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Pó da casca de ovo como adsorvente na remoção de íons cromato e dicromato como tecnologia terciária para tratamento de efluentes

Resumo

O tratamento terciário tanto para efluentes domésticos quanto para industriais, cada vez mais perdendo sua importância, sendo praticamente inexistente nas Estações de Tratamento de Efluentes (ETE’s), devido ao seu alto custo. Uma opção, no mínimo interessante, para diminuir o custo do tratamento terciário nas ETE’s e simultaneamente contribuir para a gestão de resíduos sólidos seria a utilização de um outro resíduo sólido, como tecnologia no processo terciário de tratamento de efluentes. Diante disso, este trabalho apresenta o estudo do pó da casca de ovo como adsorvente na remoção do CrVI. De início foram realizados testes visuais, em batelada, junto com espectrofotometria, cinética da reação e a interpretação da química analítica para soluções contendo íons cromato e dicromato em contato com o pó da casca de ovo. Para as condições estudadas constatou-se uma eficiência de remoção de 77% em massa de Crômio VI (Cr VI) adsorvido sobre o pó da casca de ovo. Tais resultados deixam claro o potencial para a utilização do pó da casca de ovo como parte do tratamento terciário de efluente para a remoção dos íons contendo Cr (VI).

Introdução

No Brasil, por exemplo, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE, 2017) são geradas cerca de 2 milhões de toneladas de resíduos de casca de ovo por ano (OLIVEIRA,2009). A disposição no descarte final deste material de resíduo sólido, onde geralmente é jogado em aterros ou lixões sem qualquer pré-tratamento, pode acarretar sérios problemas econômicos e ambientais, devido ao seu odor de biodegradação da membrana da casca, que pode atrair ratos, vermes, etc., trazendo riscos à saúde urbana (FERREIRA, 2008).

A casca tem como maior constituinte o carbonato de cálcio (CaCO3), sendo um cristal amorfo que ocorre naturalmente na forma de calcita (cristais hexagonais), apresentando maior estabilidade, resistência térmica, comparando-o ao produzido industrialmente, e baixa solubilidade em água (13 mg/L à 18ºC).

Este carbonato obtido da casca do ovo pode ser utilizado como diluente sólido em produtos farmacêuticos, cosméticos, odontológicos e suplementos alimentares (OLIVEIRA,2011).

O pó da casca de ovo, pode atuar como agente na remoção de metais pesados em meio aquoso. Demonstrou ser capaz de remover significativamente os íons chumbo de solução aquosa, podendo chegar a 72% de eficiência de acordo com o tempo de contato (VIEIRA,2004).

A utilização do cromo em empresas de curtumes deve-se ao tempo relativamente curto do processo. No entanto é utilizado cerca de 3 a 7 Kg de Crômio, e após passar por todos os processos libera em seus efluentes aproximadamente de 4 a 6 Kg de Cromo, de concentração 60 mg/L, segundo dados da CETESB (2014). Estes efluentes devem ser tratados adequadamente devido a sua alta toxicidade, para o qual tem apresentados diferentes técnicas de tratamento, as quais incluem a precipitação química, eletrodiálise, separação por membrana, troca iônica, absorção e adsorção (RODRÍGUEZ, Y.M., 2012).

Dentre esses métodos mencionados anteriormente, a absorção, além de ser uma alternativa econômica, possui um fácil manuseio e há um grande desenvolvimento de diversos agentes adsorventes de baixo custo (TOVAR, C. T., 2015). O qual se aplica a utilização do pó de casca de ovo e outros adsorventes.

Diante do que foi reportado, este trabalho tem como objetivo o específico estudo e a utilização do pó da casca de ovo como agente adsorvente no processo de tratamento de efluentes. Para que, combinado a resultados de pesquisas posteriores, alcançar o objetivo geral de construção de um filtro de alta eficiência para remoção de metais pesados e hormônios e utilização dessa tecnologia na Etapa de Tratamento Terciário.

Autores: Giovanna dos Santos Grous; Daniel Vieira Minegatti de Oliveira; Elisângela Edila Schneider; Rafael Resende Maldonado e Janaína dos Santos Ferreira.

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