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Dimensionamento ótimo de filtro para tratamento de efluente na agricultura irrigada

Introdução

A gestão e utilização dos recursos hídricos, sejam eles superficiais ou subterrâneos, tornouse, nos dias atuais um dos mais preocupantes temas de discussões sociais requerendo da comunidade científica e dos órgãos gestores e fiscalizadores, direcionamento técnico e científico para amenização da escassez e todo desequilíbrio que ela acarreta (Souza et al. 2015).

A região semiárida nordestina é a que mais sofre com a escassez de água, isto está atrelado ao fato dessa região apresentar um curto período chuvoso, temperaturas elevadas e alta taxa de evaporação. Barbosa et al. (2014), diz que a escassez de chuvas e a falta de uma política de desenvolvimento que leve em conta as especificidades regionais compromete a qualidade de vida e dificulta a fixação do homem na região. Nesse contexto, o reúso planejado de efluentes domésticos na agricultura vem sendo apontado como uma medida para atenuar o problema da escassez hídrica no semiárido brasileiro, sendo uma opção para os agricultores (SOUSA et al., 2003).

Para que se possa aplicar esgoto na agricultura é necessário que ele passe por processos de tratamento afim de reduzir os riscos para o produtor, consumidor, como também para o solo. Desta forma, torna-se recomendável o emprego de tecnologias que possam minimizar os riscos de poluição, efetuando-se tratamentos que possibilitem a disposição de resíduos, de forma adequada, no meio ambiente (Matos et al., 2010). Testezlaf (2008) cita que a utilização de filtros de meios porosos, principalmente tendo como meio filtrante a areia, é recomendada quando a água possui contaminação orgânica e de algas.

Segundo Magalhães et al. (2006) um meio filtrante ideal deve ser constituído por partículas de diâmetro e tipo de material que proporcionem melhorias significativas na qualidade do efluente das colunas filtrantes e retenham o máximo possível de sólidos. O uso de material filtrante alternativo, oriundo de atividades agropecuárias é de grande interesse, devido à abundância, baixo custo de aquisição e, ainda, em razão da possibilidade de ser compostado após a filtração e utilizado como adubo agrícola (Lo Monaco et al., 2009). Resíduos orgânicos como a casca de arroz, a casca de frutos de cafeeiro, o bagaço de cana-de açúcar, o sabugo de milho, a serragem de madeira e o fino de carvão vegetal, podem constituir importante opção de material filtrante para o uso no tratamento de águas residuárias (Brandão et al. 2003).

Em razão da necessidade de alternativas para tratamentos de efluentes que se adequem aos padrões de qualidade da agricultura e de mecanismo que reduzam os riscos de contaminação do ambiente, pela disposição de resíduos em locais inapropriados este trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência do filtro de areia e de bagaço de cana de açúcar como meios filtrantes no tratamento de efluente, afim de atender aos parâmetros de uso em cultivos agrícolas.

Autores: Tiago Cedraz Guimarães e Patrícia dos Santos Nascimento.

 

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