BIBLIOTECA

Análise Química de Efluentes Líquidos Industriais

Resumo

As diferentes atividades industriais promovem, durante o processo de produção, a geração de efluentes líquidos, os quais podem poluir e contaminar os corpos d’água receptores. As indústrias se tornaram responsáveis pelos efluentes lançados no meio ambiente, de maneira que estes devem atender as normas estabelecidas na Resolução CONAMA N° 430/2011, nacional e Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG Nº 01/2008, particular para o estado de Minas Gerais. Sendo assim, neste trabalho objetivou-se averiguar se os efluentes industriais gerados pela Cia Têxtil São Joanense e pela Polenghi Indústrias Alimentícias Ltda. estão aptos para descarte em corpos d’água receptores, assim como avaliar o sistema de tratamento adotados por estas. Dentro desse contexto, foram realizadas análises como pH, turbidez, sólidos em suspensão, sólidos sedimentáveis, demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e demanda química de oxigênio (DQO), em amostras brutas e tratadas das indústrias. A partir dos valores experimentais obtidos, foi possível concluir que o tratamento realizado na estação de tratamento de efluentes (ETE) em ambas é eficaz, embora o tratamento da indústria têxtil mereça mais atenção. Do mesmo modo, constatou-se que os efluentes oriundos das duas indústrias estão de acordo com as condições e padrões previstos na legislação ambiental nacional e estadual. Verificou-se também que as características destes efluentes podem ser variáveis em diferentes períodos, o que justifica a necessidade de amostragem e análise dos despejos da ETE periodicamente. O descumprimento da legislação pode acarretar em punição às indústrias infratoras.

Introdução

O desenvolvimento industrial, ao longo dos anos, acarretou no aumento do consumo de água e utilização de novos materiais para otimização de processos como, por exemplo, produtos químicos, o que originou um maior volume de resíduos. Embora esse desenvolvimento tenha contribuído significativamente para melhoria do padrão de vida no país, este está associado com o aumento da poluição hídrica.

A poluição hídrica pode ser descrita como qualquer variação física, química ou biológica da qualidade de um corpo hídrico, ocasionando na perda das condições aquáticas favoráveis à vida animal e vegetal.

Uma grande quantidade de despejos industriais é realizada diariamente em corpos d’água receptores, com composição extremamente variável, dependente da natureza e porte da indústria. Os despejos provenientes das áreas de processamento industrial, que apresentam poluição, por produtos produzidos ou utilizados no processo, são denominados efluentes líquidos industriais, segundo a Norma Brasileira 9800/1987.

Caracterizar os efluentes gerados nas indústrias e avaliar seus impactos no meio ambiente é uma preocupação relativamente recente, uma vez que por muitos anos não houve rigidez quanto aos critérios e padrões de lançamento destes em corpos d’água receptores. Nos últimos anos, as indústrias se tornaram responsáveis pelas características dos seus efluentes lançados no meio ambiente, o que fez com que estas promovessem tratamento adequado destes antes do descarte.

Visando a preservação dos recursos hídricos, governos do mundo todo regulamentaram parâmetros indicadores da qualidade da água, de maneira que, os efluentes industriais independentemente da composição devem atender as normas estipuladas pela legislação. No Brasil, a Resolução CONAMA N° 430/2011 dispõe sobre as condições de lançamento de efluentes. Em Minas Gerais, especificamente, estas condições são estipuladas pela Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG Nº 01/2008. Estas impõem que os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos d’água, após o devido tratamento e desde que obedeçam determinadas exigências.

Em estações de tratamento de efluentes (ETE) há diversos processos e etapas para o tratamento de águas residuais. Estas são planejadas de acordo com a carga poluidora dos efluentes gerados. Os tratamentos podem ser classificados como físicos, químicos e biológicos, de maneira que para controlar a eficiência das ETEs são realizados ensaios de caracterização em amostras coletadas antes (amostra bruta) e depois (amostra tratada) dos estágios de tratamento.

Por meio das análises realizadas nas amostras da ETE é possível atribuir aos efluentes características físico-químicas como pH, temperatura, turbidez, sólidos sedimentáveis, sólidos em suspensão, demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO), dentre outros. Os resultados das análises destes parâmetros tornam possível o controle dos efluentes para descarte em corpos d’água.

Autora: Caroline Christine Zanith.

efluentes-industriais

ÚLTIMOS ARTIGOS: