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Sabesp quer estender saneamento a 95% da região da Baixada Santista em 10 anos

Anúncio da previsão acontece no início da Semana Saturnino de Brito, que tem programação até sexta

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Em até 10 anos, a Sabesp espera que 95% da Baixada Santista tenha coleta e tratamento de esgoto. A previsão faz parte da etapa futura do Programa Onda Limpa, que deve começar no segundo semestre de 2019, com investimento estimado de R$ 1,9 bilhão. A divulgação do projeto acontece em meio à Semana Saturnino de Brito, evento que, entre esta terça-feira (6) e sexta-feira (9), homenageia o sanitarista responsável por obras fundamentais na área, como os canais.

De acordo com o diretor de Sistemas Regionais da Sabesp, o engenheiro João Cesar Queiroz Prado, atualmente a região conta com 80% de coleta e tratamento de esgoto, sendo Santos a cidade mais avançada nesse quesito, com aproximadamente 99% de cobertura. Itanhaém e Bertioga são as mais atrasadas – menos de 60%.

Desenvolvimento da rede de saneamento

O desenvolvimento da rede de saneamento começou, segundo Prado, lá atrás, em 1904, com Saturnino de Brito. “Se não fosse ele, o pioneiro, não teria Santos. O Município teria sucumbido à insalubridade. Não são só os canais, que são os obras visíveis, foram também as redes coletoras de água e de esgoto, que era levado para ponta de Itaipu, no Forte”.

Depois disso, vieram outros projetos. O diretor menciona, como segundo ciclo desse período de evolução, a construção do maior reservatório de água “incrustado em rocha” da América Latina, o Reservatório-túnel Santa Terezinha/Voturuá, que interliga as Cidades de Santos e São Vicente, e a Estação de Pré-condicionamento de Esgotos do José Menino.

“Esses trabalhos aconteceram entre o final dos anos 70 e início dos anos 80. (Até a inauguração do reservatório) quem viveu naquela época lembra que faltava água. (Antes da estação) o esgoto era lançado na Praia do Gonzaguinha e passou a ser lançado a 4 mil metros da orla”.

Ampliação

O terceiro ciclo desse processo de desenvolvimento começou em 2007 e termina agora, em 2018. “Quando o Programa Onda Limpa começou a Baixada Santista tinha 54% de cobertura de esgoto – hoje são 80%”. Nesse período, foram construídas redes coletoras de esgoto, estações de bombeamento e estação de tratamento.

Na etapa futura, serão realizadas as construções de novos equipamentos – mencionado acima– para ampliar a rede de atendimento. O projeto, segundo Prado, depende de documentações, licitações e licenças, mas está bem encaminhado.

Com relação ao investimento estimado de R$ 1,9 bilhão, a Sabesp dispõe do dinheiro para iniciar e finalizar as obras, porém, espera, nesse meio tempo, encontrar um agente financiador para parcelar esse valor, o que tende a agilizar o processo de entrega da obra.

O projeto que será finalizado neste ano, por exemplo, custou algo em torno de R$ 1,5 bilhão e foi financiado por um banco japonês (Jica), a juro de aproximadamente 2% ao ano.

Além dos canais

O engenheiro sanitarista Francisco Rodrigues Saturnino de Brito, mais conhecido apenas por Saturnino de Brito, nasceu em Campos (RJ), em 1864, e morreu em Pelotas (RS), em 1929. Formado em Engenharia Civil pela antiga Escola Politécnica do Rio de Janeiro, ele foi um dos mais importantes profissionais da sua área, com diversos trabalhos de sucesso no Brasil. Suas técnicas também foram replicadas no exterior, em países como França, Inglaterra e Estados Unidos.

Em Santos, seus projetos foram fundamentais para a existência da Cidade, uma vez que, sem eles, o Município continuaria em condições insalubres, que não permitiam a moradia e, consequentemente, o desenvolvimento.

Os famosos canais são um marco e um patrimônio histórico da região, mas é importante destacar que outras obras, não visíveis, foram tão importantes quanto, como as redes coletoras de água da chuva e de esgoto, este era encaminhado para a ponta do Forte do Itaipu, em Praia Grande.

Fonte: A Tribuna.

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