Conta de luz, ao lado da folha de pagamento, é o principal gasto das empresas de saneamento
A abertura do mercado livre de energia elétrica para todas as empresas ligadas à alta tensão, permitida desde janeiro deste ano, tem acelerado o processo de migração das concessionárias de saneamento ao ambiente de livre comercialização. Principal custo operacional, ao lado da folha de pagamento, o ingresso é uma forma de reduzir gastos e ter acesso à energia renovável. O setor também tem investido em projetos de geração distribuída solar como forma de gerar sua própria energia e economizar na conta de luz.
“O mercado livre permite uma série de ganhos ambientais, como a redução das emissões de gases de efeito estufa e a redução dos impactos ambientais provenientes da geração de energia elétrica a partir de fontes fósseis. Após o governo ter permitido que todas as empresas ligadas à alta tensão façam sua adesão, iniciamos uma etapa de migrações que contemplará as unidades operacionais de média tensão que ainda estavam no mercado regulado”, afirma o presidente do Grupo Águas do Brasil, Claudio Abduche.
Na Sabesp, perto de 65% da carga de energia elétrica é atendida por contratos no mercado livre, segmento em que a empresa ingressou em 2004 com cerca de 45% de seu consumo. A migração do mercado cativo para o livre em 2023 representou economia de 8,8% no custo total com energia elétrica. “A Sabesp entende que se trata de uma oportunidade de ampliar a participação do mercado livre em nossa matriz de aquisição de energia e temos a meta de atingir, até 2025, o atendimento de 80% da carga pelo mercado livre”, informou a empresa.
A Aegea tem buscado investir em fontes renováveis. Em abril de 2022, assumiu como meta reduzir em 15% o consumo específico de energia, medido em kWh/m3, em suas concessões até 2030. Este compromisso foi atrelado a uma emissão de bônus verdes, operação inédita para empresas de saneamento na América Latina e no Brasil. A companhia tem cerca de 72% de seu consumo energético negociado no mercado livre e planeja atingir 81% até 2025, além de 13% já alocados em contratos de geração distribuída (GD).
Na área de energia, além de contratos no mercado livre, a empresa investe em projetos de geração própria, como a autoprodução, com uso de fontes solar fotovoltaica e eólica, e GD solar. “As usinas dos atuais 32 projetos de geração distribuída somam capacidade de geração de aproximadamente 14 mil MWh/mês, capacidade equivalente ao atendimento de cerca de 90 mil residências, e estão em operação ou em implementação em 11 Estados do Brasil”, diz Fernando Humphreys, diretor de engenharia da Aegea.
A Iguá é outra que investe em GD solar.
“Todas as nossas concessões já possuem usinas em GD suprindo seu consumo”, diz Mateus Renault, diretor executivo de transformação e novos negócios. Segundo ele, em 2023, 7,75% do consumo elétrico já foi atendido por contratos de geração distribuída. A iniciativa resultou em queda de 18,04% nos custos com energia das unidades atendidas.
Fonte: Valor
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