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Indústrias Descartam seus Efluentes de Forma Incorreta na Natureza

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Na região metropolitana de São Paulo, quase 10 milhões de litros de esgoto industrial são irregularmente despejados por hora em rios e córregos, sem nenhum tipo de tratamento. Este volume de resíduos liberados de forma incorreta representa 28% do total produzido por 58.373 indústrias espalhadas em 39 municípios desta região do Brasil. Os dados alarmantes, revelados por um estudo recente da Fundação Getúlio Vargas,  ressaltam um cenário que infelizmente ainda é realidade no país: o descarte incorreto de efluentes originados de indústrias no meio ambiente.

De fato, apesar da existência de leis nos âmbitos federal, estadual e municipal, que exigem que todas as empresas em território brasileiro realizem o tratamento de seus líquidos residuais (com pena de multa para quem descumpre estas determinações), esta conscientização não se estende a todos os empreedimentos no país. Muitas empresas ainda consideram caro o investimento para se adequarem às normas – o que termina por sair caro, no entanto, são as referidas multas para quem descumpre a lei. Somada a este prejuízo financeiro, ainda está a questão da imagem do negócio, que pode se tornar irremediavelmente prejudicada, principalmente em tempos em que o mundo corporativo busca uma identidade verde como parte de sua responsabilidade social e ambiental.

Como resultado deste descaso, os efluentes são, muitas vezes, despejados de forma clandestina ou em galerias pluviais públicas ou privadas. Vale destacar que as indústrias têxteis, de papel e celulose, petroquímicas e alimentícias são alguns dos segmentos que mais geram efluentes. Negócios de menor porte também não escapam desta geração de resíduos: lavanderias e empreendimentos que produzem químicos, por exemplo, também devem se preocupar com a destinação adequada destes materiais.

Descarte incorreto dos efluentes industriais: graves consequências ao meio e à saúde pública

Os perigos da falta de tratamento dos efluentes – e seu posterior descarte incorreto no meio – são graves e inúmeros, envolvendo inclusive a modificação das características do solo e da água e a contaminação do ambiente. Nas grandes áreas urbanas, os danos são ainda maiores, visto que há maior concentração de pessoas: a saúde da população é colocada em risco, além do comprometimento da agricultura, fauna e flora locais.  Neste quadro, certos efluentes podem apresentar propriedades tóxicas, inflamáveis, corrosivas e reativas, trazendo desdobramentos de proporções inimagináveis ao ecossistema e à população.

As consequências da liberação de efluentes não tratados, em suma, incluem a poluição do meio ambiente por componentes perigosos, a transmissão de doenças, a redução de oxigênio na água (e  consequente morte da fauna aquática) e até a completa inutilização do recurso natural para banho, uso recreativo e abastecimento.

Tratamento é a solução

De acordo com a resolução 358 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), utilizada como parâmetro federal para a temática, “os resíduos químicos são entendidos como toda a substância ou material que não foi submetido a um processo de reciclagem ou de reutilização e que contenha características explícitas de periculosidade de acordo com sua composição”. Apesar de clara para alguns, a resolução ainda gera dúvidas no meio empresarial. Conforme especificado pelo CONAMA, a composição dos resíduos é variável: cada indústria é geradora de um tipo peculiar de efluente de acordo com seu ramo de atividade (dentre os setores, podemos citar abatedouros, indústrias químicas, dentre outros). Neste contexto, é necessário adequar o tratamento destes materiais residuais às suas características e necessidades específicas. Este cuidado demanda o know how e o esclarecimento competente de uma empresa de soluções especializadas, indo de encontro às determinações da legislação e ao comprometimento com a sustentabilidade.  Indústrias que demandam pouco volume de efluentes não têm necessidade de construir uma estação de tratamento própria. Esses e outros detalhes já fazem cair por terra a ideia de que o tratamento é um investimento caro.

Mais do que responsabilidade ambiental

Muito além de fazer sua parte em relação a um meio ambiente mais sustentável, as empresas que tratam seus efluentes ainda podem observar vantagens econômicas. A conta de água, neste quadro, é fortemente impactada e pode cair pela metade: os efluentes tratados podem ser reutilizados para finalidades como lavagem de pisos, irrigação de jardins e bacias sanitárias, dentre outras. A escolha pelo tratamento e reúso ainda é uma excelente alternativa para os períodos de estiagem.

Tema delicado para muitos empreendimentos, a questão do descarte de efluentes ainda esbarra na falta de conhecimento e responsabilidade social e em uma fiscalização precária da legislação. No entanto, já notamos o quanto o tratamento destes resíduos tem impacto positivo não apenas no ecossistema, mas também na economia das indústrias no fim do mês e na construção de uma favorável imagem corporativa.

O descarte responsável que retorna à natureza ou o reúso da água para demandas internas continuam sendo as melhores soluções para os efluentes tratados. A meta de DESCARTE ZERO é, sim, possível. Basta informação e comprometimento com o meio ambiente e a sociedade.

Fonte: Nova Opersan

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