominados processos oxidativos
avançados (POA), que são caracterizados pela geração de radical hidroxila (•OH), capazes
degradar uma grande variedade de compostos orgânicos. Recentemente pesquisadores têm se
dedicado a investigar a degradação da vinhaça por meio de processos oxidativos avançados.
Fagier et al (2016) estudaram a degradação da vinhaça pelos POAs persulfato (PS)+ferro
(PS/Fe) e peroximonossulfato (PMS)+ferro (PMS/Fe), os autores observaram remoção de
carbono orgânico total (TOC) de aproximadamente 49% e 70%. Hadavifar et al. (2016)
investigaram a remoção de cor e de demanda química de oxigênio (DQO) da vinhaça por
ozonização e mostraram que este processo oxidativo avançado é mais eficiente na remoção de
cor ≈ 74% em relação a remoção de DQO, apenas 25%. Santos et al (2003) mostraram que a
ozonização em meio ácido é capaz de remover compostos fenólicos da vinhaça, bem como
aumentar sua biodegradabilidade.

Entretanto, ainda são escassos na literatura trabalhos dedicados a estudar o tratamento
da vinhaça por processos oxidativos avançados. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi
investigar o tratamento da vinhaça pelos processos oxidativos avançados peroxidação
fotoassistida (UV/H2O2) e foto-Fenton.

Autores: FRIAS YA e PARIZI MPS

 

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