O número continua subindo, já que em 2017 foram contabilizados 12 mil imóveis nestas condições.
O esgoto não tratado contém transmissores de doenças e resíduos tóxicos que provocam doenças. – Foto: Nair Bueno/DL
A Baixada Santista tem ainda 18.196 imóveis não conectados corretamente ao sistema de esgotamento sanitário, ou seja, a rede local existe mas os proprietários ainda não regularizaram a situação do imóvel.
Este número caiu em relação ao fim do ano passado, já que de acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), responsável pelo serviço nas cidades da região, em dezembro de 2018 havia 18.966 imóveis sem ligação de esgoto – uma redução de 4%.
Porém, o cenário não é animador e mostra que, no geral, a quantidade de imóveis com despejo de esgoto irregular continua crescendo, já que em 2017 os dados contabilizavam 12 mil imóveis nestas condições.
O problema é antigo e continua crescendo. No ano 2000, uma matéria de capa do Diário do Litoral já denunciava a situação. Na época, a Sabesp identificava duas ligações clandestinas por dia.
Para coibir ações deste tipo, a companhia informou que trabalha constantemente na identificação de ligações domiciliares feitas de forma indevida. Os técnicos usam, por exemplo, testes com corantes e/ou fumaça atóxica para identificar se a saída dos esgotos está sendo erroneamente direcionada às galerias de drenagem das águas da chuva ou vice-versa.
As ações são realizadas em conjunto pela Sabesp e administrações municipais, “a fim de contribuir para a melhoria da saúde pública e da qualidade das praias. A empresa tem estreita parceria com as vigilâncias sanitárias dos municípios, responsáveis por fiscalizar, notificar e aplicar multa aos imóveis não conectados à rede coletora”, explicou em nota.
Após notificado, o proprietário tem prazo de 30 dias para regularização do imóvel. Caso não realize o ajuste, recebe multa.
Procedimento
Depois do uso da água, o esgoto começa a ser formado. Os que vêm das residências formam os esgotos domésticos, e os formados em fábricas recebem o nome de esgotos industriais.
O esgoto não tratado contém transmissores de doenças e resíduos tóxicos que provocam o crescimento de muitos tipos de bactérias, vírus ou fungos, por isso é o devido tratamento.
Em área residencial, ligações com diâmetro pequeno formam as redes coletoras. Elas são conectadas aos coletores-tronco (tubulações instaladas ao lado dos córregos), que recebem os esgotos de diversas redes. Dos coletores-tronco, os esgotos vão para os interceptores, que são tubulações maiores, normalmente próximas aos rios. De lá, o destino será uma Estação de Tratamento, que tem a missão de devolver a água, em boas condições, ao meio ambiente.