NOTÍCIAS

Estudo aponta alta presença de composto nocivo na água na RMC

Pesquisadores da Unicamp detectam nitrosamina em amostras na região com índice pouco abaixo do tolerado

pesquisa-agua

Imagem ilustrativa

N-nitrosodimetilamina (NDMA), nitrosamina conhecida por aumentar o risco de câncer, foi detectada em altas concentrações em amostras de água de 13 cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas) – entre elas Americana, Hortolândia, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré.

É o que aponta estudo feito por um grupo de pesquisadores do Laboratório de Química Ambiental do Instituto de Química da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Desde maio deste ano, a NDMA passou a fazer parte da lista de subprodutos de desinfecção, formados durante o processo de tratamento de água, que devem ser monitorados por determinação do Ministério da Saúde por ser nociva ao ser humano.

O ministério determina que o valor máximo desse composto químico seja de 100ng/L (nanograma por litro de água).

O estudo feito na Unicamp, um dos primeiros a criar um método para detectar a presença de NDMA na água, foi publicado no primeiro semestre deste ano na revista científica internacional Environmental Science and Pollution Research.


LEIA TAMBÉM: BISPOS DO JAPÃO E COREIA SÃO CONTRÁRIOS AO DESPEJO DE ÁGUA CONTAMINADA NO MAR


A pesquisa mostrou que a NDMA foi identificada em 89% das 18 amostras de água coletadas em maio de 2019 em 13 cidades da RMC e teve o maior nível de concentração entre os sete tipos de nitrosamina identificadas: 67ng/L.

Apesar de estar abaixo das especificações do ministério, há uma discussão sobre os valores máximos permitidos.

No Canadá, por exemplo, a diretriz é que os níveis da nitrosamina na água potável não ultrapassem 40ng/L, índice menor do que o encontrado nos reservatórios da região.

“As concentrações de nitrosamina relativamente altas podem ser atribuídas à baixa qualidade da água e aos maiores níveis de atividade humana na região. Como as informações para nitrosaminas na água potável brasileira ainda são muito limitadas, este estudo pode fornecer os primeiros dados sobre possíveis tendências de ocorrência e riscos potenciais associados. É também de grande importância para investigações mais aprofundadas em todo o país”, escrevem os pesquisadores no artigo.

O objetivo do grupo é oferecer um método eficiente aos laboratórios, que terão de se adequar à portaria do ministério.

Cidades dizem estar dentro dos parâmetros

Americana, Hortolândia, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré foram algumas das cidades que tiveram amostras de água coletadas na pesquisa da Unicamp com presença de NDMA.

De acordo com as autarquias responsáveis pelo tratamento de água dos municípios, o monitoramento da quantidade de nitrosamina está em conformidade com a nova determinação do governo federal.

O DAE (Departamento de Água e Esgoto) de Americana, responsável pela produção de cerca de 90 milhões de litros de água para consumo por dia, informa que os níveis de NDMA na água distribuída à cidade estão dentro do permitido.

“O Departamento realiza monitoramento e controle dessa substância, e o parâmetro se encontra dentro dos limites estabelecidos. No nosso caso, 67ng/L”, informou.

O tratamento na cidade é feito por pré-oxidação com dióxido de cloro e pós-oxidação com cloro gasoso.

Em Hortolândia, o abastecimento é feito pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). A cidade é responsável pelo consumo médio de 210 litros de água por habitante por dia. Nos sistemas de abastecimento de água da região operados pela companhia, é utilizado o agente desinfectante hipoclorito de sódio, por meio da cloração com residual de cloro livre, e a companhia informa que opera dentro das especificações.

O DAE de Santa Bárbara d’Oeste ressaltou que a qualidade da água da cidade atende a todos os parâmetros legais.

“Santa Bárbara alcançou alto nível de satisfação em saneamento básico entre os municípios associados à ARES-PCJ (órgão regulador). No quesito qualidade, obteve 9,9 pontos, enquanto em aspecto de satisfação, 9,5 pontos”.

Já o tratamento de água em Sumaré é feito pela BRK Ambiental, que diz realizar 25 mil análises mensais em todo sistema de distribuição.

“A concessionária reforça que, desde o início de 2021, executa o Plano de Segurança da Água (PSA) que visa aprimorar os sistemas, de modo a manter a qualidade da água tratada e distribuída na cidade, mapear e mitigar os riscos envolvidos em todo processo de tratamento e distribuição.”

Fonte: Todo dia.


ÚLTIMAS NOTÍCIAS: VISÃO INTEGRADA SERÁ FUNDAMENTAL PARA UNIVERSALIZAÇÃO DO SANEAMENTO

ÚLTIMAS NOTÍCIAS: ÓLEO NO NORDESTE

ÚLTIMAS NOTÍCIAS: