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Estiagem faz Joinville/SC e região prepararem ações para garantir abastecimento de água

Barra Velha já começou a buscar água na cidade vizinha, Piçarras

 

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Abastecimento a partir do rio Itinga, em Barra Velha, está comprometido pelo nível do rio.

A falta de chuvas em Santa Catarina está fazendo com que cidades como Joinville, Barra Velha e outros municípios da região Norte de Santa Catarina comecem a preparar ações para garantir que o abastecimento de água dos moradores não seja comprometido justamente em um momento em que a higiene é crucial para prevenção de doenças como o novo coronavírus.

Em Joinville, a situação ainda não gera preocupação, mas a Companhia Águas de Joinville informou que já está colocando em execução um planejamento para que a operação não seja prejudicada. Barra Velha já realiza ações emergenciais por meio da concessionária de abastecimento de água, a Casan. Papanduva, no Planalto Norte, também reportou problemas no abastecimento e na produção agrícola.

Falta de reservatórios em Joinville

Joinville não possui reservatórios de água, mas as Estações de Abastecimento ainda estão na graduação considerada normal. Segundo o gerente de água da Cia. Águas de Joinville, Jean Tragibo, no rio Piraí a perenidade é considerada boa, enquanto no rio Cubatão já começa a haver uma queda.

— Estamos monitorando e nas últimas semanas o nível está baixando. O que preocupa é que na região a estiagem é registrada entre junho e agosto, ou seja, ainda não chegamos no pior momento — afirma Jean.

Ele salienta que, com a quarentena da pandemia do novo coronavírus e as pessoas passando mais tempo em casa, o consumo em Joinville aumentou em 11%. Mesmo com a queda do consumo nas indústrias, que estão atuando com menos de 50% de sua capacidade de produção, esta situação não se “equilibra”.

— Os parques fabris de Joinville estão situados em áreas onde o abastecimento é melhor. O maior problema de abastecimento é nos bairros que ficam nas pontas de rede. Nesses lugares, também há um grande número de residências sem caixa d’ água ou com caixas que não são adequadas ao número de moradores — analisa.

Barra Velha busca água de Piçarras

Os bairros da parte Sul de Barra Velha já estão sem abastecimento. Por isso, a Casan está transportando água através de uma conexão de rede estendida desde Balneário Piçarras, usada somente em situações emergenciais. Segundo a companhia, o Rio Itinga, principal manancial de Barra Velha, está quase seco devido à estiagem e a lagoa de reserva de água bruta chegou no seu nível mínimo.

A Casan também informou que está instalando uma nova captação de água emergencial em um ribeirão do município vizinho, São João do Itaperiú. Essa captação transportará cerca de 2 milhões de litros por dia até a Estação de Tratamento de Barra Velha.

— Acreditamos que até o início da próxima semana essa obra possa entrar em operação — disse o superintendente Regional da Casan, Rangel Barbosa.


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Estiagem atinge todo o Estado

De acordo o Epagri/ Ciram, em 22 de abril Santa Catarina tinha 25 estações hidrológicas em situação de estiagem, sendo 12 em estado de emergência. No início da semana, havia chegado a 27 estações em situação de estiagem, o resultado mais crítico já monitorado desde 2013 pelo Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Epagri/Ciram).

O pesquisador da área de hidrologia e coordenador da Sala de Situação ANA/Epagri/Ciram, Guilherme Xavier de Miranda Junior, explica que essa situação tem afetado diretamente a disponibilidade de água para a agricultura catarinense.

— A estiagem do ano passado foi severa, mas não foi tão abrangente como está acontecendo este ano, principalmente nos meses de março e abril. Isso vem acumulando desde junho de 2019, com uma falta de chuva em algumas regiões na ordem de 600 mm. Esta é uma das estiagem mais severa já registrada em Santa Catarina desde 1978 e outra em 2006 — ressaltou.

De junho de 2019 a abril de 2020, a chuva acumulada em Santa Catarina ficou em torno de 500mm inferior ao registrado na média histórica. No Meio Oeste, as chuvas foram 635mm menores durante esse período.

O mês de março foi bastante seco em Santa Catarina, faltando em média 100 mm em praticamente todo o estado. Até o dia 22 de abril, Santa Catarina teve algumas chuvas isoladas, porém os valores continuam bem inferiores à média histórica. Inclusive no Planalto Sul, Planalto Norte e Litoral.

A previsão climática para os meses de maio e junho não é otimista para o setor produtivo catarinense. A tendência é de que os próximos meses sigam com estiagem.

Fonte: NSC Total.

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