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Análise do saneamento ambiental na bacia do tucunduba, Belém – PA

Resumo

A Bacia Hidrográfica do Tucunduba é uma grande bacia hidrográfica de Belém-PA que tem quase 40% de área alagável e é caracterizada por uma forma de ocupação desordenada que lhe configura elevada densidade populacional e precariedade na infraestrutura de saneamento ambiental. Apresenta 67,67 % de sua área composta por edificações e 19,43 % por cobertura vegetal. As águas superficiais desta bacia são utilizadas em diversos usos pela população como pesca, transporte, banho, lavagem de roupa e de louça, recreação e lançamento de efluentes. Esta bacia está localizada em uma área de média a alta vulnerabilidade de aquíferos, o que intensifica o risco à contaminação destes. Além disso, apresenta uma carga contaminante elevada para os aquíferos, de acordo com o método Pollutant Origin and its Surcharge Hydraulically (POSH). Dos resíduos sólidos produzidos pela população, 98% são coletados e 93% da população é abastecida pelo sistema público de água; contraparte, ressalta-se as constantes interrupções no sistema de abastecimento devido ao crescimento desordenado na área, que interferem na qualidade da água tratada e a inexistência de coleta e tratamento de efluente sanitário. A carga orgânica do efluente gerado é de 1,79 ton.DBO/dia, com uma Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) de mistura de 40,2 mg/L. Com isto, o rio Tucunduba apresenta os mesmos padrões de contaminação viral observados em efluentes brutos, o que justifica a maioria dos casos de doenças registradas na bacia serem de veiculação hídrica, especialmente esquistossomose.

Introdução

A Bacia Hidrográfica do Tucunduba é a segunda maior bacia de Belém-PA e é uma das áreas de maior densidade populacional da cidade. Outro aspecto bastante relevante é o fato de que cerca de 37% de sua área é alagável (SEDURB, 2008). Com uma área de 1.172 ha e população próxima a 200 mil habitantes, a bacia drena os seguintes bairros: Universitário, Terra Firme, Canudos; e parte dos bairros Guamá, Marco e São Braz. Sua ocupação urbana foi iniciada na década de 70 de forma marginalizada, sendo a maior intervenção pública encetada na bacia em 2001 com o Plano de Desenvolvimento Local (PDL), que atendeu diretamente 6.047 habitantes (BELÉM, 2005).

Em 2008, iniciou-se o projeto de macrodrenagem da bacia com previsão de término em 2011. Tal projeto visa a pavimentação de vias; construção de 10 pontes; construção de 400 unidades habitacionais; uma creche; melhoria habitacional das benfeitorias já existentes; construção da feira da Barão de Igarapé Miri; duas praças e quadras poliesportivas; impermeabilização dos canais; ampliação do sistema de abastecimento de água e implantação do sistema de esgotamento e tratamento sanitário, com a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) para 4.000 famílias (SANTOS, 2010). O projeto ainda não está concluído e, mesmo quando estiver, não atenderá a totalidade da demanda de esgotamento sanitário da população residente.

O presente trabalho objetiva apresentar os índices de saneamento, de uso e ocupação do solo; bem como identificar a carga orgânica e o nível de carga contaminante da Bacia do Tucunduba com o intuito de verificar se a infraestrutura de saneamento da bacia atual e prevista está compatível com sua necessidade.

Autores: Amanda Queiroz Mitoso e Adenilson Campos Diniz.

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