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Nova controladora da Manaus Ambiental pretende investir R$ 880 milhões na capital

Nova controladora da concessionária de abastecimento de água e tratamento de esgoto de Manaus atua em 11 estados do Brasil e atende aproximadamente 7,6 milhões de habitantes. A Crítica foi conhecer o trabalho da Aegea Saneamento em Campo Grande (MS)

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O abastecimento de água e o esgotamento sanitário são grandes desafios na capital amazonense, seja pela falta de investimentos suficientes e ou pela falta de educação de parte da população ao longo dos últimos anos, o que agrava cada vez mais o problema, mas a expectativa é que nos próximos cinco anos,essa realidade comece a mudar com o aporte  de R$ 880 milhões em investimentos que a concessionária Manaus Ambiental pretende fazer na cidade.

O anúncio do investimento acontece cinco meses após a concessionária ser comprada pela Aegea Saneamento, que atua em 48 cidades, em 11 estados do Brasil e atende aproximadamente 7,6 milhões de habitantes. Manaus passou a ser a terceira capital atendida pela empresa.

Para A Crítica, o presidente da Manaus Ambiental, Renato Medicis Maranhão, disse que os recursos serão usados na ampliação dos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto.

“Manaus terá, até 2030, 80% do esgoto coletado e tratado, um importante passo na preservação do meio ambiente”, ressaltou.

Renato disse que ainda neste ano serão investidos R$ 70 milhões na construção de mais de 40 quilômetros de novas redes coletoras e ampliação de estações de tratamento de esgoto. Ele também destacou que no segundo semestre desse ano foi inaugurada a Estação de Tratamento de Esgoto Timbiras (ETE-Timbiras), na Cidade Nova 2, na Zona Norte.

“Ao todo serão tratados 230 litros de esgoto, a cada segundo, naquela que já é considerada uma das maiores estações de tratamento da Região Norte.  Atualmente a cidade possui 35% de infraestrutura do serviço, sendo que 20% são operados pela Manaus Ambiental”, disse.

O presidente da Manaus Ambiental também garantiu que concessionária desenvolverá, a exemplo das outras unidades Aegea Saneamento, programas socioambientais que contribuam para a preservação do meio ambiente.

Segundo avaliação da Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Amazonas dos Serviços Públicos do Amazonas (Arsam), publicada em reportagem de A Crítica em março do ano passado, a capital do Amazonas é uma das cidades brasileiras que mais desperdiçam água tratada. Da água distribuída pela concessionária Manaus Ambiental, 70% se perde no caminho em vazamento de tubulações ou ligações clandestinas feitas por consumidores individuais ou empresariais.

Segundo o estudo do Instituto Trata Brasil, divulgado em abril desse ano, Manaus é a 5ª entre as maiores cidades com pior indicador de saneamento básico no Brasil. Conforme o estudo, apenas 10,18% do esgoto é coletado e apenas 23,80 dele é tratado na capital amazonense.

Equipe de A Crítica viajou nessa semana para Campo Grande (MS) para conhecer um pouco do trabalho desenvolvido pela Aegea na capital sul-mato-grossense.

Trabalho eficiente e inovador

Com investimentos de quase R$ 1 bilhão, aplicado entre 2005 e 2017, a Água de Guariroba, concessionária da Aegea em Campo Grande, têm garantido resultados importantes no mapa do saneamento no Brasil. Hoje mais de 80% da população da capital do Mato Grosso do Sul tem acesso à rede de esgoto coletado e tratado.

A ampliação de rede de esgoto cresceu significativamente. Em 2003, apenas 47 mil imóveis eram atendidos, em 2010 o número passou para aproximadamente 140 mil e no ano de 2015 o número de domicílios atendidos chegou à marca de 214 mil.

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Sistemas de abastecimento e tratamento de esgoto da cidade  são informatizados

Entre a última segunda a quarta-feira funcionários da empresa explicaram como funciona a rede as etapas do tratamento de esgoto da capital. As águas de esgoto seguem para duas redes de tratamento de esgoto por meio de tubulação e chegando lá passam por um tratamento físico e químico e, no final, as águas voltam para um córrego da cidade.  Os tratamentos nas redes  são realizados em duas estações e são utilizados os processos o anaeróbio e o aeróbio.

A ETE de Imbirussu usa o processo aeróbio, quando as bactérias precisam de ar para se alimentar, uma tecnologia única no Brasil, segundo Marjuli Morishigue, coordenadora de esgotamento sanitário da Águas de Guariroba. Neste tipo de tratamento, as bactérias se alimentam de substâncias orgânicas durante o processo e precisam de ar. Por isso, durante todo o processo é realizado em tanques abertos e o odor era quase imperceptível.

“Nesse processo, as bactérias precisam de ar, água e comida. Então, aqui ela tem tudo isso. Ocorrem as fases de aeração, onde a gente joga o ar, depois passa para a fase de sedimentação, quando forma um lodo. Com uma pá mecânica, retira-se esse o lodo e o que sobra é a água, que volta para o córrego da cidade. A gente tem uma eficiência de 98% aqui.  Após analises no rio, a gente vê que depois que a gente joga a água no rio a qualidade até melhora”, explicou.

Nas próximas edições, o jornal e portal A Crítica contam outros detalhes do trabalho em Campo Grande.

Fonte: A Crítica.

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