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Prêmio Eco Amcham 2017

O evento promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) e pelo Estadão, foi realizado no dia 13 de dezembro, na sede da rede Amcham-Brasil em São Paulo.

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A premiação, que chegou à 35.ª edição, destacou 34 projetos. Criado em 1982 pela Amcham, o Prêmio ECO é a primeira ação brasileira de reconhecimento e divulgação da sustentabilidade empresarial. Ao longo de três décadas, a premiação mobilizou quase 2.500 companhias nacionais e multinacionais, que inscreveram três mil projetos. Desse montante, 327 foram premiados.

Veja a lista das empresas vencedoras:

Modalidade: Processos

Grande Porte: 3M, Duratex, C&A, Monsanto, Santander, Fibria Celulose, Irani Celulose, CPFL Energias Renováveis, Construtora Queiroz Galvão, Flextronics

Pequeno e médio porte: Reservas Votorantim, FLV

Microempresa/Startup: Eco Panplas

Modalidade: Produtos ou Serviços

Grande porte: Ambev, Arcos Dourados (McDonald’s), Itaú Unibanco, Rhodia, Celesc, CDHU, Vibra

Pequeno e médio porte: ISF, Natural Hair, HR

Microempresa/Startup: Eccaplan, Habitar Construções Inteligentes, ECO1, Silo Verde, Caminho do Meio, Sunew, Hidrossolúvel, Neutralize Carbono, Air Technik, Ecolivery, Epartners

A ex-ministra do Meio Ambiente do governo federal Izabella Teixeira, hoje co-presidente do Painel de Recursos Internacionais da Organização das Nações Unidas (ONU), foi a convidada de honra da 35ª edição do Prêmio ECO da Amcham – São Paulo.

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De acordo com Izabella Teixeira, toda a sociedade deve pressionar pelo cumprimento do acordo de Paris. A ex-ministra também cobrou das empresas, uma postura de liderança no processo de condução do País para uma economia de baixo carbono, mais sustentável e com menor emissão de gases do efeito estufa.

“Não esperem a liderança do governo. O governo só será propositivo se provocado pela sociedade. Caso contrário será reativo. O Brasil é estratégico sob o ponto de vista global, disse.

O Brasil ratificou o Acordo de Paris em 2015, com o comprometimento de reduzir sua emissão de gases. Segundo a ex-ministra, a discussão de como essa redução será feita está atrasada. Para ela, somente alguns grupos na sociedade civil e em empresas estão trabalhando, visando adequar o país a esse novo modelo econômico. Esses grupos, entretanto, não possuem uma visão estratégica. “Qual caminho o Brasil quer ir? Quais os desafios? Os requisitos de financiamento? Continuaremos esperando o governo dizer por onde seguir?”, indagou.

Mudanças climáticas

Para ela, o debate não deve se limitar aos ambientalistas, pois o assunto irá determinar os rumos dos negócios em um contexto de incerteza ambiental, que inclui as mudanças climáticas e seus impactos. “Há uma plataforma montada para o Brasil avançar e isso não é tão dependente do governo. Depende mais de um acordo dos empresários, procurar parcerias e ampliar negócios na linha de baixo carbono. Não pode haver retrocessos, o Brasil possui papel de protagonista. O clima é uma agenda, que une todos nós “, finalizou.

A cerimônia de premiação das 34 empresas vencedoras, contou também com a participação de José Penido, da Coalizão do Clima, Água e Florestas e Sonia Favaretto, diretora de sustentabilidade da B3, foram debatidos os rumos da sustentabilidade no Brasil.

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Para José Penido, a recuperação de 12 milhões de hectares de florestas desmatadas nas próximas décadas é essencial para garantir o abastecimento de água das cidades e a base para uma matriz energética independente de combustíveis fósseis. O replantio foi um compromisso assumido pelo Brasil no acordo de Paris em 2015, para combater as mudanças climáticas.

O Brasil é um dos poucos países no planeta, que tem condições de gerar energia a partir de matrizes mais limpas, afirmou Penido. “Se plantarmos pelo menos dez milhões de hectares, como previsto no plano de longo prazo, em 2050 o Brasil não teria mais nenhuma geração de energia com produto fóssil. Seria uma combinação de hidrelétrica, solar, eólica e biomassa. ”

Para ter sucesso, é necessário envolvimento das empresas e do governo. “Com algum auxílio na formulação estratégica de uma meta pública nacional de geração de energia com esse portfólio, poderíamos conceber uma lógica econômica virtuosa de energia para o Brasil”, destacou.

Monitoramento de riscos climáticos

Entre as empresas de capital aberto, o monitoramento de riscos climáticos é realizado na grande maioria que integra o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3. De acordo com o raio x da carteira 2018 da B3, 91% das companhias que integram o ISE consideram os riscos e oportunidades apresentados pela mudança do clima nos seus processos de planejamento estratégico e/ou de gerenciamento de riscos. E 98% das companhias procuram incorporar aspectos de sustentabilidade nas metas de desempenho de seus empregados (95% em 2017). Além disso, 85% das companhias realizam ações de premiação e reconhecimento relacionadas a desempenho em sustentabilidade (73% em 2017).

Segundo a diretora de sustentabilidade da B3, Sonia Favaretto, a inclusão de riscos climáticos no negócio é a grande novidade da carteira (atualizada trimestralmente). É uma agenda de respeito socioambiental, que entrou definitivamente nos conselhos de administração.

O ISE é uma ferramenta para análise comparativa da performance das empresas listadas na BM&FBOVESPA sob o aspecto da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. Também amplia o entendimento sobre empresas e grupos comprometidos com a sustentabilidade, diferenciando-os em termos de qualidade, nível de compromisso com o desenvolvimento sustentável, equidade, transparência e prestação de contas, natureza do produto, além do desempenho empresarial nas dimensões econômico-financeira, social, ambiental e de mudanças climáticas.

 

Gheorge Patrick Iwaki

[email protected]
Responsável Técnico

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