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Desempenho hidráulico de sistemas de irrigação por gotejamento operando com água residuária da suinocultura

Resumo

Neste trabalho, analisaram-se os efeitos das proporções de tempo de irrigação com água residuária de suinocultura (ARS) e água de abastecimento (AA) no coeficiente de uniformidade de Christiansen (CUC) de sistemas de irrigação por gotejamento. O experimento foi montado no esquema de parcelas sub-subdivididas, tendo nas parcelas as proporções de tempo de irrigação com ARS e AA (1E3A – uma hora de ARS mais três horas de AL, 2E2A – duas horas de ARS mais duas horas de AA, 3E1A – três horas de ARS mais uma hora de AA e 4E – quatro horas de ARS), nas subparcelas os tipos de gotejadores (G1, G2 e G3) e nas sub-subparcelas os tempos das avaliações (0, 20, 40, 60, 80, 100, 120, 140 e 160 h), em delineamento inteiramente casualizado com três repetições. O CUC foi determinado por linha lateral com a vazão de 22 gotejadores. As características físico-químicas e microbiológicas de ARS e AA foram monitoradas durante o período experimental. Os resultados obtidos indicaram que as proporções de tempo de irrigação 1E3A e 4E minimizaram o entupimento dos gotejadores resultando em níveis excelentes de uniformidade de aplicação de efluente nas unidades de irrigação com gotejador G3.

Introdução

A expansão sustentável da suinocultura no Brasil depende de alternativas tecnológicas que minimizem o impacto ambiental negativo provocado pelas águas residuárias geradas por essa atividade. O alto custo dos fertilizantes manufaturados, as restrições impostas pelos órgãos ambientais atualmente e o teor elevado de nutrientes das águas residuárias de suinocultura fazem com que o seu principal destino seja o uso agrícola, como fertilizante das culturas comerciais (CABRAL et al., 2011; SCHIRMANN et al., 2013).

As principais manifestações de degradação ambiental decorrentes da atividade das águas residuárias são a contaminação de águas superficiais e subterrâneas por compostos orgânicos, nutrientes e microrganismos entéricos; alterações das características físicas, químicas e biológicas dos solos; poluição atmosférica pela emissão de gases prejudiciais e a presença de insetos (SARDÁ et al., 2010; BARRETO et al., 2013).

A utilização de dejetos de animais na agricultura é uma alternativa para o controle da poluição do sistema água-solo-atmosfera, disponibilização de água e fertilizantes para as culturas e aumento da produção agrícola. Entretanto, para que isso possa se tornar uma prática viável, é preciso aperfeiçoar as técnicas de tratamento, aplicação e manejo de efluentes (BATISTA et al., 2010; SANTOS et al., 2012).

Do ponto de vista ambiental, os sistemas de irrigação por gotejamento são os mais sustentáveis para a disposição de águas residuárias por causa da elevada eficiência de aplicação, do baixo risco de contaminação do produto agrícola e de operadores no campo, da minimização dos riscos de escoamento superficial, percolação e acumulação de sais próximo ao sistema radicular e da prevenção de aerossóis (ORON et al., 1999).

Como desvantagens, os sistemas de irrigação por gotejamento que operam com águas residuárias apresentam suscetibilidade ao entupimento dos gotejadores (PUIG-BARGUÉS et al., 2010). A formação de biofilme resultante da interação entre mucilagens bacterianas e partículas orgânicas e inorgânicas tem sido a principal causa de entupimento de gotejadores que operam com águas residuárias (DAZHUANG et al., 2009). A presença de gotejadores obstruídos em sistemas de irrigação por gotejamento acarreta aplicação desuniforme das águas residuárias (DURAN-ROS et al., 2009; LIU; HUANG, 2009).

Considerando a expansão nacional do uso de águas residuárias de suinocultura na agricultura, torna-se indispensável à consolidação de métodos de prevenção do entupimento de gotejadores, com custo acessível ao produtor e baixo risco à saúde humana, às plantas cultivadas e ao ambiente.

Neste sentido, objetivou-se com este trabalho analisar os efeitos das proporções de tempo de irrigação com água residuária de suinocultura e água limpa no coeficiente de uniformidade de Christiansen de sistemas de irrigação por gotejamento.

Autores: Rafael Oliveira Batista; Adriana de Fátima Mendes Oliveira e Francisco de Oliveira Mesquita.

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