Resumo
O Brasil é referência mundial em algumas linhas de design de moda, contando com cerca de 30 mil empresas formais que representam 16,4% dos empregos gerados no país. Um dos corantes com maior aplicabilidade na indústria têxtil é o reativo azul 5G. A complexidade destes efluentes juntamente com às imposições conferidas pela legislação ambiental tem levado ao estudo e pesquisa de novos aliados para tratamentos. O uso de adsorventes ecologicamente corretos e com baixo custo, pode ser uma alternativa para a remoção de corantes em águas residuárias, tornando ainda mais atraente o processo de adsorção, além do fato de que se utilizados, estes resíduos deixam de ser descartados na natureza e possibilitam sua redução e reutilização. Assim, a investigação da eficiência de biossorventes da casca de arroz e casca de soja, ambos in natura, na remoção do corante reativo azul 5G torna-se possível. A casca de soja e a casca de arroz utilizadas nos experimentos de adsorção foram fornecidas na forma in natura e sem prévias lavagens, por empresas localizadas na região Oeste do Paraná. Objetivando a eficiência no processo de adsorção, são requeridos estudos cinéticos e de equilíbrio buscando-se obter modelos que descrevam o comportamento deste método. Com relação a cinética de adsorção, têm-se que a casca de soja apresentou a maior eficiência de remoção alcançada (80,97%) no tempo de 120 minutos, e para a casca de arroz, têm-se que a maior remoção foi de 18,58% para o tempo de 5 minutos. Para a isoterma, o modelo de Langmuir apresentou o melhor ajuste para ambos os biossorventes, em todas as temperaturas, e ainda, os valores de R² foram satisfatórios e a capacidade máxima de adsorção ocorreu em 35ºC para a casca de arroz e de soja. Neste sentido, observa-se que as cascas de arroz e de soja são potenciais biossorventes para remoção de corante reativo azul 5G.
Introdução
O Brasil é referência mundial em algumas linhas de design de moda, contando com cerca de 30 mil empresas formais e gerando 1,7 milhão de empregos diretos, além de 8 milhões indiretos, representando 16,4% dos empregos gerados no país. Além de que, o setor responde por 5,5% do faturamento da indústria de transformação, figurando como quarto maior parque produtivo de confecção e quinto maior produtor têxtil do mundo (ABIT, 2012).
Um dos corantes com maior aplicabilidade na indústria têxtil é o reativo azul 5G. A complexidade destes efluentes juntamente com às imposições conferidas pela legislação ambiental tem levado ao estudo e pesquisa de novos aliados para tratamentos que possam diminuir ou imobilizar compostos tóxicos, considerando a eficiência, custo e tempo para os processos de descontaminação e a possibilidade de reaproveitamento destes efluentes (BARCELLOS et al., 2009).
O uso de adsorventes é um processo que vem se destacando nos sistemas de tratamento de efluentes como um método para remoção de corantes (HONÓRIO et al., 2014). O uso de adsorventes ecologicamente corretos e com baixo custo, pode ser uma alternativa na substituição para a remoção de corantes em águas residuárias, tornando ainda mais atraente o processo de adsorção (BRITO et al., 2010). Além disso, o uso de resíduos agroindustriais como materiais adsorventes vem apresentando eficiência na adsorção, além de facilidade de obtenção uma vez que estes resíduos deixam de ser descartados na natureza e possibilitam sua redução e reutilização (SILVA et al.; 2012).
Objetivando a eficiência no processo de adsorção, são requeridos estudos cinéticos e de equilíbrio para que se possa obter modelos que descrevam o comportamento deste método. Nos estudos de adsorção, uma isoterma pode descrever os dados experimentais com precisão dentro de um conjunto de condições impostas (GIMBERT et al., 2008). Os modelos comumente usados para descrever o comportamento das isotermas de adsorção são Langmuir, Freundlich, Henry e Brunauer, Emmett, Teller (BET) (KAPOOR e VIRARAGHAVAN, 1995).
Assim, com o intuito de contribuir para o reaproveitamento de resíduos agroindustriais e, ao mesmo tempo, torná-lo útil para a remoção de poluentes, neste trabalho investiga-se a eficiência de biossorventes da casca de arroz e casca de soja, ambos in natura, na remoção do corante reativo azul 5G.
Autores: Poliana Paula Quitaiski; Leandro Finger; Bruna dos Santos Cunha; Adriana Zulian Fachim e Juliana Bortoli Rodrigues Mees.