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Cervejas estadunidenses apresentam altos níveis de PFAS, os “químicos eternos”

Cervejas estadunidenses apresentam altos níveis de PFAS, os “químicos eternos”

Pesquisa revela que bebidas produzidas em regiões com água contaminada concentram maiores quantidades dessas substâncias associadas a riscos à saúde

Um estudo recente detectou a presença de substâncias per e polifluoroalquil (PFAS), conhecidas como “químicos eternos”, na maioria das cervejas comercializadas nos Estados Unidos. Os maiores índices foram encontrados em bebidas fabricadas em áreas com histórico de contaminação da água, como a Bacia do Rio Cape Fear, na Carolina do Norte. A descoberta acende um alerta sobre a disseminação desses compostos em produtos de consumo e reforça a necessidade de revisão nos sistemas de tratamento hídrico.

Pesquisadores analisaram 23 marcas de cerveja, incluindo opções de grandes fabricantes nacionais e internacionais, além de cervejarias locais situadas em regiões com água contaminada por PFAS. Utilizando uma adaptação do método de teste da Agência de Proteção Ambiental (EPA), a equipe identificou os compostos em 95% das amostras, com destaque para o ácido perfluorooctanossulfônico (PFOS) e o ácido perfluorooctanoico (PFOA), ambos com limites regulatórios recentemente estabelecidos para água potável.

A correlação entre a contaminação da água municipal e os níveis de PFAS nas cervejas locais surpreendeu os especialistas. Em regiões como a Carolina do Norte, onde a poluição por esses químicos é documentada, as bebidas apresentaram não apenas concentrações mais elevadas, mas também uma variedade maior de substâncias do grupo PFAS.

Apesar dos sistemas de filtragem utilizados pelas cervejarias, a infraestrutura atual não é projetada para eliminar esses contaminantes. A situação expõe uma cadeia de contaminação que vai além do abastecimento hídrico, atingindo produtos consumidos diariamente. Especialistas defendem maior rigor na regulamentação e investimentos em tecnologias de purificação, tanto nas fábricas quanto nas estações de tratamento municipais.

A pesquisa reforça a urgência de políticas públicas que reduzam a exposição da população aos PFAS, compostos sintéticos amplamente utilizados por suas propriedades repelentes a água, óleo e manchas. Associados a possíveis danos à saúde, esses químicos persistem no meio ambiente e agora são encontrados até em bebidas antes consideradas livres de riscos.

Fonte: ecycle


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