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Otimização de estação de tratamento de água com reuso de efluentes no Balneário São Miguel, Biguaçu/SC

Resumo

Devido a crescente degradação dos mananciais situados próximos aos grandes centros urbanos, surgiu a necessidade de alteração na tecnologia de tratamento de diversas Estações de Tratamento de Água (ETAs) para ciclo completo, com uma etapa de clarificação anterior a filtração. Outra preocupação constante é a questão do lodo gerado, que muitas vezes não tem o destino adequado. O presente trabalho mostra o processo de otimização da ETA São Miguel, localizado no município de Biguaçu/SC, que tinha uma ETA de Filtração Lenta, sem tratamento de lodo e passou a contar com uma ETA de Ciclo Completo, com decantação, e posterior tratamento do lodo gerado, aproveitando a água para retorno a ETA e o destino correto do lodo adensado. O filtro lento foi adaptado para operar como reservatório e o efluente do processo de tratamento passou por desague e recirculação para ser reutilizado. As melhorias implantadas permitiram melhorar as condições de trabalho dos operadores, adequar a qualidade de água distribuída e finalizar as ocorrências de falta de água, o que possibilitou o inicio da cobrança do serviço prestado, além da licença ambiental de operação.

Introdução

O crescimento populacional traz consigo a necessidade de melhorias e ampliações nos serviços de abastecimento de água, os quais precisam garantir o fornecimento de água com qualidade e quantidade para a população abastecida. Diante disto, é interesse dos diversos envolvidos que o abastecimento seja realizado de maneira eficaz (KUSTERKO et al, 2017).

De acordo com a portaria MS 2.914/2011, toda estação de tratamento de água cuja captação é realizada em um manancial de superfície, deve obrigatoriamente, realizar o monitoramento dos padrões de qualidade da água filtrada e distribuída a cada duas horas. Além disso, a mesma Portaria traz que toda água provinda de manancial deve passar por processo de filtração.

De acordo com Di Bernardo, Dantas e Voltan (2012), não se deve preocupar apenas com a qualidade da água tratada, mas, também, com a da água bruta e dos produtos químicos empregados, com a otimização do processo produtivo e com a minimização, reciclagem/reuso e disposição final dos resíduos gerados no processo produtivo da água para abastecimento.

O processo de tratamento de água resulta em efluentes gerados nas etapas de floculação, decantação e filtração e sua adequada destinação final fica evidente quando observadas as Leis 9.433, de 8 de janeiro de 1997 – “Política Nacional de Recursos Hídricos”, a Lei 9.433 de Recursos Hídricos, Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 – “Crimes Ambientais” e Resolução CONAMA 430/2011 que dispõe sobre as condições mínimas de lançamento de efluentes. O gerenciamento de resíduos gerados em Estações de Tratamento de Água (ETA) é objeto de diversos estudos, e sua disposição de maneira indiscriminada constitui um grande passivo ambiental (LUSTOSA et al., 2016).

Devido a crescente degradação dos mananciais situados próximos aos grandes centros urbanos, surgiu a necessidade de alteração na tecnologia de tratamento de diversas Estações de Tratamento de Água (ETAs) no Estado de Santa Catarina, operados pela companhia Catarinense de águas e Saneamento (CASAN), que utilizavam a Filtração Lenta.

O SAA São Miguel, em Biguaçu/SC, foi doado para a CASAN em 2010, executado pela Prefeitura Municipal de Biguaçu com recursos da FUNASA. Não havia cobrança pelo serviço e o tratamento era composto por duas unidades de filtros lentos, com taxa de filtração de 5m3/m2.dia, resultando em uma vazão máxima de 13 litros/s. Na época, no SAA não possuía reservatório de água tratada, enfrentando muitos eventos de falta de água quando da lavagem dos filtros.

Este trabalho tem como objetivo apresentar os principais desafios observados durante a adequação do sistema de Tratamento de Água do Balneário São Miguel, em Biguaçu/SC, visando atender aos parâmetros de qualidade da Portaria MS 2914/2011. Como objetivos específicos, tem-se a implantação de ETA de ciclo completo, a adequação dos filtros existentes para reservatório de água tratada e o reuso de efluentes da ETA e avaliação da eficiência do tratamento implantado.

Autores: Sheila Karoline Kusterko e Rafael Luiz Prim.

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