Estudo desenvolvido na UFMG apontou que estações de tratamento, incluindo a do Rio Formiga, apresentaram contaminação fecal. Outras três estações de rios que desaguam em Furnas apresentaram alterações.
Imagem Ilustrativa
Análise de estações em bacias que alimentam o Lago de Furnas, incluindo o Rio Formiga em Formiga, apresentam presença de contaminantes fecais, segundo a dissertação de mestrado de Andrea Leite, pesquisadora do Programa de pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
De acordo com a pesquisa divulgada na quarta-feira (1º) pela universidade, atividades humanas como a agricultura, a pecuária e o lançamento do esgoto in natura podem ter comprometido a qualidade da água do Lago de Furnas, com alterações na concentrações da bactéria E. coli, que indica contaminação fecal.
O G1 entrou em contato com a Prefeitura de Formiga, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) para saber se há alguma ação sobre o impacto constatado, mas não houve retorno até a última atualização da reportagem.
Estudo
A pesquisadora trabalha com o tema “Qualidade da água e uso e cobertura do solo em bacias contribuintes do Lago de Furnas (MG): implicações na balneabilidade” desde a iniciação científica. Ela constatou que quatro estações monitoradas pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), localizadas em cursos d’água que alimentam Furnas sendo o Rio Formiga em Formiga, e outros três Ribeirão São Pedro, Rio Machado e Rio Muzambinho, excederam o limite estabelecido pela legislação para a contaminação de E. coli em 100% das amostras obtidas e analisadas.
Foram submetidos à análise, dados oficiais de monitoramento das águas em Minas Gerais relativos às bacias que alimentam o Lago de Furnas.
Os parâmetros de turbidez, pH e densidade de cianobactérias encontrados pela pesquisadora não chegam a preocupar tanto quanto os níveis de E. coli, mas, mesmo assim, podem acionar o alerta sobre o impacto das ações humanas na qualidade da água, segundo a pesquisadora.
A estação que apresenta mais inconformidade em relação aos índices de turbidez é a do Rio Muzambinho. Essa é a bacia com a maior ocupação por pastagem: quase 65% da área total.
Furnas
O Lago de Furnas banha 34 municípios mineiros na região Sul de Minas e também no Centro-Oeste, onde está presente em Formiga, Capitólio e Pimenta. É um dos maiores reservatórios artificiais do Brasil para a geração de energia e também um polo turístico importante para a região, que atrai também pessoas de diversas partes do país.
Solução a longo prazo
O estudo sugere que é preciso implementar um programa de monitoramento das condições de balneabilidade do Lago de Furnas e estabelecer uma articulação mais eficaz entre os municípios que têm bacias que contribuem para o reservatório em relação à gestão dos recursos hídricos e planejamento urbano.
Fonte: G1.