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Degradação de Chorume Sanitário Utilizando-se Foto-Fenton Heterogêneo tendo Como Catalisador Ferritas de Pilhas Descartadas

Resumo

A implantação de aterros sanitários no Brasil é recente e necessita-se tratar o chorume gerado pois este possui alta carga orgânica como principal problema. Atualmente, aplica-se o processo de lagoas (biológico) mas os resultados não são satisfatórios. Por isso, uma dessas empresas procurou nossa universidade. O processo de Fenton já foi utilizado com eficiência para tratar chorume com baixa carga orgânica. Neste trabalho, propõe-se a utilização de uma ferrita, proveniente de pilhas descartadas, como catalisador do processo foto-Fenton. O processo foi muito eficiente quando aliado ao processo fisicoquimico resultando em uma solução transparente com 75% de remoção de DQO, atingindo 419 mg L-1. Nessa concentração o efluente já pode ser descartado para a empresa de tratamento de água e esgoto de Minas Gerais. A ferrita pode ser retirada da solução com um imã e reutilizada.

Introdução

No Brasil, a partir de 2014 [1] os municípios foram obrigados a terem aterro sanitário. Na região Sul de Minas, onde se localiza a UNIFEI há muitos aterros novos. Alguns desses aterros coletam o chorume e o dispõe em lagoas mistas para tratamento biológico. No entanto, aterros novos geram chorume de alta carga orgânica o que dificulta o seu tratamento de forma convencional. Além disso, o chorume pode conter compostos tóxicos e metais pesados que dificultam o trabalho dos microorganismos. Outro problema é que o volume de chorume gerado aumenta a cada dia sendo necessário a construção de novas lagoas. A lei do estado de Minas Gerais permite que efluentes sejam descartados em rios classe 2 quando atingem 180 mg L-1 de DQO [2]. No Sul de Minas, se o efluente atingir 450 mg L-1 de demanda química de oxigênio (DQO) a empresa de tratamento de água e esgoto coleta esse efluente e o trata sem a cobrança de multas [3]. No entanto, utilizando tratamento por lagoas facultativas, tem sido muito difícil atingir esses valores e há um outro problema associado a estes efluentes a alta concentração de nitrogênio amoniacal. Devido a essas dificuldades é necessário desenvolver um tratamento que seja capaz de degradar a matéria orgânica em um curto período de tempo, e que não demande um alto volume de armazenamento. Sabe-se que os processos Fenton e foto Fenton já foram utilizados com sucesso no tratamento de chorume sanitário [4]. No entanto, em sua maioria, tratava-se de um chorume de baixa carga orgânica. Um outro problema aliado ao tratamento com Fenton é o lodo de ferro gerado. Nosso grupo de pesquisa desenvolveu uma ferrita proveniente de pilhas descartadas [5] e tem estudado sua eficiência no processo foto-Fenton heterogêneo utilizando diferentes tipos de efluentes. Assim, neste trabalho estudou-se o tratamento de chorume de um aterro sanitário com menos de 3 anos utilizando –se foto-Fenton heterogêneo tendo como catalisador ferritas provenientes de pilhas descartadas.

Autores: A. C. Moretti; R. Gimenes; J. V. R. de Freitas; L. Rios; F. S. Silva; M.M.Kondo e M. R. Silva.

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