BIBLIOTECA

O uso do GIS em sistemas de abastecimento de água, integrado à modelagem hidráulica para melhoria da gestão e operação

Resumo

No Brasil, percebe-se que, apesar dos benefícios incontestáveis do georreferenciamento, o alto custo de implantação dos software não-livres, acaba inviabilizando também a capacitação das equipes técnicas e, consequentemente, limitando a disponibilização deste tipo de ferramenta. O desconhecimento, por parte das equipes técnicas, da melhoria na qualidade dos software livres e do surgimento de novas tecnologias, tem feito com que a adoção deste tipo ferramenta seja relegada a um segundo plano. Outra questão importante é que a modelagem hidráulica de sistemas de abastecimento ainda é uma ferramenta pouco utilizada para a gestão dos sistemas de abastecimento de água, apesar de sua grande importância e auxílio na tomada de decisões e no planejamento de futuras intervenções, seja para ampliações ou adequações das redes de distribuição. Atualmente, estas duas tecnologias (georreferenciamento e modelagem hidráulica), quando utilizadas nas concessionárias de saneamento, públicas ou privadas, tem sido, em sua ampla maioria, aplicadas de maneira isolada e sua interação é feita somente através de processos complicados de exportação dos dados do cadastro para o modelo, sendo os resultados obtidos, analisados na plataforma do software de modelagem ou apresentada sobre o cadastro, através de também complicados processos de reimportação da informação. Neste sentido, apresenta-se no presente artigo o sistema GISWATER, caracterizado como ferramenta de baixo custo para a implantação, atualização ou adequação de cadastro técnico georreferenciado de sistemas de distribuição de água, possibilitando sua integração com a modelagem hidráulica do sistema, utilizando apenas software livres, que permitem customização pelo usuário buscando a melhor personalização, com o objetivo de aprimorar a gestão, além de permitir o registro de intervenções operacionais, aprimorando também a operação destes sistemas. Como estudo de caso, apresenta-se a implantação do sistema GISWATER no SAESA SCS.

Introdução

Em sistemas de abastecimento de água, o georreferenciamento possibilita a espacialização dos seus elementos e de dados de manutenção, facilitando a identificação de áreas atendidas, regiões de intervenções e manobras necessárias, além da possibilidade de interação com as características topográficas e ocupacionais destas localidades (BEUKEN et al, 2009).

No Brasil, percebe-se que, apesar dos benefícios incontestáveis do georreferenciamento, o alto custo de implantação dos software não-livres, acaba inviabilizando também a capacitação das equipes técnicas e, consequentemente, limitando a disponibilização deste tipo de ferramenta. O desconhecimento, por parte das equipes técnicas, da melhoria na qualidade dos software livres e do surgimento de novas tecnologias, tem feito com que a adoção deste tipo ferramenta seja relegada a um segundo plano. Em algumas situações chega a ser vista como algo desejável, no entanto, inviável de ser implantado para a utilização no cadastramento técnico de sistemas de saneamento, incluindo sistema de abastecimento de água.

A modelagem hidráulica de sistemas de abastecimento, por sua vez, ainda é uma ferramenta pouco utilizada para a gestão dos sistemas de abastecimento de água no Brasil, apesar de sua grande importância e auxílio na tomada de decisões e no planejamento de futuras intervenções, seja para ampliações ou adequações das redes de distribuição. Essa condição de pouca utilização se deve por diversos fatores, como: o alto custo de licenças de software não-livres, a dificuldade na utilização de software livres em função de interfaces com o usuário pouco amigáveis e de difícil utilização e a falta de capacitação e treinamento adequado para utilização destes software, seja com a utilização de licenças pagas ou com software livres.

O ponto comum entre estas duas tecnologias citadas (georreferenciamento e modelagem hidráulica) é a caracterização dos elementos que compõem o sistema, ou seja, a disponibilização das informações destes elementos e sua adequada disposição no espaço (RAMESH et al, 2012). Atualmente estas duas ferramentas têm sido utilizadas isoladamente e sua interação é feita somente através de processos complicados de exportação dos dados do cadastro para o modelo, sendo os resultados obtidos, analisados na plataforma do software de modelagem ou apresentada sobre o cadastro, através de também complicados processos de reimportação da informação.

Autores: Luiz Roberto Gravina Pladevall; Marcelo Eduardo Porem; Edson Victor de Souza e Gabriela de Oliveira Cardoso.

leia-integra

ÚLTIMOS ARTIGOS: