Adotada em alguns países do exterior, a tecnologia de reuso está entre as mais eficientes iniciativas para o consumo sustentável da água
Adotada em alguns países do exterior, a tecnologia de reuso está entre as mais eficientes iniciativas para o consumo sustentável da água. Windhoek, capital da Namíbia, por exemplo, produz sua água potável desde 1968. Porém, aqui no Brasil, essa iniciativa ainda anda a passos lentos.
Bem como, apesar dos números baixos, o país tem experiência para implementar sistemas de reuso com tecnologias como as da Enfil, atuante há quase 30 anos. Ao longo dos anos, a empresa projetou e executou as maiores plantas de reuso em refinarias. Como exemplo podemos citar:
- Plangás – vazão de tratamento de planta = 5.100 m³/h, processo de tratamento foi clarificação, ultrafiltração seguida do sistema de desmineralização por troca iônica e polimento de água;
- REVAP – vazão de tratamento de planta = 1.800 m³/h, processo de tratamento foi clarificação, filtração, ultrafiltração seguida de dois trens de desmineralização por osmose reversa e sistema de polimento por leitos mistos;
- REDUC – vazão de tratamento de planta = 800 m³/h, processo de tratamento foi MBR – Membrane Bio-reactor;
- RNEST – vazão de tratamento de planta = 2.100 m³/h, processo de tratamento para reuso, englobou clarificação, sistema de filtração em carvão ativado, eletrodiálise reversa e sistema de desmineralização por troca iônica;
- REPAR – são três sistemas de ultrafiltração – ULTRA 1 – Flotofiltro e sistema de desaguamento de lodo / ULTRA2 e 3 (reuso) – Flotofiltro, sistema de filtração em carvão ativado, eletrodiálise reversa e sistema de desmineralização por troca iônica.
Campinas Atinge 100% de Tratamento de Esgoto
A Enfil, com a Sanasa, construiu a Estação de Tratamento de Esgotos Sanitários Boa Vista, com tecnologia MBR e capacidade de 180 ℓ/s.
Além disso, duas estações, EPAR CAPIVARI II e EPAR BOA VISTA, usam essa tecnologia, produzindo água de reuso com qualidade de 99%, marcando Campinas como a primeira cidade grande a alcançar 100% de tratamento de esgoto.
Tecnologia Avançada
Contudo, a maioria dos reusos feitos após o tratamento de esgoto depende da sua aplicação. Para recomposição hídrica, é necessário um tratamento biológico com remoção de nutrientes, como o fósforo e nitrogênio. Muitas vezes, é necessário um tratamento terciário composto de um tratamento físico-químico seguido de filtração para complementação da remoção do fósforo.
Para abastecimento industrial, dependendo da qualidade do ponto de utilização, podem ser desde sistemas simples compostos de tratamento físico-químico seguidos de filtração, até sistemas mais rebuscados com a utilização de processos com membranas de ultrafiltração e osmose reversa ou processos biológicos empregando tecnologias como MBR (Membrane Bio-reactor), MBBR (Moving Bed Biofilm Reactor) ou IFAS (Integrated Fixed-Film Activated Sludge), entre outras e seguidos de osmose reversa.
Por isso, para o abastecimento público, empregam-se sistemas biológicos com remoção de fósforo e nitrogênio, além do MBR, seguidos de desinfecção com ultravioleta ou cloro.
Portanto, outro fator importante é olhar os efeitos significativos do efeito multiuso do reuso e as métricas do tão falado e almejado ESG – Environment Social Governance. Afinal, a reutilização da água é fundamental para implementar sólidas estratégias em prol de alcançar metas em ESG e em economia circular. Para se ter ideia, para cada R$ 1 investido em reúso de água, consegue-se R$ 3,40 em expansão da produção nacional.
Fonte: Crea-PB com informações de Mariana Seman