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Megaprojeto de energia renovável ameaça abastecimento de água no sertão da BA

Megaprojeto de energia renovável ameaça abastecimento de água no sertão da BA

Energia renovável  ameaça abastecimento de água

Plano da Quinto Energy de construir maior complexo eólico-solar do país gera temor sobre soterramento de nascentes e falta d’água para 1 milhão de pessoas.

No município de Jaguarari, no semiárido da Bahia, ficam ao menos 63 nascentes que abastecem cidades a até 100 km, o que faz o lugar receber o justo apelido de “caixa d’água do sertão”. Mas é também nessa região que se concentram alguns dos melhores ventos para a produção de energia elétrica no país. E foram eles que levaram a Quinto Energy a escolher o local para tirar do papel seu projeto mais ambicioso: o Complexo Manacá.

O plano da empresa, portanto, é instalar 405 torres de energia eólica, com a altura de um prédio de 43 andares, além de 476 mil placas de energia solar distribuídas por Jaguarari e pelo município vizinho de Campo Formoso. A estrutura terá capacidade de 3,43 GW – um quarto de Itaipu, a maior hidrelétrica a fornecer eletricidade para o Brasil. O início da operação está programado para 2027 e o investimento previsto é de R$ 10 bilhões.

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Impactos e Controvérsias: O Projeto Quinto Energy na Bahia

No entanto, devido à ameaça ao abastecimento de água para 1 milhão de pessoas da região, o movimento Salve as Serras encaminhou uma denúncia formal contra o projeto ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA). A Repórter Brasil detalha que o documento menciona a necessidade de preservação das áreas remanescentes de Mata Atlântica e o risco de desaparecimento de nascentes de água, entre outros problemas que o processo de licenciamento ambiental do empreendimento da Quinto Energy ignorou.

“As comunidades podem pagar um preço muito alto por essa energia limpa que, de limpa, não tem nada. É apenas renovável”, afirma a professora Maria Rosa Almeida Alves, uma das integrantes do Salve as Serras.

A matéria faz parte, portanto, de uma série de 3 reportagens que se inicia hoje, as quais vão destrinchar o projeto da Quinto Energy. Com apoio do Instituto ClimaInfo/Plano Nordeste Potência (NEP), a Repórter Brasil investigou problemas que têm sido habituais na instalação de projetos renováveis na região. São eles: o desrespeito às comunidades, contratos prejudiciais a pequenos produtores rurais e licenciamentos que ignoram denúncias e os impactos futuros às populações locais.

Fonte: climainfo


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