A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reconhece a necessidade de prevenir e minimizar os conflitos decorrentes do uso da água, assegurando, em especial, meios para reduzir os efeitos da sua falta de água na indústria, seja em função das mudanças climáticas, seja em razão da má gestão do insumo.
Além disso, é preciso avaliar o impacto dessa iniciativa no Produto Interno Bruto (PIB), na geração de empregos e na receita pública, apresentando propostas para viabilizar e estimular o reúso de efluentes tratados no Brasil, bem como sua cadeia de suprimento. O presente Estudo Sobre o Impacto Econômico dos Investimentos de Reúso de Efluentes Tratados de Esgoto para o Setor Industrial cumpre esses objetivos.
POTENCIAL DA OFERTA DE REÚSO E TECNOLOGIAS
Segundo a SNS (2018), no curto e no médio prazo (entre 2023 e 2028), é estimado que o potencial de reúso de água de efluentes urbanos no Brasil cresça para um cenário intermediário de 12,81 m³/s. A capacidade atual é de cerca de 1 m³/s. As tecnologias de reúso disponíveis no mercado atualmente estão relacionadas ao diâmetro dos poros das membranas e, consequentemente, à capacidade de retenção de partículas. As principais são: microfiltração (sólidos suspensos, coloides e bactérias), ultrafiltração (vírus e moléculas de grande peso molecular), nanofiltração (moléculas de peso molecular médio) e osmose reversa (íons/sais dissolvidos na água). Dentre as diversas soluções tecnológicas possíveis, este estudo adotou a utilização de sistemas de ultrafiltração após o tratamento secundário das Estações de Tratamento de Esgoto. Normalmente as estações de tratamento são compostas por (i) tratamento primário, onde são removidos sólidos de maiores dimensões e areia e (ii) tratamento secundário, onde ocorre a redução da demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e, em alguns casos no Brasil, remoção de nitrogênio e fósforo.
Fonte: Portal indústria