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Mata Atlântica: os 3 fatos essenciais sobre esse bioma

O bioma, que atravessa o Brasil do Nordeste ao Sul, margeando a maior parte do litoral do país, tem uma enorme diversidade de fauna e flora. Porem, segue em constante ameaça de desmatamento.

Exuberante com suas florestas nativas e variados ecossistemas associados (manguezais, vegetação de restingas, campos de altitude, brejos), além de ser o lar de diversas espécies de animais, a Mata Atlântica é um bioma riquíssimo e único em sua natureza.

Sua importância é tanta que 27 de maio foi instituído como o Dia Nacional da Mata Atlântica por um Decreto Presidencial em 1999. O objetivo do Decreto era a conscientização da população quanto à necessidade de se preservar e proteger o que resta desse bioma.

Presente em 17 estados brasileiros e abrangendo cerca de 15% do território, a Mata Atlântica se estende principalmente por quase todo litoral. Isto inclui desde o Piauí até o Rio Grande do Sul. Como está presente em diferentes regiões do Brasil, possui variações em relação à fauna, vegetação, solo, relevo e características climáticas. Existem também alguns elementos comuns por todas as suas regiões, como explica o site da Fiocruz (instituição de pesquisa científica do governo federal brasileiro).

Localizado em sua maioria na região litorânea, foi o primeiro bioma ocupado desde o período colonial. Nele concentra-se o maior índice populacional: 72% dos brasileiros vivem nesta região. Por conta disso, também é uma das matas que menos possui sua vegetação original. Possui apenas cerca de 24% de suas florestas atuais. Esses dados são do Mapbiomas (rede multi-institucional que reúne universidades, instituições e empresas de tecnologia).

A National Geographic Brasil reuniu três fatos importantes sobre a Mata Atlântica. Assim fazem parte suas características principais e como está sua situação atual em relação a desmatamento e preservação.

1. Como foi a ocupação inicial da Mata Atlântica?

No início do século 16, quando os primeiros colonizadores portugueses desembarcaram no Brasil, a Mata Atlântica cobria mais de 1 milhão de km². Ao longo da ocupação do território, ainda no período colonial, as florestas da região começaram a ser desmatadas. Então deram lugar a plantações de cana-de-açúcar, de algodão e de café, entre outras. Além das árvores também darem espaço à criação de animais.

Com o início da urbanização, anos depois, a situação foi se agravando. Isto porque boa parte das cidades foram se desenvolvendo onde existia a Mata Atlântica. Como exemplo as maiores capitais do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife, de acordo com o site da Embrapa(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

2. Quais são as características gerais da fauna e flora da Mata Atlântica?

Conforme explica o site InVivo da Fiocruz, na Mata Atlântica já foram encontradas cerca de 260 espécies de mamíferos, 620 de aves, e 260 de anfíbios, além de muitos répteis e insetos. Além de abrigar grande parte dos animais ameaçados de extinção no Brasil, sendo o mais conhecido deles é o primata mico-leão-dourado.

Entre outros animais típicos desse bioma estão mamíferos como bichos-preguiça, furões e o muriqui-do-Sul (maior primata da América do Sul e também ameaçado de extinção); e ainda se destacam entre os répteis, o jacaré-do-papo-amarelo e a cobra coral. Já entre as aves, são notórios o pica-pau, a jacutinga e o gavião.

Quanto à vegetação, a Mata Atlântica tem desde árvores bem altas como o manacá-da-serra e o guapuruvú, como áreas arbustivas composta por árvores como a jabuticabeira, a palmeira-juçara, o jatobá e o ipê. Além disso, possui ainda toda a parte herbácea com plantas mais rasteiras como gramíneas, ervas e musgos.

3. Qual é a situação atual do desmatamento na Mata Atlântica?

Como dito anteriormente, por conta da ocupação de território e desenvolvimento urbano do país, a Mata Atlântica perdeu muito de sua vegetação original ao longo dos séculos. Sendo que segundo o relatório de 2022 do Mapbiomas, os estados do Piauí, Ceará, Bahia e Santa Catarina são os que ainda possuem uma maior cobertura nativa.

Recentemente, em maio de 2024, dados divulgados pela SOS Mata Atlântica (fundação criada em 1986 voltada para o estudo e preservação do bioma) e respaldados pela Agência Brasil, afirmaram que o desmatamento da Mata Atlântica teve redução na parte contínua do bioma, porém registrou aumento em fragmentos isolados e áreas de transição, na comparação entre 2022 e 2023.

O relatório da instituição destaca que o desmatamento diminuiu especialmente na região de contínua do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, onde há florestas maduras. Porém, aumentou nas regiões de transição e encontro com outros biomas, como próximo ao Cerrado e à Caatinga.

Em números, de acordo com o Atlas da Mata Atlântica – coordenado pela SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – o desmatamento no bioma caiu de mais de 20 mil hectares em 2022 para 14,6 mil em 2023, uma queda de 27%.

Fonte: National Geographic


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