Água contaminada levou Cedae a parar operação em sistema que abastece Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e a Ilha de Paquetá, na capital, na quarta-feira (3). Moradores relatam falta d’água em várias regiões.
O tolueno, poluente encontrado em manancial que levou à interrupção da operação no sistema que abastece de água tratada as cidades de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, e a Ilha de Paquetá, na capital, é usado na fabricação de gasolina e altamente danoso à saúde se ingerido ou inalado.
O produto químico é inflamável, incolor, volátil e de odor característico. É utilizado com frequência como matéria-prima de solventes orgânicos em colas e tintas, além de estar presente na borracha; colas e adesivos para ajudar a secar, dissolver e diluir outras substâncias; diluentes de tinta; limpadores de pincéis, esmaltes; removedores de manchas.
A operação no sistema Imunana-Laranjal, que abastece 2 milhões de pessoas, foi interrompida nesta quarta-feira (3). A paralisação foi às 5h59, “em razão de alteração da qualidade da água bruta (ainda não tratada) no manancial de captação”, segundo informou uma nota conjunta da Cedae e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
Uma equipe de emergência do Inea foi ao local para tentar identificar a origem do poluente encontrado.
“A Cedae e o Inea tranquilizam a população de que não há risco de a substância chegar às residências, porque a captação só será retomada quando a água estiver totalmente adequada para consumo humano”.
Não há prazo para que o sistema volte ao normal. Por isso, a “orientação é para que a população faça uso consciente da água, adiando tarefas não essenciais que exijam grande consumo”, diz a nota da Cedae.
Mancha escura
O g1 questionou Cedae e Inea para saber se é investigado se a mancha é causada pelo tolueno e aguarda resposta. A equipe de reportagem também perguntou se barreiras de proteção foram instaladas no local.
Moradores relatam falta d’água
A suspensão da operação completou 30 horas, e moradores de diversos bairros de São Gonçalo e Niterói já relatam torneiras secas. Em nota, a Cedae informa que ainda não tem um prazo para que o sistema volte a operar.
Vagner Ferreira Leite, morador de Tribobó, São Gonçalo, diz que a população está sofrendo muito.
“Com esse calor está difícil. Crianças e idosos sofrendo muito, sem contar a sujeira que fica em casa. Espero que normalize o mais rápido possível,” comentou.
“Aqui em Niterói estamos sem uma gota de água. Estamos tendo que carregar baldes e precisamos urgentemente de um caminhão pipa,” denuncia Nelcimar Brandão Cavalcante, morador do bairro do Caramujo.
Philip Fiau, morador de São Gonçalo, fala sobre como a falta d’água está afetando o funcionamento escolar na região.
“A Escola Municipal Alberto Torres, Colubandê, está sem aula por causa da água”, diz.
Em Niterói, muitos moradores começaram a procurar os supermercados para garantir um estoque de água suficiente para enfrentar o desabastecimento provocado pela paralisação do Sistema Imunana-Laranjal.
Diante do problema, a Prefeitura de Niterói divulgou um comunicado pedindo que os moradores do município economizem água até que o abastecimento seja normalizado.
“O abastecimento de água da cidade continua suspenso, devido à paralisação do Sistema Imunana-Laranjal, operado pela Cedae, e não tem previsão de retorno. Por isso, pedimos à população que economize água até que o abastecimento seja normalizado”, dizia o comunicado da prefeitura.
Muitos condomínios, empresas e prédios públicos também já estão alertando seus frequentadores para que tenham cuidado no uso da água. Alguns locais já estão prevendo um período de racionamento.
O que diz a Águas de Niterói
Em nota, a concessionária Águas de Niterói, responsável pela distribuição da água em Niterói, informou que o abastecimento em toda a cidade continua suspenso e sem previsão de retorno. A empresa reforçou que os clientes devem economizar água até que o abastecimento seja normalizado.
“A concessionária esclarece que não há nenhum risco de a população da cidade ter recebido água imprópria para consumo. A Cedae interrompeu o sistema antes da captação da água ser contaminada e garante que a operação só será retomada quando a água estiver totalmente adequada para o consumo humano. Antes de chegar às residências, a água distribuída pela concessionária passa por rigorosos testes, que comprovam o atendimento a todos os parâmetros de potabilidade exigidos pelo Ministério da Saúde.”
“Águas de Niterói segue acompanhando o processo de restabelecimento do sistema, incluindo as análises da água, controlando os reservatórios da cidade, e enviando comunicações aos clientes. Águas de Niterói está com 30 caminhões-pipa abastecendo os locais que prestam serviços essenciais”.
Fonte: g1
ÚLTIMAS NOTÍCIAS: VOTORANTIM BUSCA NOVAS OPORTUNIDADES EM INFRAESTRUTURA E SANEAMENTO, DIZ CEO
ÚLTIMAS NOTÍCIAS: PESQUISA REVELA CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO EM 84% DA POPULAÇÃO YANOMAMI DE NOVE ALDEIAS EM RORAIMA