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Geração de energia elétrica a partir de estrume de porco no Brasil

Em um cenário onde a busca por fontes limpas e renováveis de energia tem ganhado cada vez mais espaço, municípios brasileiros apostam em iniciativas que transformam resíduos em eletricidade.

Dentro deste contexto, destaca-se o exemplo de uma cidade no interior do Brasil, que utiliza estrume de porco como matéria-prima para gerar energia elétrica em escala local. A prática, adotada desde meados dos anos 2020, não só beneficia a matriz energética como representa um avanço na gestão ambiental e no aproveitamento de recursos do agronegócio.

O processo de produção de energia a partir de resíduos animais reforça uma tendência mundial de incentivar iniciativas sustentáveis e econômicas. Ao converter o estrume de porco, dejeto comum em regiões de criação suína, em eletricidade, produtores e autoridades enfrentam dois desafios: a destinação correta dos resíduos animais e o suprimento de energia para áreas rurais e urbanas.

Como funciona a geração de energia elétrica com estrume de porco?

A tecnologia transforma estrume de porco em eletricidade por meio de um sistema de biodigestores. O processo começa com o recolhimento dos resíduos gerados nas granjas e o envio direto para grandes tanques fechados e herméticos, os biodigestores. Nesses ambientes, micro-organismos decompõem a matéria orgânica na ausência de oxigênio, resultando na produção de biogás, composto principalmente por metano.

Os biodigestores produzem biogás e o direcionam para motores geradores, que produzem energia elétrica. Por isso, além da eletricidade, o processo gera biofertilizante, um subproduto aproveitado na adubação de plantações. O ciclo se mantém sustentável ao reduzir a emissão de gases de efeito estufa e ao reaproveitar resíduos que, de outra forma, poderiam contaminar o solo e a água.

Quais são os benefícios da energia elétrica produzida a partir de resíduos suínos?

A produção de energia elétrica com estrume de porco oferece uma série de vantagens tanto ambientais quanto econômicas. Entre os principais benefícios, destacam-se:

  • Redução do impacto ambiental: o método mitiga a poluição em propriedades rurais, ao evitar o descarte inadequado dos resíduos suínos nos cursos d’água e solo;
  • Geração de energia limpa: o biogás é considerado uma fonte renovável de energia, ajudando a diversificar a matriz elétrica do país;
  • Aproveitamento de subprodutos: além da eletricidade, o biofertilizante pode ser reutilizado nas lavouras, promovendo economia e eficiência;
  • Renda complementar: produtores rurais podem comercializar energia excedente, gerando novas oportunidades de negócio;
  • Estímulo à inovação tecnológica no campo: incentiva investimentos e modernização no setor agropecuário.

Quais cidades brasileiras utilizam o estrume de porco na geração de energia elétrica?

No Brasil, cidades como Itaiópolis, no interior de Santa Catarina, vêm se tornando referência na aplicação dessa tecnologia. Assim também, a região se destaca pela forte agroindústria e, com a produção significativa de suínos, encontrou na energia do estrume uma alternativa viável para o uso racional dos resíduos. A eletricidade gerada supre granjas, propriedades rurais e, em alguns casos, é transferida para a rede pública, fomentando o desenvolvimento local.

Além da cidade catarinense, municípios em outros estados, como Paraná e Minas Gerais, também adotam projetos semelhantes. Bem como, incentivos governamentais e parcerias com empresas privadas têm ampliado a adoção do biogás e da geração de energia a partir do esterco suíno. A tendência é que, em 2025, mais localidades brasileiras explorem esse recurso, alinhando crescimento econômico à sustentabilidade ambiental.

O futuro da geração de energia com resíduos animais no Brasil

Portanto, com o aumento das demandas energéticas e a necessidade de soluções ecológicas, a produção de energia elétrica a partir do estrume de porco deve crescer nos próximos anos. Desse modo, especialistas apontam para o potencial de replicar o modelo em diversas regiões do país, especialmente onde a suinocultura é uma das principais atividades econômicas. Além disso, o uso do biogás também combina-se a outras fontes renováveis, promove maior autonomia para os municípios e reduz a dependência de combustíveis fósseis.

De maneira geral, transformar resíduos animais em eletricidade apresenta-se como uma alternativa eficiente, econômica e alinhada às necessidades do século XXI. O avanço tecnológico tende a tornar os sistemas ainda mais acessíveis, promovendo sustentabilidade e agregando valor ao setor agropecuário brasileiro.

Fonte: Correio Braziliense


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