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Grandes geradoras decidem trocar água por vento, sol e gás

Água por vento, sol e gás

Custo operacional e impacto ambiental explicam perfil dos novos investimentos das grandes geradoras de energia elétrica

Água por vento sol e gás

Imagem ilustrativa do Canva (Energia Solar e Eólica)

As grandes geradoras de energia diversificam e aceleram os investimentos nas fontes de energia renovável diante do custo operacional e do impacto ambiental das grandes hidrelétricas e dos riscos hídricos do Brasil. Se antes toda a aposta era em água, agora é mais vento, sol e até biomassa. A carteira de aportes previstos atinge os bilhões de reais e acena com uma mudança na matriz energética. Algumas preveem até mais do que o planejado pelos órgãos governamentais.

A estratégia da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) para energias renováveis é aumentar em 1,5 gigawatt sua capacidade instalada – podendo chegar a 5 gigawatts até 2032.

A EDP anunciou investimento de R$ 10 bilhões no Brasil, dos quais R$ 3 bilhões apenas em geração solar para passar dos 50 megawatts, de 2020, para 1 gigawatt, em 2025.

A Companhia Paranaense de Energia (Copel), que possui 49 usinas próprias – 18 delas hidrelétricas, uma térmica e 30 eólicas -, investiu R$ 1,6 bilhão no ano passado em um parque eólico no Rio Grande do Norte e conclui outros quatro até julho ao custo de R$ 417 milhões para chegar a 1 gigawatt de capacidade eólica.

A Energisa aporta R$ 240 milhões no projeto do parque solar do Rio do Peixe, na Paraíba, de energia fotovoltaica centralizada, como parte da meta de chegar ao fim do ano com mais 290 megawatts de energia solar.

A Engie Brasil Energia desenvolve uma carteira de projetos de geração que totaliza mais de 3 gigawatts em fontes fotovoltaica e solar. Apenas no Conjunto Eólico Santo Agostinho, no Rio Grande do Norte, com capacidade para 434 megawatts, o investimento soma R$ 2,3 bilhões. Outros R$ 3,2 bilhões vão custear o sistema de transmissão Novo Estado, com 1,8 mil km de extensão, uma nova subestação e a expansão de outras três, para escoar a energia solar e eólica produzida no Norte e no Nordeste.


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A Cemig possui outorgas das maiores usinas do Brasil, com destaque para a usina de Três Marias Flutuante 1, com capacidade de 80 megawatts e que já está em fase de aquisição de equipamentos, e a Usina Três Maria Flutuante 2, com potencial de 210 megawatts de potência instalada, agora em processo de desenvolvimento e licenciamento.

“A empresa se reestruturou e criou uma área inteiramente dedicada a novos projetos. São mais de 10 gigawatts em estudo”, informa Thadeu Silva, diretor de geração e transmissão da Cemig.

“O foco é expandir nossa capacidade instalada nas fontes de geração eólica e fotovoltaica, desenvolver projetos em hidrogênio verde e fortalecer nossa presença no segmento de transmissão de energia, três pilares essenciais para fomentar e acelerar a transição energética”, afirma Eduardo Sattamini, diretor-presidente da Engie Brasil Energia.

A empresa diversifica o portfólio sem abandonar as fontes hidrelétricas. Para isso, pretende renovar as concessões das usinas do seu parque gerador.

A transição energética é mais do que uma nova forma de negócio para a EDP Brasil.

“O insumo para a usina é a água e a escassez hídrica tornou o negócio muito arriscado”, diz João Marques da Cruz, presidente da EDP no Brasil.

A empresa possui uma capacidade instalada de 2,9 gigawatts em geração – 75% hidrelétrica e 25% térmica.

Para equilibrar o portfólio de geração fotovoltaica e hidrelétrica, a companhia está efetivando a venda de três usinas que somam mais de 800 megawatts de capacidade instalada. A capacidade hidrelétrica cairá de 2,2 gigawatts para pouco mais de 1,3 gigawatt, enquanto a solar atingirá 1 gigawatt.

“O insumo para a usina é a água e a escassez hídrica tornou o negócio muito arriscado”, diz João Marques da Cruz, presidente da EDP no Brasil.

“A diversificação da matriz dá maior segurança e confiabilidade ao sistema”, afirma Roberta Godoi, vice-presidente de soluções energéticas do grupo Energisa, uma das principais empresas de distribuição de energia com presença em 11 Estados.

Ela também lidera a (Re)Energisa, lançada há dois meses para aprimorar o foco da companhia nas fontes alternativas e nos serviços de eficiência energética. A aposta na transição energética visa acompanhar a transformação do setor elétrico brasileiro, que até 2030 deve dobrar de capacidade para não provocar um apagão energético no país.

A Copel anunciou na conferência com investidores do primeiro trimestre de 2022 que, entre três a cinco anos, 25% da capacidade instalada da companhia será solar e eólica. Até lá, o investimento deverá somar mais de R$ 5 bilhões em 30 parques eólicos próprios e participações em 15 empreendimentos energéticos com incluem cinco parques eólicos e um solar.

“No fim do horizonte, a empresa vai superar a mudança prevista para a matriz elétrica brasileira”, informa Moacir Carlos Bertol, diretor-geral da Copel Geração e Transmissão.

Fonte: Valor


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