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Problemas dos efluentes da indústria alimentícia

Devido à sua particular conexão com a saúde pública, a indústria alimentícia tem uma longa história de vigilância das suas atividades por órgãos locais, estaduais e federais, de modo que o uso de produtos químicos para o tratamento dessas águas é mais limitado a indústria de alimentos do que em outras grandes indústrias consumidoras de água.

Os dados sobre o consumo variam amplamente entre os diferentes subsetores, também de acordo com o(s) produto(s) produzido(s), a tecnologia de processamento, a sazonalidade, etc.

Os poluentes que predominam nesses efluentes são os apresentados abaixo:

Os dados de consumo variam amplamente entre os diferentes subsetores, também de acordo com os produtos produzido, a tecnologia de processamento, a sazonalidade, etc.

Os poluentes que predominam nesses efluentes são os apresentados abaixo:

  • Resíduos de animais e vegetais: carne, ossos, pelos, fibras vegetais, etc.
  • Materiais em suspensão procedentes de arrastos e lavagem: terra, areia, argila, partículas insolúveis.
  • Produtos perecíveis: Gorduras, açúcares, dextrinas, proteínas, fermentos, resíduos líquidos vegetais.
  • Diversos materiais dissolventes: sais dissolvidos, pesticidas em maior ou menor quantidade de acordo com a sua solubilidade em água, etc.

Embora haja grandes variações nas fases de produção em cada um desses setores da indústria, há várias operações comuns na unidade. Os processos de produção normalmente consistem nas seguintes fases: lavagem da matéria prima, eliminação da parte não comestível, preparação do produto alimentício e embalagens.

A distribuição de água nas fábricas de processamento de alimentos, pode ser classificada de acordo com seu destino em três categorias: água potável (para consumo humano), água de resfriamento e caldeiras e água de processo. A água de processo inclui todas as operações que são realizadas nas matérias-primas para a obtenção do produto final, tais como lavagem de matérias-primas e equipamentos de processamento, dissolução ou extração de compostos e purificação do produto final. A água de refrigeração pode ser usada para operar equipamentos de refrigeração, condensar o vapor dos evaporadores ou turbinas e para resfriar equipamentos de processo.

A distribuição percentual varia consideravelmente de um máximo em cerca de 60% usado para água de processo na indústria de processamento de carne e aves, para um mínimo de 15% na indústria açucareira. No entanto, 75% da água utilizada na indústria açucareira é para fins de refrigeração, enquanto a indústria de processamento de carne e aves usa apenas 25% para este fim. O restante podendo chegar até 100%, corresponde ao padrão de água para o consumo humano.

As características das descargas na elaboração de produtos alimentícios são extremamente variáveis. O DBO5 pode estar entre 100 mg/L e 100 g/L. Os sólidos em suspensão, quase completamente ausentes em algumas descargas ou até 120 g/L em outras. A descarga pode ser muito alcalina (pH 11,0) ou muito ácida (pH 3,5). Pode haver nutrientes minerais em excesso ou defeito na proporção necessária para obter boas condições para o tratamento biológico. Da mesma forma, o volume de descargas pode ser quase nulo em algumas indústrias, mas chegam a milhares de metros cúbicos por dia em outras.

Este tipo de atividade que opera com produtos destinados basicamente ao consumo humano, caracteriza-se pelo uso de grandes volumes de água e pela alta carga poluente de suas descargas, basicamente orgânicas e às vezes minerais. Além disso, as descargas dessas indústrias geralmente carecem de produtos tóxicos, portanto seu tratamento deve ser baseado em procedimentos físico-químicos nos estágios iniciais e, depois, em sistemas biológicos.

A Figura 1 mostra um exemplo do tratamento de efluentes industriais da indústria alimentícia, distinguindo três linhas diferentes, dependendo das características da água a ser tratada.

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Figura 1. Esquema proposto para o tratamento de efluentes da indústria alimentícia. (Adaptado de: Marín R. Processos Físicos Químicos no Tratamento de Água: Teoria, Prática e Problemas Resolvidos, Edições Diaz de Santos, Madri, 2012.)

 

Fonte: Mª Isabel Pariente [Grupo de Ingeniería Química y Ambiental (GIQA) Universidad Rey Juan Carlos], Weblog El Agua de Madri+d, adaptado por Portal Tratamento de Água

Traduzido por Gheorge Patrick Iwaki

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