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Hub articula futuro da transição energética

Hub articula o futuro da transição energética – Verde, iniciativa coordenada pela Fundep e UFMG, conta com inteligência coletiva e o apoio de organizações madrinhas

A energia 4D (descentralizada, digitalizada, descarbonizada e diversificada) e a mobilidade elétrica foram os temas do primeiro Verde Conecta, evento on-line que marcou, no dia 5, o início das atividades do Verde – hub de inovação em energia limpa e renovável, capitaneado pela Fundação de Apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (Fundep/UFMG)

Hub articula futuro da transição energética

Imagem ilustrativa do Canva

A iniciativa reuniu as principais referências em energia limpa e renovável do País, com representantes de todos os parceiros responsáveis pela composição do hub, para discutir ideias, conectar iniciativas e apontar rotas para protagonizar a transição energética no Brasil.

A agenda do Verde engloba a Energia 4D e a eficiência energética como temas estratégicos, alinhadas a quatro eixos técnicos: geração de energia verde; tecnologias de armazenamento; smart grid e gestão de redes; e mobilidade elétrica.

Para o gestor executivo do Programa de Inovação e Negócios do Verde, Luís Henrique Capanema, que abriu o evento, este é um momento essencial para demonstrar a importância do hub na jornada da inovação em energia e sustentabilidade.

“Historicamente o Brasil ocupa um papel de protagonista na geração de energia de fonte renovável através, principalmente, das hidrelétricas. Mas temos um potencial ainda muito maior. As soluções em mobilidade estão surgindo. Temos grandes consumidores com poder de mobilização. Tudo isso é positivo. Nos falta ainda conhecer o potencial que está dentro das universidades, nas pesquisas feitas dentro delas. Falta articulação entre os atores do setor”, explicou Capanema.

A gerente de Negócios e Parcerias da Fundep e representante da frente de Pesquisa & Desenvolvimento do Verde, Janayna Behring, destacou o papel de articulação da Fundep.

“A Fundep atua em outras conexões como o Rota 2030 e a Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica (PNME), entre outros programas. Em abril, foi firmado um acordo da UFMG com o IEF (Instituto Estadual de Florestas) para a implementação do Selo Verde. Nós fazemos a conexão entre os atores de quíntupla hélice (empresas, academia, governos, sociedade e meio ambiente), assumindo um papel de liderança na transição energética do País. Queremos ser provedores para as demandas nacionais e também gerar soluções exportáveis”, destacou Janayna Behring.

Para apresentar o Programa de Investimento do Verde, foi convidado o CEO da Bertha Capital, Rafael Moreira. Segundo ele, o foco da Bertha Capital é apoiar o hub observando a conexão entre os parceiros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e as startups.

“Investimos no capital semente, em startups entre 500 mil e 25 milhões (venture capital). Gostamos de começar com uma empresa do zero. Lá fora, o setor de energia passa por um forte ciclo de investimentos, especialmente em energias renováveis. No Brasil os principais investimentos são também em energias renováveis, atraindo quase 80% do capital de risco investido nesse setor. Esse cenário tem uma forte conexão com o Verde”, pontuou Moreira.
O evento contou com três painéis específicos. O primeiro tratou da “Energia Descarbonizada e Diversificada” e recebeu a superintendente de Desenvolvimento Sustentável da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Valcléia Solidade.

A premissa da organização é cuidar das pessoas que cuidam da floresta, trabalhando a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas comunidades isoladas da Amazônia. Nesse caso destaca-se o ODS 7, que defende a energia limpa e acessível, visando garantir que todos tenham “acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia”.

“A energia elétrica ainda é uma prioridade dentro das comunidades. Elas ainda usam gerador a diesel para poucas horas de energia por dia e seguem contribuindo para a emissão de muito CO2. Buscamos parceiros para projetos que nos permitam levar energia renovável para essas comunidades remotas de forma descentralizada justamente porque elas são comunidades isoladas. A energia coloca as pessoas no século 21 porque possibilita a educação, beneficiamento e comercialização de produtos locais e um novo sentido para quem precisa da energia para se desenvolver”, avaliou Valcléia Solidade.

 


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Também participou o CTO da (Re)Energisa, Gustavo Malagoli. Ele foi o fundador da Alsol, recentemente integrada ao Grupo Energisa.

“Sempre acreditamos em energias renováveis e não apenas de uma fonte. Trabalhamos para que exista o quinto D da ‘democratização’ para pequenos consumidores. A energia tem que ser descentralizada. O conceito é da geração junto ao consumo, independentemente se existe rede ou não. Prioridade para plantas em ambientes urbanos ou em regiões isoladas com o conceito de microrredes”, afirmou Malagoni.

E para o professor do departamento de Engenharia Elétrica da UFMG, Sidelmo Silva, a universidade tem desenvolvido um papel importante na busca pela energia descarbonizada. Além de formar profissionais qualificados para enfrentar os desafios da eletrificação, a UFMG precisa conduzir pesquisas e ser ela própria um exemplo para a sociedade.

“A universidade precisa ser um bom exemplo, utilizando a energia de maneira sustentável, reduzindo a pegada de carbono nos sistemas internos. E a UFMG tem uma preocupação com a preservação das matas. Somos um dos campi mais verdes do País. Uma iniciativa bem forte é o projeto Oásis. Vamos implantar e operar uma mini rede no Campus Pampulha. Já temos algumas usinas fotovoltaicas em operação e agora estamos instalando mais três. Investimos também em um sistema de armazenamento e mini turbinas a gás. Vamos implantar uma linha de ônibus elétricos com dois veículos que vão circular dentro do campus que vão utilizar a energia gerada pelo sistema fotovoltaico universitário. E, por fim, a migração de algumas unidades da universidade para adquirir energia no mercado livre. A compra se dará de fontes incentivadas renováveis”, enumerou Silva.

No segundo painel, “Energia Digitalizada e Energia Descentralizada”, o managing director head of Infrastructure and Utilities Director da Accenture, Jorge Freire, trouxe a visão de uma das mais importantes consultorias do mundo.

“Fazer essa transição não é só uma questão de aplicar uma tecnologia inovadora. Ela impõe uma mudança de cultura de toda uma comunidade. Essa transformação passa por uma ‘pivotagem’ total da operação, que exige uma mudança gradativa que permita novos serviços, negócios e modelos de operação. Isso inclui uma visão estratégica capaz de entender o valor a ser capturado, o desenho da governança, a experiência do cliente, o modelo operacional transformado, os dados e colocar no centro do processo as pessoas e a cultura”, apontou Freire.

O CEO da Cemig SIM, Danilo Gusmão, assinalou a energia digitalizada e descentralizada como uma visão de presente e não mais de futuro.

“A multidirecionalidade do fluxo de energia e multiplicidade dos agentes e geração mais próxima do consumidor é o que precisa ser feito agora. A descentralização será cada dia mais eficiente. Quanto maior for a diversificação dos sistemas e a digitalização for utilizada como ferramenta para trazer a eficiência, mais vamos alcançar a descarbonização. A descentralização tem que trazer uma mudança de comportamento. O objetivo não é incentivar o consumo exagerado de quem produz mais do que precisa, ao contrário, é trazer uma consciência de uma gestão eficiente dos recursos energéticos”, ensinou Gusmão.

E, por fim, no terceiro painel foi o momento de tratar da “Mobilidade Elétrica”. O gerente de inovação da Stellantis, Gustavo Delgado, garantiu que a companhia vai investir 30 bilhões de euros em eletrificação e novas tecnologias na próxima década.

“Algumas macrotendências nos levam a uma nova era de mobilidade: desejo por um estilo de vida mais sustentável; escolhas de mobilidade não poluente; populações urbanas crescentes que demandam um novo relacionamento com as cidades; digitalização do consumidor, entre outras. Precisamos responder a elas. Até 2030 nossas vendas serão totalmente elétricas na Europa, alcançarão 50% nos EUA e no Brasil e América do Sul, 20%. Devemos ainda considerar que à medida que produzimos produtos mais responsáveis, a própria manufatura se torna também mais limpa”, disse Delgado.

O fundador da Voltz Motors – fábrica de motos elétricas sediada em Recife (PE)-, Renato Villar, ressaltou a necessidade de criar produtos eficientes e que tenham um preço acessível para a população.

“Nascemos como uma empresa que queria fazer a transição da frota de motos a combustão para motos elétricas. Logo percebemos que para fazer isso precisávamos criar produtos inteligentes que trouxessem rápido retorno para a sociedade. Por isso precisamos criar condições de autonomia, preço, seguro, financiamento e canais de venda. Criamos um ecossistema, uma plataforma para dar assistência ao motociclista que quer mudar de mentalidade mas que precisa encontrar condições para isso”, relatou Villar.

Fonte: Diário do Comércio


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