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Estudo da clarificação da água superficial por meio da associação dos agentes coagulantes moringa oleifera lam e policloreto de alumínio

Resumo: Os coagulantes são amplamente utilizados no tratamento de água, porém, o estudo da associação dos coagulantes ainda é escasso. Assim, este trabalho propõe avaliar a eficiência da associação do coagulante natural Moringa oleifera Lam (M. oleifera) juntamente com o coagulante sintético policloreto de alumínio (PAC) em diferentes dosagens e pHs de coagulação, por meio da utilização de diagramas de coagulação no tratamento de água superficial. Os ensaios foram realizados em Jar Test, com água superficial proveniente da bacia do Rio Pirapó, Maringá, PR, variando-se o pH de coagulação e as dosagens de coagulantes, a fim de verificar a eficiência de remoção dos parâmetros de qualidade cor aparente, turbidez e compostos com absorção em UV254nm. Após os ensaios de coagulação/floculação e sedimentação, amostras de água tratada foram coletadas para avaliar a eficiência do processo por meio do residual obtido para os parâmetros de qualidade. Foram obtidas redução de até 40% na dosagem do coagulante sintético PAC, sem comprometer a qualidade da água produzida. Assim, a utilização de M. oleifera pode desempenhar um papel chave na diminuição da quantidade de coagulante sintético utilizada no tratamento de água, além de ser mais compatível com as questões ambientais atuais.

Introdução: Madrona et al. (2010) destacam que muitos coagulantes são amplamente utilizados nos processos de tratamento de água com sucesso, baseados nas suas características químicas, e entre estes podem-se citar os coagulantes sintéticos e naturais. Os coagulantes sintéticos mais empregados nas Estações de Tratamento de Água (ETAs) são os inorgânicos, normalmente sais trivalentes de ferro e alumínio, principalmente por terem baixo custo e capacidade coagulante já comprovada (BONGIOVANI; VALVERDE; BERGAMASCO, 2013). Segundo Madrona et al. (2012), o policloreto de alumínio (PAC) é amplamente utilizado como coagulante sintético devido à sua elevada eficiência e baixa toxicidade, sendo geralmente eficaz em uma faixa de pH compreendida entre 6 e 9 (CONSTANTINO; YAMAMURA, 2009). Esse coagulante, na maioria das vezes, mostra-se superior ao sulfato de alumínio em relação à redução de substâncias coloidais. Em vários países asiáticos, africanos e sul americanos, inúmeras plantas estão sendo utilizadas com o intuito de clarificar a água bruta. Dentre os coagulantes naturais, a Moringa oleifera Lam (M.oleifera) se destaca pelo fato de apresentar alta eficiência de remoção dos parâmetros de qualidade da água (POUMAYE et al., 2012). A M. oleifera é uma planta pertencente à família Moringaceae que é composta de apenas 1 gênero (Moringa) e 14 espécies, sendo a espécie mais cultivada atualmente (ABALIWANO; GHEBREMICHAEL; AMY, 2008). Supõe-se que as sementes de M. oleifera são utilizadas como coagulante na clarificação de água devido à presença de uma proteína catiônica solúvel capaz de reduzir a turbidez da água tratada (PRITCHARD et al., 2010; GIDDE; BHALERAO; MALUSARE, 2012). Contudo, o mecanismo de atuação ainda não está bem definido. Na caracterização da semente da M. oleifera há um elevado teor de proteínas e lipídeos. Gidde, Bhalerao e Malusare (2012) observaram 37% de proteínas, 37% de lipídeos e 16% de carboidratos na composição da semente de M. oleifera. Estudos vêm sendo realizados para determinar potenciais riscos relacionados ao uso das sementes da M. oleifera no tratamento das águas. Até o momento, nenhuma evidência foi encontrada de que as sementes possam causar efeitos secundários nos seres humanos, especialmente com as baixas doses necessárias para o tratamento de água (LEA, 2010). Segundo Muthuraman, Sasikala e Prakash (2013), a M. oleifera não é tóxica para o homem.

Autores: Karina Cardoso Valverde; Priscila Ferri Coldebella; Marcela Fernandes Silva; Letícia Nishi e Rosângela Bergamasco.

Leia o estudo completo: estudo-da-clarificacao-da-agua-superficial-por-meio-da-associacao-dos-agentes-coagulantes-moringa-oleifera-lam-e-policloreto-de-aluminio

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