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Unesp aprofunda uso de práticas da Química Verde no ensino e na pesquisa

Instituto de Química foi a primeira instituição de ensino superior brasileira a assinar o Green Chemistry Commitment, que busca desenvolver produtos e processos alinhados com as demandas de sustentabilidade

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Imagem ilustrativa

O Instituto de Química da Unesp se tornou a primeira instituição de ensino superior brasileira a assinar o Green Chemistry Commitment (GCC), um documento que atesta o compromisso da instituição com a incorporação do conceito de Química Verde na formação dos estudantes. A iniciativa, além de atender às demandas sustentáveis da sociedade, tem como objetivo preparar o estudante do IQ para um mercado de trabalho em que esta agenda está cada vez mais presente.

A Química Verde é uma área da ciência que busca o desenvolvimento de produtos e processos que estejam alinhados com as demandas de sustentabilidade. Ele foi estabelecido pelos pesquisadores Paul Anastas e John Warner no livro Green chemistry: theory and practice, de 1998.

De forma geral, a química verde atua de forma preventiva no intuito de reduzir ou evitar o uso e, portanto, a presença de elementos nocivos no meio-ambiente. Neste sentido, ela se diferencia da química ambiental, cuja área de atuação está mais ligada aos efeitos e à forma de remediar a presença das substâncias tóxicas no ambiente.

Com o intuito de disseminar e estimular a adoção da química verde entre crianças e jovens, John Warner criou o projeto Beyongbenign.org. O foco da organização é atuar na formação de recursos humanos sobre o tema elaborando livros, materiais educacionais e compartilhando experiências entre educadores. O compromisso assinado pelo Instituto de Química em 2019 faz parte das ações voltadas para o ensino superior.

De acordo com John Warner, o conceito de química verde é uma demanda real e em pleno crescimento na indústria. Em vídeo que divulga a adesão do IQ ao compromisso, o fundador do Beyond Benign afirma que a incorporação de conceitos de química verde aumenta exponencialmente a empregabilidade dos alunos.

Atualmente, mais de 50 instituições do mundo já assinaram o documento, entre elas a Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA), a Universidade Técnica de Berlim (Alemanha), a Monash University (Austrália), entre outras. O compromisso foi aprovado por unanimidade pela congregação do Instituto de Química da Unesp e já tem estimulado ações importantes na formação dos estudantes.

Química verde aplicada em laboratório no Brasil

O instituto, localizado no campus de Araraquara, já abordava a sustentabilidade na química na grade curricular mesmo antes da assinatura do GCC, mas apenas em disciplinas optativas. Durante a reformulação do currículo dos cursos de bacharelado em Química e bacharelado em Química Tecnológica módulos sobre química verde foram incorporados a uma série de disciplinas presentes na grade desde o primeiro ano do aluno.

Embora o compromisso tenha sido assinado apenas recentemente, a química verde já há algum tempo se movimenta pelos corredores do Instituto de Araraquara. Especialista em química analítica, a professora Helena Pezza teve contato com o tema ainda em 2003, durante um estágio de pós-doutorado realizado em Córdoba, na Espanha. Desde então o assunto tem feito parte de sua atuação acadêmica. Em 2013, a docente defendeu sua tese de livre-docência intitulada Química analítica verde: algumas contribuições.


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Para Cintia Milagre, professora responsável por intermediar a relação entre o IQ e a Beyong Benign, a assinatura do compromisso colabora para ampliar e institucionalizar o conceito nas práticas e na formação oferecida pelo instituto.

“É importante termos a comunidade engajada para realizarmos ações que envolvam todos os departamentos. O compromisso demanda antes de mais nada uma mudança de pensamento”, explica a docente do Departamento de Bioquímica e Química Orgânica.

Além de incluir o tema de forma consistente no currículo dos estudantes, apostilas e métodos estão sendo revistos.

“Alguns laboratórios também estão revendo o perfil e a quantidade no uso de reagentes químicos nas atividades laboratoriais de forma que não prejudiquem o aprendizado”, diz A professora Dulce Helena Siqueira Silva, que foi vice-diretora do IQ e é assessora da Pró-reitoria de Pós-Graduação.

Neste sentido, em todos os departamentos tem havido um esforço em substituir, sempre que possível, reagentes tóxicos por outros menos agressivos ao meio-ambiente, bem como diminuindo a escala dos experimentos.

“As medidas são importantes para reduzir o impacto ambiental, mas elas têm também o potencial de gerar economia de recursos, uma vez que diminui a quantidade de reagentes que precisam ser comprados. Consequentemente, reduz-se o volume de resíduos que precisam ser descartados de forma especial ou incinerados, o que também gera custos”, diz Cintia.

Dulce Silva destaca o quanto estas mudanças vão ao encontro do que é cada vez mais exigido dos jovens que ingressam no mercado de trabalho nas áreas de química e engenharia química.

“Hoje para o mercado é inadmissível um profissional que não tenha a preocupação com a busca de processos mais limpos. Principalmente quando se fala de indústria química, que é uma geradora grande de resíduos que precisam ser tratados. Os processos industriais muitas vezes envolvem o uso de toneladas de matéria prima. Qualquer percentual de otimização que um engenheiro químico possa desenvolver num processo pode se traduzir num efeito grande de proteção ao meio ambiente. Procuramos transmitir aos nossos alunos a importâncias destes temas e ensinar técnicas e ferramentas para que estejam aptos a fornecer soluções da maneira mais sustentável possível”, diz ela. Com informações da Unesp

Fonte: Labnetwork.


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