Com o objetivo de aumentar a capacidade de armazenamento e integrar produção, complexo vai começar a operar em janeiro.
A partir de janeiro, moradores de sete cidades da Grande São Paulo terão mais segurança hídrica, caso uma seca que acarretou na pior crise de desabastecimento do estado, em 2014 e 2015, volte a ocorrer.
Um novo sistema da Sabesp, o São Lourenço, em Ibiúna, passará a captar água para abastecer esses municípios.
O complexo passou, no sábado (18), pelos testes iniciais das estruturas que receberão os recursos captados da Represa Cachoeira do França e da estação elevatória, responsável pelo bombeamento. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) acompanhou a operação.
A escolha das cidades beneficiadas – Barueri, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Santana do Parnaíba e Vargem Grande Paulista – levou em consideração critérios demográficos . Estes municípios registraram maior crescimento no número de habitantes.
“O complexo São Lourenço vai levar 6,4 metros cúbicos de água para a região metropolitana de São Paulo. Trata-se de uma das grandes obras hídricas do Brasil, com 83 km de adutora, da Represa de França de Ibiúna até Carapicuíba”, explicou o governador.
Segundo o tucano, as obras devem ser concluídas em dezembro, e a operação, iniciada em janeiro. A construção do sistema, de acordo com o governador, gerou 4,5 mil empregos diretos e indiretos.
Questionado se o interior do estado poderia sofrer um desabastecimento, o governador afirmou que o “risco de faltar água sempre existe, é preciso diminuir esse risco”.
Alckmin explicou também que o estado tem se preparado para o futuro. “Nos municípios operados pela Sabesp, estamos criando um sistema de grande capacidade de resiliência, capaz de atender a população mesmo com as mudanças climáticas, quando chove demais ou quando faz seca. De um lado, aumentamos a reservação. Do outro, integraremos sistemas para não ficar dependente de um sistema só.”
A obra vem sendo construída por meio de PPP (parceria público-privada) e tem investimento de R$ 2,21 bilhões.
São Lourenço vai se integrar ao Cantareira
Em 2014 e 2015, o estado de São Paulo enfrentou a pior crise hídrica da sua história. Para minimizar os transtornos em casos de novos episódios naturais como aquele, o governo estadual e a Sabesp têm investido na integração dos sistemas de água.
A criação do sistema São Lourenço, em Ibiúna, é um exemplo. Um dos principais objetivos da obra é a integração dela com o Cantareira, um dos maiores reservatórios e produtores de água potável da Grande São Paulo.
Para chegar ao sistema integrado, a água terá de passar por cinco locais diferentes.
A primeira etapa é captá-la da Represa Cachoeira do França, onde está sendo construído o sistema de captação de São Lourenço.
Depois disso, o sistema terá de fazer o processo de bombeamento. A água passará pela estação elevatória e será levada até a ETA (Estação de Tratamento de Água) de Vargem Grande Paulista, na região metropolitana, onde passará a ser potável.
Até a ETA, a água percorrerá 50 quilômetros. Antes de parar na estação de tratamento, o líquido passará também pela chaminé de equilíbrio, responsável por proteger todo sistema.
“A partir daí, adutoras, com 32 quilômetros de extensão, vão levar a água até os municípios atendidos, totalizando 82 km de tubulações desde a captação”, explicou a Sabesp.
O sistema se integra a partir daí ao Cantareira. Segundo a companhia, São Lourenço vai produzir até 6,4 litros de água potável por segundo. Técnicos da distribuidora informaram que o caminho percorrido pela água, da captação até a torneira dos paulistas, leva cerca de 36 horas.
Jaguari-Atibainha
A Sabesp também tem uma outra obra em andamento que vai ligar a Represa Jaguari, em Paraíba do Sul, com o sistema Cantareira. Depois de pronta, a interligação das represas poderá levar o equivalente ao volume de água de uma piscina olímpica a cada cinco minutos. Para isso, vem sendo construído um túnel de 6,4 quilômetros de extensão e vai se unir a 13 km de adutoras. A construção, de acordo com a companhia, já gerou mais de 5 mil empregos diretos e indiretos. O investimento total é de R$ 555 milhões.
44,2% era o índice ontem do sistema Cantareira
Por: Ana Paula Bimbati
[email protected]