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VI Seminário de Bioeletricidade CEISE Br / UNICA

                                                      Fenasucro & Agrocana

A biomassa tem sido utilizada como matéria prima para a geração de energia renovável e tendo como características: ser abundante, limpa e barata. O evento foi realizado no dia 24 de agosto, na cidade de Sertãozinho no interior de São Paulo. A FENASUCRO & AGROCANA foi palco para um dia inteiro dedicado a discutir e sugerir alternativas de incentivo ao uso de biomassa para geração de energia, bem como mostrar os avanços tecnológicos e científicos, e analisar os cenários do complexo sistema da biomassa energética durante o VI Seminário de Bioeletricidade Ceise Br / UNICA.

O evento, uma iniciativa do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (CEISE Br) e da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), reuniu diversos especialistas para discutir a situação atual e perspectivas para a bioeletricidade sucroenergética.

Newton Duarte, presidente-executivo da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (COGEN), iniciou o seminário apresentando “Perspectivas para a bioeletricidade e o biogás”.

A Cogen, fundada em setembro de 2003, conta com 98 associados que atuam na cadeia da cogeração de energia ( geração, transmissão, distribuição de energia, investimentos de cogeração BOT/BOO, comercialização de energia e gás natural, indústria sucroenergética, fornecedores de equipamentos, serviços de engenharia, e consultoria ). Realiza a interlocução com o governo, estudos de mercado, bancos de dados, disseminação de tecnologias e ambiente de negócios.

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Foi destacado pelo executivo, no atual cenário de recessão econômica e de queda no consumo de energia elétrica a importância da geração distribuída como saída para superar a crise e garantir negócios no segmento de cogeração de energia.

Com uma mudança na legislação do setor elétrico, a partir de uma emenda incluída na Medida Provisória (MP) 706/2015, que deve ser sancionada em breve pelo presidente Michel Temer, as termoelétricas movidas a biomassa principalmente de cana-de-açúcar, avaliam um salto potencial de receita de R$400 milhões por ano. O acréscimo na receita pode ser adquirido com a venda de um volume de energia adicional de 500 megawatts (MW) médios que essas usinas podem gerar de imediato no sistema, a partir da alteração nas regras do setor.

Pela regra vigente, as usinas que produzem até 30 megawatts (MW) possuem direito a desconto de, no mínimo, 50% nas tarifas de uso dos sistemas de distribuição e transmissão (Tusd e Tust), que na prática são o “aluguel” da rede elétrica. A térmica perde o direito a esse desconto, quando a produção supera os 30 MW.

Com a alteração, a cobrança do encargo “cheio” será realizada somente para a parcela de energia que superar os 30MW. Segundo a Cogen, essa alteração torna viável economicamente o aproveitamento da capacidade ociosa de 1 gigawatt (GW) disponível por essas usinas, o equivalente a cerca de 500 MW médios de energia, capaz de atender 1,2 milhão de pessoas.

“É uma importante capacidade de energia que será propiciado ao sistema elétrico, a medida irá estimular novos investimentos no setor. Se a expectativa de ganho é maior, há um estímulo para que o empreendedor realize o investimento”, disse Newton Duarte.

Geração Distribuída – Desafios Futuros (Biomassa) :

  • Previsibilidade de preço
  • Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD) – Valor Anual de Referência Específico (VRES) Biomassa
  • Leilão de Energia (Inclusão da Biomassa e Biogás)
  • Preservação da Indústria Instalada (Biomassa)

Ricardo Savoia, diretor de Regulação e Gestão em Energia, da Thymos Energia, discorreu sobre “Oferta e demanda no setor elétrico brasileiro”. Para o diretor, a acentuada queda na atividade econômica do País é refletida na queda de consumo de energia. O setor industrial é uma amostra importante do atual cenário, com queda de atividade em 0,9% em 2014 e 6,2% em 2015.

Em 2016, a expectativa deste setor é ainda de queda de 5,2% e serviços com -2,5%. O ambiente livre de contratação (ACL), representa mais de 70% do setor industrial brasileiro atualmente. Do seu pico de consumo em setembro de 2013 até dezembro de 2015, apresentou retração superior a 18% no ACL.

             Evolução da Atividade Econômica e Consumo de Energia Elétrica

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Savoia afirmou, que é projetada uma retomada lenta da atividade econômica. A sobrecontratação de energia é estrutural e continua até 2019/2020 ao considerar o cenário base de PIB e condições hidrológicas no cenário base Thymos Energia. A revisão da carga com a adição das usinas não despachadas centralizadamente não afetou neste primeiro momento o lado do consumo. Em 2016 = Consumo = – 0,2% Carga = + 1%.

 Para 2019/2020 o risco de abastecimento será por usinas não entregues, atrasos nas linhas de transmissão, cronograma de obras, aspectos quanto a definição a nova Garantia Física Hídrica e Risco Hidrológico. A Expansão da Oferta poderá sofrer retração e pressionar os preços de energia. A segunda revisão quadrimestral indicou uma elevação nas previsões de carga para os próximos anos, o que exerce uma influência altista no Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), atreladas as expectativas hidrológica para o próximo ciclo de chuvas. Para 2016, a grande migração de clientes ao ambiente livre de contratação, em conjunto com a pouca disponibilidade de energia renovável elevou o spread de preços para fontes incentivadas para o curto médio/prazo”, finalizou.

Reginaldo Almeida de Medeiros, presidente executivo da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia Elétrica (ABRACEEL), prosseguiu com o tema “Definindo o Ambiente de Contratação Livre”.

Fundada em 2000, a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) defende a portabilidade da conta de luz como um elemento de eficiência na economia e no setor de energia. A entidade reúne cerca de 70 empresas responsáveis por 98% dos contratos negociados pelos comercializadores no âmbito do mercado livre de energia brasileiro.

O representante da Abraceel, explicou que mercado livre de energia elétrica, ou Ambiente de Contratação Livre (ACL), é um ambiente em que os consumidores podem escolher livremente seus fornecedores de energia, exercendo seu direito à portabilidade da conta de luz. Nesse ambiente, consumidores e fornecedores negociam as condições de contratação de energia. No Mercado Cativo, a opção tradicional dos consumidores é adquirir a energia no Ambiente de Contratação Regulada (ACR). Trata-se da contratação compulsória via a distribuidora da região em que estão situadas. As tarifas pelo consumo da energia são fixadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e não podem ser negociadas. Todos os consumidores residenciais estão nesse mercado, assim como algumas empresas comerciais, indústrias e consumidores rurais.

“Indústrias de todos os portes podem aderir ao mercado livre. Grandes indústrias a partir de 3.000 kW e comprar de qualquer fonte de geração. Conectados antes de julho de 95 devem ter nível de tensão a partir de 69 kW. Já as médias indústrias e comércios precisam ter demanda contratada de 500 a 3000 kW, entretanto com energia fornecida por fonte especial como usinas eólicas, solar, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas. Podem estar conectados em qualquer nível de tensão do grupo A (a partir de 230 Kv)”, afirmou.

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 Os desafios do mercado livre, apresentados por Reginaldo Almeida de Medeiros :

  • Financiamento para o mercado livre
  • Formação de preços consistente: transparência, não surpresa, reprodutibilidade, informações críveis e isonomia entre agentes
  • Ampliação do mercado livre – PL 1917 e PLS 232 da Portabilidade
  • Fim das barreiras à migração
  • Operacionalização do Comercializador Varejista

Eduardo Peres, da empresa Agroenergia, que atua na comercialização e prestação de serviços no setor elétrico brasileiro falou sobre “Mercado livre de energia – Cenário atual e perspectivas”. Foi destacado pelo palestrante, o cenário atual no Brasil que passa por uma forte retração econômica com -3,8 % para 2015 e -3,30 % para 2016. E por uma maxi inflação, de 10,54 % em 2015 e 11,63 % em 12 meses.

Para os consumidores de energia, no Ambiente Cativo, o cenário permanece inalterado (barreiras de entrada). Já no Ambiente Livre, a hidrologia favorável junto com a queda da atividade industrial resultou na queda do preço da energia. Como reflexo, ocasionou o aumento das migrações para o Mercado Livre.

“A respeito da biomassa, o Brasil possui grande potencial nos canaviais, através do recolhimento da palha nos canaviais. Isso representa quase 10% da matriz energética brasileira. E não aproveitamos esse potencial”, disse.

A perspectiva é de melhora na economia do Brasil (projeção 1,7%), queda da inflação (centro da meta) junto com estabilidade monetária e retomada do crescimento. Para os consumidores livres, merece destaque a possibilidade de La Ninã, fenômeno que ajuda a espalhar chuva pelo país. Também a estabilidade monetária do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), em preços mais baixos, continuidade de fluxo migratório intenso e o crescimento gradativo da carga.

Eduardo Peres finalizou a apresentação, lançando os desafios do mercado livre de energia :

  • Universalização do acesso ao Mercado Livre (barreira de entrada 500 kW)
  • Restrições de cogeração (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição de Energia Elétrica (TUSD), acima de 30 MW)
  • Redução dos encargos sociais
  • Retomada do em prego e crescimento econômico

Marcelo Pierossi, sócio da Agroperforma, abordou os “Desafios para o aproveitamento da palha na bioeleletricidade”. O aproveitamento da palha compreende os aspectos agronômicos, logística agrícola e processamento industrial.

Nos aspectos agronômicos as questões incluem:

  • Garantia de sustentabilidade
  • Produtividade, fertilidade, erosão, etc
  • Ambientes de produção (edafoclimáticos)

Nesses aspectos, de acordo com Pierossi os desafios são: compreensão da aplicação, quantificação da palha e a garantia que não haverá impacto na cultura.

As usinas de açúcar, tem escolhido duas rotas diferentes para o recolhimento da palha. A primeira consiste no transporte da palha junto com a cana picada colhida mecanicamente e posterior separação na usina em Estações de Limpeza a Seco, onde os colmos de cana são separados das folhas através de sistemas de ventilação. A segunda rota é o enfardamento da palha seca ao campo em fardos retangulares, realizado em operação posterior à colheita mecanizada da cana.

Ambos os sistemas têm suas vantagens e desvantagens tanto do ponto de vista de viabilidade técnica quanto econômica, entretanto o enfardamento é considerada como a melhor solução, de forma geral, principalmente devido à sua melhor capacidade no manuseio de maiores quantidades de palha.

Entre os desafios na Limpeza Parcial destacam-se: Densidade no transporte, eficiência na estação de limpeza a seco e a quantificação de biomassa. O recolhimento da palha através do enfardamento inicia-se de 4 a 7 dias após a colheita da cana, visando garantir a redução da umidade da palha de 40% para 15% (umidade ideal para o enfardamento). Assim que a umidade da palha atinge este valor, inicia-se então a sequência de operações agrícolas de recolhimento da palha.

Logística Agrícola :

  • Aleiramento
  • Enfardamento
  • Recolhimento dos fardos no campo
  • Carregamento dos fardos no caminhão
  • Transporte dos fardos até usina

Processo Industrial :

  • Recepção
  • Remoção barbante
  • Desenfardamento
  • Limpeza
  • Trituração

Os desafios salientados pelo especialista na área agrícola foram a: tropicalização dos equipamentos, quantidade de terra, custo do barbante e adequação à rotina da usina. E na Indústria: ganho de escala, custo de instalações e durabilidade das facas.

Concluiu a apresentação afirmando que o recolhimento da palha da cana-de açúcar e sua utilização para a geração de energia elétrica adicional é viável do ponto de vista técnico com o desenvolvimento de uma cadeia logística eficiente, no entanto a ampla utilização do potencial energético depende de políticas governamentais que incentivem a geração termoelétrica nas usinas por meio de uma política de remuneração mais atrativa aos produtores. Os desafios não impedem a utilização da palha, os principais obstáculos não são técnicos e sim a redução de custos e melhoria da qualidade. O aproveitamento da palha na bioeletricidade está pronta para ser utilizada em larga escala.

Hélcio Lamônica, pesquisador do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), comentou “Geração de energia elétrica e o etanol 2G”.

A produção de etanol atualmente é estratégica, já que se trata de um combustível de fonte limpa e renovável. O etanol celulósico, é o etanol de 2ª geração, ou 2G, um combustível produzido a partir de materiais que contenham celulose, como o resultado do processamento da biomassa da cana: o bagaço e a palha. Essa tecnologia deverá permitir dobrar a quantidade de etanol produzida por unidade, em relação ao etanol de 1ª geração, sem necessidade de expandir a área plantada, e mantendo a autossuficiência energética industrial.

No CTC, os trabalhos para o desenvolvimento do etanol a partir de biomassa tiveram início em 2006, sendo a técnica escolhida a de hidrólise enzimática. O projeto, inovador, será totalmente integrado aos processos de geração de etanol já existentes nas usinas que operam no Brasil.

De acordo com Lamônica, o uso da palha possibilita a geração de excedentes de etanol 2G e bioeletricidade em cogeração. Também aumenta significativamente a produção de etanol e bioeletricidade sem aumentar a área plantada. Através de políticas adequadas será possível acelerar a aplicação destas tecnologias.

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João Carlos de Souza Meirelles, secretário de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, discutiu “A importância da bioeletricidade para o Estado de São Paulo”.

O secretário comentou sobre as oportunidades no Brasil e, sobretudo no Estado de São Paulo para o avanço da produção de etanol, açúcar e biogás da vinhaça. “Temos que pensar de modo sério como suprir a demanda de energia elétrica a partir de 2018/2019. Em São Paulo, temos trabalhado com um horizonte de 25 anos para que tenhamos plena utilização das energias renováveis, ou seja, máxima produção de biomassa, solar, eólica e de gás natural”, pontuou.

Foi apresentado um estudo realizado pela Secretaria Estadual de Energia, que mapeou as usinas existentes e identificou a sua produção, consumo e exportação de energia excedente para a rede elétrica.

Foram analisadas 166 instalações, que assinaram o Protocolo Agroambiental. Deste total, 34 delas ficam na região nordeste do Estado, a uma distância de 100 km do município de Morro Agudo. Foram selecionadas 10 usinas para um projeto piloto em conjunto com a CPFL, concessionária de energia da região. Isso gerou um aumento no fornecimento para a rede em 237MW, o que significa o consumo anual de uma cidade como Ribeirão Preto ou Sorocaba, do interior de São Paulo.

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De acordo com a Secretaria de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, o potencial estimado para geração de bioeletricidade de cana no estado supera 14 mil MW, correspondente à geração de eletricidade da hidrelétrica binacional de Itaipu, com a vantagem de estar disponível justo no período de baixa nos reservatórios das hidroelétricas, o que lhe permite complementar a geração do modelo hidráulico predominante.

Para atingir o desafio de viabilizar um maior aproveitamento deste potencial, a Secretaria de Energia propõe :

  • Flexibilização do recolhimento de ICMS para possibilitar a utilização de créditos na aquisição de máquinas e equipamentos necessários à produção eficiente e à exportação da bioeletricidade de cana. Esta medida já foi implementada por meio do Decreto SP nº 57.042, de 6 de junho de 2011.
  • Viabilização da construção de redes coletoras da bioeletricidade produzida – com a participação de empreendedores do setor de energia elétrica nos investimentos.
  • Realização de leilões específicos e regionalizados para comercializar a bioeletricidade produzida a partir da biomassa – com o objetivo de dar competitividade ao setor.

O secretário também comentou sobre o potencial de introdução do biometano na matriz energética, aproveitamento da vinhaça como oportunidades do biogás, oportunidade de uso do biometano no abastecimento da frota de caminhões a gás e o despacho excedente de biometano para a rede.

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Marcelo Severi, gerente do Departamento Comercial da Unidade de Negócios de Turbinas da TGM apresentou “ A indústria de bens de capital: avanços e perspectivas”.

Severi, comentou sobre as Metas para Energias Renováveis – Brasil 2030: Reduzir as emissões de gases de efeito estufa, em relação aos níveis de 2005, em 37% até 2025, e em 43% até 2030.

Meta 1: Até 2030, atingir participação de 66% da fonte hídrica na geração de eletricidade.

Meta 2: Alcançar 23% de participação de energias renováveis (além da energia hídrica) no fornecimento de energia elétrica.

Meta 3: Alcançar 10% de ganhos de eficiência no setor elétrico até 2030.

Meta 4: Participação estimada de 45% de energia renováveis na composição da matriz energética em 2030.

Meta 5: Participação de fontes renováveis, além da energia hídrica, de 28% a 33% até 2030.

Meta 6: Atingir participação de 16% de etanol carburante e das demais biomassas derivadas da cana-de-açúcar no total da matriz energética.

Meta 7: Participação de bioenergia na matriz energética de aproximadamente 18% até 2030.

Para o gerente, quando se trata de projetos termoelétricos, ou seja, queimar biomassa só para produção de energia, não está compensando. Os únicos projetos que compensam são os de cogeração onde se utiliza o vapor na planta, e tem o excedente de energia. Esses seriam os únicos projetos que acabariam seguindo, mas são minoria. Os principais projetos ficariam, dessa forma, congelados”, afirma Severi.

Oportunidades de Desenvolvimento Tecnológico:

  • Aumento da Confiabilidade Operacional
  • Aumento da Eficiência Termodinâmica do Ciclo à Vapor
  • Preparação da caldeira para outros tipos de biomassa
  • Aquecimento da água de Alimentação das Caldeiras
  • Redução no Consumo de Vapor nos Processos
  • Aumento da geração de energia elétrica excedente
  • Acesso a rede local de distribuição de energia elétrica – conexão
  • Garantia de compra de energia elétrica produzida
  • Leilões de energia separado por fontes e por região
  • Acesso a linhas de Financiamentos
  • Sustentabilidade dos Projetos

Desafios para o Avanço da Industria de Bens de Capital:

  • Manter o Investimento em Pesquisa e Desenvolvimento em tempos de recessão
  • Desenvolver a Cadeia Produtiva aplicada nas Soluções
  • Desenvolver novos modelos de negócios e novas soluções
  • Ampliar o Mercado de Atuação – Cogeração
  • Buscar a Excelência Operacional e Alta Performance dos Projetos

Walter Fernando Piazza Jr., Diretor Presidente da Gas Brasiliano finalizou o evento comentando sobre as “Usinas Híbridas e o Setor Sucroenergético”.

A utilização de gás natural no processo convencional de cogeração faz a usina de cana-de-açúcar gerar 50% mais eletricidade com a mesma biomassa. A adição do gás integra a solução híbrida. A Gas Brasiliano, desenvolveu esse projeto junto com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a WTERT Brasil, empresa com especialização na geração de energia com resíduos sólidos. O objetivo é maximizar o retorno financeiro das usinas de açúcar e etanol por meio da inserção do gás natural no ciclo de vapor da biomassa.

De acordo com Piazza Jr, quando o gás natural é inserido no ciclo de vapor da biomassa amplia a eficiência do processo. A energia do gás natural aumenta a temperatura do vapor produzido pela biomassa e, como resultado, sua capacidade de produzir energia mecânica na turbina à vapor. Esse ganho pode ser adquirido com o uso do gás natural em configurações de superaquecimento do vapor externo à caldeira de biomassa ou em ciclo de reaquecimento, fazendo uso dos gases de exaustão de turbinas a gás natural.

Nesse conjunto de integração de biomassa e gás natural, a eficiência aparente do gás atinge valores entre 85 % a 140%, razão entre a quantidade de energia adicional produzida e a quantidade de gás natural aplicado, garantindo a competitividade do gás natural na aplicação. Um dos pontos mais importantes da solução apresentada é que a quantidade de gás natural introduzida é pequena, no entanto a eficiência global das usinas pode ser aumentada consideravelmente. A planta permanece com sua característica de combustível renovável e o gás natural apresenta-se como um bônus, valorizando e maximizando a energia da biomassa.

Os investimentos necessários para a solução híbrida, segundo o especialista são uma turbina a gás, na fase de um processo de retrofit da usina com caldeiras de alta pressão. Há linhas de financiamento à disposição para equipamentos de geração de energia de processo industrial. Existe também empresas interessadas em realizar o investimento, da solução híbrida junto às usinas. Elas apresentam a configuração para o retrofit e a Gas Brasiliano complementa com a solução híbrida, também assumindo os investimentos em equipamentos para a chegada do gás até a usina de cana.

 

Gheorge Patrick Iwaki

[email protected]

Responsável Técnico

Portal Tratamento de Água

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