A Embasa acaba de iniciar um estudo sobre as potencialidades de reúso do efluente sanitário tratado
O estudo foi realizado abrangendo todo o estado por meio do Projeto de Cooperação Técnica “Universalização e aperfeiçoamento da prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em áreas prioritárias do Estado da Bahia”, firmado entre a Embasa e o Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA) e a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC).
O contrato para realização desse estudo foi assinado na quinta-feira (24), na sede da Embasa, em Salvador. A empresa contratada Worley, vencedora de uma concorrência internacional, trabalhará, sob gestão da equipe da Unidade de Desenvolvimento Operacional (TDO), com o objetivo de traçar um diagnóstico das possibilidades de reúso de efluentes tratados, verificando as características do efluente produzido nas estações da Embasa, bem como o uso de água pelas populações e atividades econômicas próximas. Com isso, será possível identificar as convergências entre produção e demanda, o que indica potencial de aproveitamento. O estudo também apresentará alternativas tecnológicas para reúso do efluente tratado, além de proposta de um projeto piloto, a ser implantado pela Embasa posteriormente.
Alternativa economicamente viável em localidades específicas
“A gente tem uma expectativa muito positiva em relação a esse trabalho”, destacou o presidente da Embasa, Rogério Cedraz. Ele observou que, nas regiões de menor disponibilidade hídrica, como o semiárido, o reúso do efluente tratado pode ser avaliado como uma alternativa economicamente viável e ambientalmente responsável, para algumas demandas de uso de água.
Representante do IICA no Brasil, Hernán Chiriboga lembrou que o efluente geralmente é visto como um problema, mas pode ser uma solução ambiental. “Há muitas oportunidades de utilização para fins agrícolas e industriais. Em termos agrícolas, o potencial é enorme”, destacou. O representante do IICA informou que esta é a primeira iniciativa de mapeamento de oferta e demanda em nível estadual no Brasil.
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Projeto piloto
Além do diagnóstico de possibilidades, o estudo prevê a proposição de um projeto piloto de aproveitamento de efluentes, a ser implantado pela Embasa. A coordenadora geral do estudo pela Worley, Helene Kubler, acredita que é fundamental que o trabalho resulte em um projeto-piloto bem-sucedido.
O estudo resultará, ainda, em um manual, com diretrizes para incorporar a questão do reúso à rotina dos sistemas de esgotamento sanitário.
“Teremos uma orientação sobre como fazer esse aproveitamento nas estações de tratamento de esgoto existentes, e também nas novas estações que a gente vier a projetar, já levando em consideração essa potencialidade”, explica o diretor Técnico e de Planejamento da Embasa, César Ramos.
A iniciativa do Estudo de Avaliação das Potencialidades de Reúso de Efluente Sanitário Tratado no Estado da Bahia, segundo o gerente da Unidade de Desenvolvimento Operacional da Embasa, Alisson Brandão, além de permitir a mudança de cultura organizacional na gestão do tratamento de efluentes na empresa permitirá, ainda, que a Bahia possa vir a se tornar uma referência de boas experiências, nos próximos anos. O prazo para conclusão do estudo, que conta com investimento de cerca de R$ 1,6 milhão, é de doze meses, a partir da assinatura do contrato.
Fonte: Embasa.